A Sala P.F. Gastal da
Usina do Gasômetro (3º andar), em parceria com a Embaixada da França, da Cinemateca da Embaixada da França no
Brasil e do Institut Français, apresenta entre
os dias 10 e 15 de setembro a mostra Philippe Garrel: Por um Cinema
Íntimo, com quatro longas-metragens em 35mm do cultuado realizador
francês.
Acompanhada de perto pela crítica
especializada desde a década de 1960, a obra de Philippe Garrel obteve maior
reconhecimento a partir do êxito de Amantes Constantes no Festival de
Veneza de 2005, imediatamente apontado como o filme definitivo sobre a geração
francesa de 1968 e o primeiro a ter lançamento comercial no Brasil. A
consagração tardia despertou o interesse da cinefilia brasileira, mas boa parte
da filmografia de Garrel permanece invisível nas salas de cinema do país. A fim
de introduzir esta que é uma das trajetórias mais inspiradoras da cinematografia
francesa, a Sala P. F. Gastal exibe durante a semana Beijos de Emergência (1989), Já Não Posso Ouvir a Guitarra (1991),
O Nascimento do Amor (1993) e Amantes Constantes (2005).
Por causa da intensa relação pessoal com a própria
criação, muito se diz que a obra de Garrel tende à autobiografia – numa de suas
primeiras grandes entrevistas para a crítica francesa, em 1968, o cineasta já
era provocado: “Por que você não se filma em frente ao espelho?”. Mais do que
olhar para si, Garrel é o cineasta que leva às ultimas consequências a ideia do
cinema como um acontecimento íntimo. Em seus filmes, é comum encontrarmos
familiares, amigos e amantes entre os atores, como em Beijos de Emergência, em que o próprio
cineasta contracena com sua então esposa, Brigitte Sy, seu pai, Maurice Garrel,
e seu filho, Louis Garrel (os dois últimos são presenças constantes em sua
filmografia). Dessa forma, a obra de Garrel guarda ao mesmo tempo um poder de
testemunho e uma abertura à fabulação, com uma defesa radical da aproximação
entre arte e vida.
Do desbunde contracultural nos anos 1960/70 até a ressaca
política e existencial nas décadas posteriores, Garrel consegue fazer de sua
obra um retrato poderoso de sua geração. Realizados em seqüência, Beijos de Segurança, Já Não Posso Ouvir a Guitarra e O Nascimento do Amor foram construídos
sob o signo da perda, em especial a trágica morte da cantora Nico, em 1988, com
quem Garrel teve um longo relacionamento amoroso nos anos 1970. São filmes de
sobreviventes, repletos de personagens que precisam restabelecer os laços
afetivos a partir das ausências e a conviver com as cicatrizes emocionais e o
fim definitivo dos ideais de sua geração.
GRADE DE
PROGRAMAÇÃO
10 a 15 de
setembro de 2013
Beijos
de Emergência (Les
Baisers de Secours), de Philippe Garrel. França, 1989, 90 minutos, 35mm.
Mathieu (Philippe Garrel) é um cineasta que se prepara
para dirigir um novo filme com uma atriz famosa (Anémone). Sua esposa Jeanne
(Brigitte Sy) acredita que a história do filme é autobiográfica e considera que
a escolha tem o peso de uma traição. Ao filmar sua própria vida com um núcleo
familiar verdadeiro (esposa, pai e filho, todos atores de ofício), Philippe
acompanha a sobrevivência de uma geração que já não sabe como se enxergar.
Já
Não Ouço a Guitarra (J'entends
Plus la Guitare), de Philippe Garrel.
França, 1991, 98 minutos,
35mm
De volta à Paris após os incidentes de maio de 68, Gerard
passa seus dias fumando haxixe e sonhando com a bela Marianne. Filme
autobiográfico, dedicado postumamente à cantora e modelo Nico (ex-Velvet
Underground), ex-mulher de Garrel e musa dos filmes que o cineasta rodou na
década de 1970. Leão de Prata no Festival de Veneza de 1991.
O
Nascimento do Amor (La
Naissance de l’amour), de Philippe Garrel. França, 1993, 94 minutos,
35mm.
Paul (Lou Castel) e Marcus (Jean-Pierre Léaud) são dois
amigos, um ator e outro escritor, que vivenciam o drama de amar e ser amado.
Marcus quer retomar o amor de Hélène (Dominique Reymond), que o abandonou, e
Paul deseja recuperar a guarda de seus filhos.
Amantes
Constantes (Les
Amants Réguliers), de Philippe Garrel. França, 2005, 178 minutos,
35mm.
Um grupo de jovens artistas dedica-se ao ópio após ter
vivido os acontecimentos de 1968. Um romance intenso nasce dentro deste grupo,
entre dois jovens de 20 anos que se conheceram durante a revolta. Leão de Prata
no Festival de Veneza de 2005.
GRADE DE HORÁRIOS
10 a 15 de setembro de
2013
10 de setembro
(terça-feira)
15:00 – Já Não Ouço a Guitarra
17:00 – O Nascimento do
Amor
19:00 – Beijos de Emergência
11 de setembro
(quarta-feira)
15:00 – Beijos de
Emergência
17:00 – O Nascimento do
Amor
19:00 – Amantes
Constantes
12 de setembro
(quinta-feira)
15:00 – Já Não Ouço a
Guitarra
17:00 – Beijos de Emergência
19:00 – O Nascimento do
Amor
13 de setembro
(sexta-feira)
15:00 – O
Nascimento do Amor
17:00 – Amantes
Constantes
20:00 – Já Não Ouço a Guitarra
(debate Cinedrome)
14 de setembro
(sábado)
15:00 – Amantes
Constantes
19:30
– Lançamento do curta Os
Filmes Estão Vivos,
de Fabiano de Souza e Milton do Prado
15 de setembro
(domingo)
15:00 – Beijos de
Emergência
17:00 – Já Não Ouço a
Guitarra
19:00 – O Nascimento do
Amor
APOIO
Estarei com certeza em uma das sessões
ResponderExcluirMuito mais vem por ai...
ExcluirMais uma vez a programação surpreende pela qualidade dos filmes exibidos. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho. abraço. pessoal da PF
ResponderExcluirVocês possuem catálogo disponível em pdf? Grato
ResponderExcluir