sexta-feira, 26 de julho de 2013

SALA P. F. GASTAL APRESENTA MOSTRA COM FAVORITOS DE JACQUES RIVETTE

Pouco conhecida até mesmo entre os cinéfilos, a fascinante obra do diretor francês Jacques Rivette está chegando a Porto Alegre, em mostra que acontece na Sala P. F. Gastal entre os dias 6 e 11 de agosto, depois de ter passado pelo Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para introduzir o universo do cineasta, o cinema da Usina do Gasômetro (3º andar) promove entre os dias 30 de julho e 4 de agosto a mostra Esperando Rivette, com alguns dos filmes favoritos do cultuado realizador da Nouvelle Vague.

Nos anos 1950, antes de começar a filmar, Jacques Rivette foi um dos críticos mais atuantes da primeira fase da revista francesa Cahiers du Cinéma, escrevendo textos que ajudaram a redefinir a história do cinema. No início da década de 1960, tornou-se chefe de redação da revista, possibilitando uma abertura editorial para jovens cinemas vanguardistas de países distantes, sem abandonar a paixão pelos clássicos e a reverência aos primeiros modernos do pós-guerra. Grande defensor da cinefilia, Rivette sempre faz questão de ressaltar a importância do ato de ver filmes como um passo fundamental para a formação do olhar.     

A mostra Esperando Rivette apresenta nove longa-metragens lançados nos anos 1950 que contribuíram para compor o invejável repertório cinematográfico do realizador. A fase tardia de Fritz Lang, venerada por boa parte da crítica francesa da época, é representada pelos dois filmes que o mestre alemão realizou na Índia, O Tigre de Bengala e O Sepulcro Indiano. Outra incursão indiana presente na mostra é O Rio Sagrado, primeiro filme pós-exílio de Jean Renoir, nome tão influente para a geração da Nouvelle Vague que Rivette o apelidou de “patrão” numa série de documentários produzida nos anos 1960.

Kenji Mizoguchi e Otto Preminger, dois exemplos de requinte naquilo que Rivette via como o grande mistério cinematográfico – a mise en scène –, estão presentes na mostra com dois impressionantes filmes a cores: A Imperatriz Yang Kwei-fei e Bom Dia, Tristeza. A relação entre cinema e teatro, um dos temas que encantou o jovem Rivette e acabou intensificado em sua filmografia, especialmente nos anos 1970, também ganha destaque em nossa programação com uma das obras-primas do dinamarquês Carl Theodor Dreyer, A Palavra.

A virada do clássico para o moderno é outro tópico que ganhou atenção nos textos de Rivette. Em Hollywood, celebrava na obra de Howard Hawks, em filmes como O Inventor da Mocidade, um cinema preponderantemente físico, revelando “uma beleza que manifesta a existência pelo respirar e o movimento pelo andar”. Na Europa, Rossellini era o porta-voz do moderno com o seu Viagem à Itália, filme que o crítico aproximou à obra de Henri Matisse no influente artigo “Carta Sobre Rossellini”, publicado em 1955. Ainda no terreno moderno, será exibido Grilhões do Passado, um dos quebra-cabeças mais ousados de Orson Welles, autor que Rivette define como o pai da abusada geração hollywoodiana dos anos 1950 que ajudou a acender o pavio criador dos futuros cineastas da Nouvelle Vague.  

A mostra Esperando Rivette tem o apoio da distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou e pode ser conferida em três sessões diárias.

PROGRAMAÇÃO
30 de julho a 4 de agosto de 2013

O Rio Sagrado (The River), de Jean Renoir (França/Índia, 1951, 99 minutos)
Três adolescentes moram próximo de um grande rio na Índia. Harriet é a mais velha de uma família de ingleses; Valerie é a única filha de um industrial norte-americano; e Melanie, tem um pai americano e uma mãe indiana. Um dia, um homem aparece e se torna o primeiro amor das três. Exibição em DVD.

