sexta-feira, 6 de setembro de 2013

SALA P. F. GASTAL EXIBE MOSTRA DE PHILIPPE GARREL, O POETA MALDITO DO CINEMA FRANCÊS

A Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), em parceria com a Embaixada da França, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français, apresenta entre os dias 10 e 15 de setembro a mostra Philippe Garrel: Por um Cinema Íntimo, com quatro longas-metragens em 35mm do cultuado realizador francês.


Acompanhada de perto pela crítica especializada desde a década de 1960, a obra de Philippe Garrel obteve maior reconhecimento a partir do êxito de Amantes Constantes no Festival de Veneza de 2005, imediatamente apontado como o filme definitivo sobre a geração francesa de 1968 e o primeiro a ter lançamento comercial no Brasil. A consagração tardia despertou o interesse da cinefilia brasileira, mas boa parte da filmografia de Garrel permanece invisível nas salas de cinema do país. A fim de introduzir esta que é uma das trajetórias mais inspiradoras da cinematografia francesa, a Sala P. F. Gastal exibe durante a semana Beijos de Emergência (1989), Já Não Posso Ouvir a Guitarra (1991), O Nascimento do Amor (1993) e Amantes Constantes (2005).

Por causa da intensa relação pessoal com a própria criação, muito se diz que a obra de Garrel tende à autobiografia – numa de suas primeiras grandes entrevistas para a crítica francesa, em 1968, o cineasta já era provocado: “Por que você não se filma em frente ao espelho?”. Mais do que olhar para si, Garrel é o cineasta que leva às ultimas consequências a ideia do cinema como um acontecimento íntimo. Em seus filmes, é comum encontrarmos familiares, amigos e amantes entre os atores, como em Beijos de Emergência, em que o próprio cineasta contracena com sua então esposa, Brigitte Sy, seu pai, Maurice Garrel, e seu filho, Louis Garrel (os dois últimos são presenças constantes em sua filmografia). Dessa forma, a obra de Garrel guarda ao mesmo tempo um poder de testemunho e uma abertura à fabulação, com uma defesa radical da aproximação entre arte e vida.

Do desbunde contracultural nos anos 1960/70 até a ressaca política e existencial nas décadas posteriores, Garrel consegue fazer de sua obra um retrato poderoso de sua geração. Realizados em seqüência, Beijos de Segurança, Já Não Posso Ouvir a Guitarra e O Nascimento do Amor foram construídos sob o signo da perda, em especial a trágica morte da cantora Nico, em 1988, com quem Garrel teve um longo relacionamento amoroso nos anos 1970. São filmes de sobreviventes, repletos de personagens que precisam restabelecer os laços afetivos a partir das ausências e a conviver com as cicatrizes emocionais e o fim definitivo dos ideais de sua geração.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO
10 a 15 de setembro de 2013

Beijos de Emergência (Les Baisers de Secours), de Philippe Garrel. França, 1989, 90 minutos, 35mm.
Mathieu (Philippe Garrel) é um cineasta que se prepara para dirigir um novo filme com uma atriz famosa (Anémone). Sua esposa Jeanne (Brigitte Sy) acredita que a história do filme é autobiográfica e considera que a escolha tem o peso de uma traição. Ao filmar sua própria vida com um núcleo familiar verdadeiro (esposa, pai e filho, todos atores de ofício), Philippe acompanha a sobrevivência de uma geração que já não sabe como se enxergar.

Já Não Ouço a Guitarra (J'entends Plus la Guitare), de Philippe Garrel. França, 1991, 98 minutos, 35mm
De volta à Paris após os incidentes de maio de 68, Gerard passa seus dias fumando haxixe e sonhando com a bela Marianne. Filme autobiográfico, dedicado postumamente à cantora e modelo Nico (ex-Velvet Underground), ex-mulher de Garrel e musa dos filmes que o cineasta rodou na década de 1970. Leão de Prata no Festival de Veneza de 1991.



O Nascimento do Amor (La Naissance de l’amour), de Philippe Garrel. França, 1993, 94 minutos, 35mm.
Paul (Lou Castel) e Marcus (Jean-Pierre Léaud) são dois amigos, um ator e outro escritor, que vivenciam o drama de amar e ser amado. Marcus quer retomar o amor de Hélène (Dominique Reymond), que o abandonou, e Paul deseja recuperar a guarda de seus filhos.




Amantes Constantes (Les Amants Réguliers), de Philippe Garrel. França, 2005, 178 minutos, 35mm.
Um grupo de jovens artistas dedica-se ao ópio após ter vivido os acontecimentos de 1968. Um romance intenso nasce dentro deste grupo, entre dois jovens de 20 anos que se conheceram durante a revolta. Leão de Prata no Festival de Veneza de 2005.






GRADE DE HORÁRIOS
10 a 15 de setembro de 2013

10 de setembro (terça-feira)
15:00 – Já Não Ouço a Guitarra
17:00 – O Nascimento do Amor
19:00 – Beijos de Emergência

11 de setembro (quarta-feira)
15:00 – Beijos de Emergência
17:00 – O Nascimento do Amor
19:00 – Amantes Constantes

12 de setembro (quinta-feira)
15:00 – Já Não Ouço a Guitarra
17:00 – Beijos de Emergência
19:00 – O Nascimento do Amor

13 de setembro (sexta-feira)
15:00 – O Nascimento do Amor
17:00 – Amantes Constantes
20:00 – Já Não Ouço a Guitarra (debate Cinedrome)

14 de setembro (sábado)
15:00 – Amantes Constantes
19:30 – Lançamento do curta Os Filmes Estão Vivos, de Fabiano de Souza e Milton do Prado

15 de setembro (domingo)
15:00 – Beijos de Emergência
17:00 – Já Não Ouço a Guitarra
19:00 – O Nascimento do Amor

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