quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Projeto Videoarte nos Jardins do DMAE traz Miranda July

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura apresentou, nos jardins do DMAE, uma mostra com os vídeos da videoartista e cineasta americana Miranda July, inicianjdo em novembro de 2006.

Dona de uma obra não só altamente representativa dos dilemas contemporâneos como profundamente humana, tanto em sua forma quanto em seu conteúdo, July é uma artista conceituada em seus país e ganhou maior notoriedade internacional a partir de sua estréia no longa-metragem com Eu, Você e Todos Nós, sucesso do circuito alternativo, premiado nos festivais de Cannes e Sundance em 2005.

O trabalho da artista inclui filmes, performances, gravações e combinações entre essas coisas. Seus curtas vêm sendo exibidos internacionalmente em locais como o MOMA e o Museu Guggenheim de Nova York. Nest of Tens e a instalação sonora The Drifters foram apresentados na Bienal do Whitney em 2002. July participou da Whitney Biennial de 2004 Com learningtoloveyoumore.com, criado com o apoio da fundação Creative Capital e colaboração do artista Harrell Fletcher, esteve na Bienal do Whitney em 2004. As performances multimídia da artista (Love Diamond, The Swan Tool, How I Learned to Draw) têm sido apresentadas em lugares como o Institute of Contemporary Art, em Londres, e The Kitchen, em Nova York. Suas histórias podem ser lidas no The Paris Review e The Harvard Review e, suas perfomances para rádio, ouvidas regularmente no NPR´s The Next Big Thing.

A mostra que acontece nos jardins do DMAE inclui os vídeos Atlanta (1996, 10 minutos), The Amateurist (1998, 14 minutos), Nest of Tens (1999, 27 minutos), Getting Stronger Every Day (2001, 7 minutos) e Haysha Royko (2003, 4 minutos). Muito embora a coleção de títulos exibidos encontre inquestionável correspondência no jargão acadêmico, o que se vê são imagens emblemáticas das rotinas e experiências cotidianas às quais estamos todos submetidos, quer seja pelo confronto com as tecnologias ou pelo embate com nossos iguais. Dissipando fronteiras, July transita entre o cinema e a arte visual, aproxima o espectador de sua obra e põe em cheque o abismo entre arte e vida real.
Os vídeos da mostra de Miranda July foram exibidos em uma instalação criada pelo arquiteto Cláudio Resmini, que reproduz em tamanho gigante aqueles tradicionais monóculos fotográficos. As exibições aconteceram de terça a domingo, das 14 às 20 horas, até o dia 30 de dezembro com enhtreda franca.


A obra interativa learningtoloveyoumore.com estará em exibição em um monitor localizado na Galeria do DMAE.

PROGRAMAÇÃO

Haysha Royko (2003, 4 minutos)
Filmado no Aeroporto Internacional de Portland. Três pessoas estão sentadas, indiferentes, em cadeiras de um aeroporto, enquanto suas auras de cores diversas, ou algo muito parecido com auras, mudam de forma, se sobrepõem e competem.

The Amateurist (1998, 14 minutos)
Um breve, cativante vídeo sobre vigilância, identidade, observar e ser observado, The Amateurist transita entre horror e sátira, criando um retrato inquietante de uma mulher à beira de uma loucura gerada pela tecnologia.


Nest of Tens (1999, 27 minutos)
Quatro histórias paralelas que mostram métodos de controle comuns ainda que pessoais. Esses sistemas são obtidos de fontes intuitivas. Crianças e adultos retardados operam painéis de controle feitos de papel, listas, monstros e seus próprios corpos.

Getting Stronger Every Day (2001, 7 minutos)
Há dois filmes que vi na TV sobre meninos que foram tirados de suas famílias e retornaram a elas alguns anos depois. Um dos meninos viveu numa divertida espaçonave por anos e, o outro, foi raptado e molestado. Esses meninos nunca mais foram os mesmos e simplesmente não conseguiram se reintegrar à família. Vi esses filmes quando era pequena. Costumava descrevê-los para as pessoas, sempre os dois juntos. Eles são como versões comédia e tragédia da mesma história, uma história comumente espiritual. Getting Stronger Every Day mostra os contos destes meninos, mas como objetos místicos colocados na realidade do homem contador de histórias.

Atlanta (1996, 10 minutos)
Uma nadadora olímpica de 12 anos e sua mãe (ambas interpretadas por July) falam ao público a respeito da “busca pelo ouro”.

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