O Inventor da Mocidade (Monkey Business), de Howard Hawks (EUA, 1952, 97 minutos)
Barnaby Fulton (Cary Grant), casado com Edwina (Ginger Rogers), é um cientista obcecado em descobrir uma fórmula de rejuvenescimento. O projeto é acompanhado com atenção por Oliver Oxley (Charles Coburn), seu chefe, que prevê lucros imensos caso o produto funcione. Barnaby realiza testes com alguns macacos que mantêm em seu laboratório, sem sucesso até o momento. Um deles consegue escapar de sua jaula e mistura aleatoriamente os produtos químicos da bancada de Barnaby, jogando a fórmula no bebedouro local. Ao chegar Barnaby faz uma pequena alteração na fórmula em que trabalhava e, logo em seguida, bebe um copo d'água. A partir de então ele se sente cada vez melhor, passando a fazer brincadeiras com todos à sua volta e deixando o laboratório para se divertir. Para encontrá-lo Oxley envia Lois Laurel (Marilyn Monroe), sua bela secretária, que tem uma queda por Barnaby. Exibição em DVD.


Viagem à Itália (Viaggio in Italia), de Roberto Rossellini (Itália, 1953, 80 minutos)
Um casal (Ingrid Bergman e George Sanders) em crise matrimonial viaja até uma casa de campo perto do Vesúvio, Pompéia e Nápoles. Durante o trajeto, eles realizam uma reavaliação do relacionamento. Exibição em DVD.


A Imperatriz Yang Kwei-fei (Yokihi), de Kenji Mizoguchi (Japão, 1955, 98 minutos)
Baseado na lenda chinesa Yokihi. No século VIII T'ang da China, o Imperador viúvo Hsuan-tsung (Masayuki Mori) reina sozinho, dedica sua vida à música e vive de luto por conta da morte da última Imperatriz. Até que ele conhece uma bela garota chamada Yang Yu-huan (Machiko Kyo). Ele se apaixona por Yang Yu-huan e ela se torna a Imperatriz Yang Kwei-fei. Um filme de amor, sobre um shakespeariano fundo de lutas de poder e intrigas políticas com consequências trágicas. Exibição em DVD.

A Palavra (Ordet), Carl Theodor Dreyer (Dinamarca, 1955, 125 minutos)
Uma família de fazendeiros unida por fortes laços emocionais passa por momentos de tensões provocados por pequenas desavenças. Após retorno de um dos filhos do patriarca, sua rotina é modificada por sua aparente loucura, que tudo indica, deriva de um estudo radical teosófico que o fez acreditar ser Jesus Cristo. Nem todos aceitam que Johannnes Borgen seja demente e fanático. E essa situação estará à prova depois que um ente querido fica doente. Adaptação da peça teatral de Kaj Munk, pastor e dramaturgo muito conhecido nos países escandinavos que foi assassinado pelos nazistas, A Palavra é considerado uma obra-prima dentre os filmes que exploram o poder da fé e da linguagem. Ovacionado no Festival de Veneza de 1955, sendo premiado com o Leão de Ouro, é considerado um dos mais belos filmes já realizados em preto e branco. Exibição em DVD.


Grilhões do Passado (Mr. Arkadin), de Orson Welles (França/Espanha, 1955, 93 minutos)
Reclamando de amnésia, o milionário Arkadin contrata o detetive Guy Von Straten para investigar seu passado. Quando a procura de Straten por todo mundo revela a sórdida origem da fortuna de Arkadin, testemunhas começam a morrer. Exibição em DVD.


Bom Dia, Tristeza (Bonjour Tristesse), de Otto Preminger (EUA, 1958, 94 minutos)
Uma amoral garota francesa e seu pai playboy descobrem o lado negro da paixão nesta apimentada adaptação do notório bestseller de Françoise Sagan de 1958. Jean Seberg é Cecile, a filha mimada de 17 anos de Raymond (David Niven), um bem sucedido viúvo parisiense de férias em uma luxuosa vila da Riviera Francesa. Suas existências superficiais em busca do prazer são ameaçadas quando Raymond decide se casar com a madrinha conservadora de Cecile, Anne (Deborah Kerr), que desaprova o fulminante romance de verão de sua afilhada com Philippe (Geoffrey Horne).A fim de manter sua liberdade e aventuras, Cecile planeja fazer com que Anne desapareça. Mas quando o plano toma um rumo inesperado, a felicidade se transforma em tristeza. Exibição em DVD. 

O Tigre de Bengala (Der Tiger von Eschnapur), de Fritz Lang (Alemanha, 1959, 101 minutos)
O arquiteto Harald Berger é chamado para ir à Índia por Chandra, Marajá de Eschnapur, e se apaixona pela bela dançarina Seetha. No entanto, ela já está prometida ao Marajá. Essa traição aumenta a ira do vingativo Chandra, que está lutado sozinho contra seu irmão maquinador, em busca de poder. Os amantes são forçados a fugir para o deserto. Depois de mais de duas décadas de exílio em Hollywood, o mestre Fritz Lang retorna de maneira triunfal para a Alemanha, realizando este exuberante filme, escrito quarenta anos antes. Filmado em Eastmancolor e seguindo a tradição dos seriados aventureiros, O Tigre de Bengala está entre as mais belas e exóticas aventuras germânicas. Exibição em DVD.
  
O Sepulcro Indiano (Das Indische Grabmal), de Fritz Lang (Alemanha, 1959, 102 minutos)
Na grande tradição de série de histórias de suspense, este filme retoma o ponto final de O Tigre de Bengala. Depois de descoberto o romance, o arquiteto alemão Harald Berger e a bela dançarina Seetha fogem pelo deserto indiano. Nesta segunda parte, o caos toma conta de Eschnapur. Além da caça ao casal, há um plano entre os sacerdotes para depor o marajá. A fotografia exuberante reina neste filme, realizada pelo veterano fotógrafo Richard Angst, responsável pelos filmes de montanha de Arnold Franck e Leni Riefenstahl. A geração dos Cahiers du Cinéma considera este filme um dos pontos alto da carreira de Lang. Exibição em DVD.


GRADE DE HORÁRIOS
30 de julho a 4 de agosto

30 de julho (terça-feira)
15:00 – O Inventor da Mocidade, de Howard Hawks
17:00 – Bom Dia, Tristeza, de Otto Preminger
19:00 – A Imperatriz Yang Kwei-fei, de Kenji Mizoguchi

31 de julho (quarta-feira)
15:00 – Viagem à Itália, de Roberto Rossellini
17:00 – Grilhões do Passado, de Orson Welles
19:00 – O Rio Sagrado, de Jean Renoir

1º de agosto (quinta-feira)
15:00 – Bom Dia, Tristeza, de Otto Preminger
17:00 – O Inventor da Mocidade, de Howard Hawks
19:00 – A Palavra, de Carl Theodor Dreyer

2 de agosto (sexta-feira)
15:00 – O Rio Sagrado, de Jean Renoir
17:00 – O Tigre de Bengala, de Fritz Lang
19:00 – O Sepulcro Indiano, de Fritz Lang

3 de agosto (sábado)
15:00 – A Imperatriz Yang Kwei-fei, de Kenji Mizoguchi
18:00 – Sessão Aurora (Eles Vivem, de John Carpenter)

4 de agosto (domingo)
15:00 – Grilhões do Passado, de Orson Welles
17:00 – Viagem à Itália, de Roberto Rossellini
19:00 – A Palavra, de Carl Theodor Dreyer


Apoio


terça-feira, 16 de julho de 2013

MOSTRA EM HOMENAGEM AO ATOR WALMOR CHAGAS

              

Dentro da programação da 8ª edição do Festival de Inverno da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove entre os dias 23 e 28 de julho uma mostra em homenagem ao ator gaúcho Walmor Chagas, morto em janeiro deste ano.

A abertura da Mostra Walmor Chagas, no dia 23 de julho, às 19h, terá uma sessão de autógrafos do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado, de Djalma Limongi Batista (lançado pela Imprensa Oficial de São Paulo), seguida pela exibição do documentário biográfico Autovideografia, que Limongi Batista dedicou a Walmor. Cineasta amazonense radicado em São Paulo, Djalma Limongi Batista também dirigiu o ator em um de seus maiores sucessos no cinema, o longa Asa Branca, um Sonho Brasileiro, lançado em 1981, também presente na mostra. O cineasta virá especialmente a Porto Alegre para participar desta homenagem a Walmor Chagas. Seu documentário Autovideografia, que realizou a pedido de Walmor, inclui inúmeras sequências em Porto Alegre e também no Festival de Gramado, e conta com a participação de personalidades como Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo Hecker Filho e Eva Sopher.

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Ator que fez história no teatro, no cinema e na televisão brasileira, Walmor Chagas saiu de cena em 18 de janeiro deste ano, poucos meses após a estreia de Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti, sua penúltima atuação nas telas (Walmor ainda tem inédito o longa A Coleção Invisível, de Bernard Attal, em competição na próxima edição do Festival de Gramado).

Nascido em 28 de agosto de 1930, em Porto Alegre, Walmor deu seus primeiros passos na carreira artística no grupo de teatro do Colégio Júlio de Castilhos. Aos 18 anos, já integrava o elenco de Antígona, montagem do Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul, cuja estreia aconteceu em agosto de 1948, no Theatro São Pedro. Decidido a dedicar-se inteiramente à atuação, transferiu-se para São Paulo em 1953, onde em pouco tempo seria contratado pelo célebre TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, a principal companhia teatral da época.

Nos anos seguintes, torna-se um dos atores mais solicitados do país, realizando trabalhos memoráveis tanto no teatro quanto no cinema e na televisão. Ao logo de toda a sua trajetória artística, no entanto, Walmor nunca perdeu o contato com sua terra natal, sempre retornando à capital gaúcha para rever familiares e amigos e para apresentar seus espetáculos de teatro.

Na ocasião em que se completam seis meses da morte de Walmor Chagas, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre homenageia este grande ator porto alegrense, dentro das atividades do Festival de Inverno de 2013. A programação, além da exibição dos principais filmes de Walmor, como os clássicos São Paulo S.A., de Luiz Sérgio Person, e Xica da Silva, de Cacá Diegues, inclui ainda o lançamento do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado, de Djalma Limongi Batista, que também dirigiu o ator em outro de seus grandes filmes, Asa Branca, um Sonho Brasileiro. 

Um momento de celebração ao talento de um artista único, que permanecerá vivo para sempre nas imagens inesquecíveis dos filmes nos quais atuou.

Marcus Mello
Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia
da Secretaria da Cultura de Porto Alegre


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FILMES


SÃO PAULO S. A., de Luiz Sérgio Person (Brasil, 1965, 107 minutos).Carlos (Walmor Chagas) é um jovem da classe média paulistana que ingressa numa grande empresa no final dos anos 1950, momento da euforia desenvolvimentista provocada pela instalação de indústrias automobilísticas estrangeiras no Brasil. Apesar do êxito profissional, uma profunda crise se abate sobre Carlos e o fará repensar os rumos de sua vida. 




XICA DA SILVA, de Carlos Diegues (Brasil, 1976, 107 minutos).Na segunda metade do século XVIII, a escrava negra Xica da Silva (Zezé Motta) torna-se o centro das atenções no Distrito Diamantino, onde estão as minas mais ricas do país. João Fernandes (Walmor Chagas), representante da Coroa Portuguesa, apaixona-se por Xica e a transforma na Rainha do Diamante, satisfazendo todos os seus desejos extravagantes. Alertado pelos inimigos do casal, o rei de Portugal manda um emissário a fim de impedir que cresça o poder de Xica na Colônia.


ASA BRANCA, um Sonho Brasileiro, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 1981, 114 minutos). O jogador de futebol Asa Branca (Celulari) mora com a família no interior de São Paulo até que seu talento desperta o interesse de um grande clube da capital. O jovem precisa adaptar-se à vida na metrópole, enquanto luta pelo sonho de jogar no Maracanã e ser convocado para uma Copa do Mundo. Pela interpretação do empresário Isaías, Walmor Chagas ganhou o Candango de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília, em 1981.

LUZ DEL FUEGO, de David Neves (Brasil, 1982, 102 minutos). A bordo de sua luxuosa lancha, passeando pela Baía da Guanabara, o velho senador João Gaspar (Walmor Chagas) conta à sua enfermeira o período de sua vida, entre os anos 1950 e 1960, em que se envolveu com a dançarina Luz del Fuego (Lucélia Santos). O filme rendeu a Walmor o Kikito de melhor ator no Festival de Gramado de 1982. 


BEIJO 2348/72, de Walter Rogério (Brasil, 1990, 100 minutos). A vida de um operário (Chiquinho Brandão) vira de cabeça para baixo quando ele é flagrado beijando uma colega (Maitê Proença) durante o expediente de trabalho. Ele é despedido por justa causa e enfrenta as agruras do processo trabalhista que move contra a antiga empresa.









AUTOVIDEOGRAFIA, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 2003, 60 minutos). Do alto da serra da Mantiqueira, onde se refugia, o ator Walmor Chagas nos conduz a lugares de sua infância e da juventude em Porto Alegre, através de conversações com o seu cão. Comenta fatos políticos, vive o cotidiano das celebridades nos festivais de cinema, relembra a ida para São Paulo, sua carreira e seus amores. 


 VALSA PARA BRUNO STEIN, de Paulo Nascimento (Brasil, 2007, 95 minutos). Bruno Stein (Walmor Chagas) veio da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Instalou-se no Brasil ao lado da família numa casa da região Sul, onde trabalhava numa olaria. Dentro da residência, os parentes vivem conflitos isolados: a nora Valéria (Ingra Liberato) se sente sozinha, pois o marido sempre está viajando; a neta Verônica quer sair do isolamento da região e o próprio Bruno vê seu casamento com Olga naufragar. Inspirado no romance homônimo de Charles Kiefer.







CARA OU COROA, de Ugo Giorgetti (Brasil, 2012, 90 minutos)
São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios de uma nova peça. Nas folgas do trabalho, ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva. Exibição em 35mm.





MAPA MUNDI, de Pedro Zimmermann (Brasil, 2008, 15 minutos). Reunidos junto a um fogo de chão, dois homens (Walmor Chagas e André di Mauro) conversam sobre a vida. Um deles conta ao outro suas andanças em direção à capital e descreve os misteriosos eventos que o trouxeram de volta ao interior. Enquanto a noite avança, fica evidente que o destino dos dois homens encontra-se ligado para sempre. Filmado em São José do Ausentes, na região da serra gaúcha.



GRADE DE HORÁRIOS

23 DE JULHO (TERÇA-FEIRA)
19:00 – Coquetel de abertura da mostra, com sessão de autógrafos do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado e exibição do documentário Autovideografia, ambos de Djalma Limongi Batista

24 DE JULHO (QUARTA-FEIRA)
15:00 – São Paulo S. A.
17:00 – Asa Branca, um Sonho Brasileiro

25 DE JULHO (QUINTA-FEIRA)
15:00 – Beijo 2348/72
17:00 – Mapa Mundi + Valsa para Bruno Stein
19:00 – Cara ou Coroa

26 DE JULHO (SEXTA-FEIRA)
15:00 – Xica da Silva
17:00 – Cara ou Coroa
19:00 – Luz del Fuego

27 DE JULHO (SÁBADO)
15:00 – Autovideografia
17:00 – São Paulo S.A.
19:00 – Xica da Silva 

28 DE JULHO (DOMINGO)
15:00 – Beijo 2348/72
17:00 – Mapa Mundi + Valsa para Bruno Stein
19:00 – Asa Branca, um Sonho Brasileiro


MOSTRA WALMOR CHAGAS
Coquetel de abertura
Dia 23 de julho, às 19h

Sessão de autógrafos do livro
Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado
de Djalma Limongi Batista,
seguido de exibição do documentário
Autovideografia, também de Limongi

A mostra segue até 28 de julho, em 3 sessões diárias

                            
Toda a programação da Mostra Walmor Chagas é aberta ao público e tem entrada franca.


apoio







sexta-feira, 12 de julho de 2013

ÚLTIMA SEMANA DA MOSTRA DE WESTERNS POLÍTICOS

A pedido do público, a mostra Westerns Políticos segue em exibição até o dia 21 de julho na Sala P. F. Gastal. São cinco novidades na programação, com destaque para obras crepusculares do faroeste clássico de Hollywood – Homem que Matou o Facínora (1962), de John Ford – e do western spaghetti – Keoma (1976), de Enzo G. Castellari. Também serão exibidos importantes títulos de diferentes décadas como Mais Forte que a Vingança (1972), de Sydney Pollack, O Cavaleiro Solitário (1985), de Clint Eastwood e Quando os Brutos se Defrontam (1966), de Sergio Sollima.

A mostra Westerns Políticos tem o apoio da distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou e pode ser conferida em três sessões diárias.

PROGRAMAÇÃO 3ª SEMANA
16 a 21 de julho de 2013 

Céu Amarelo (Yellow Sky), de William A. Wellman (EUA, 1948, 97 minutos)
Um dos mais sombrios e instigantes faroestes tem como tema as cidades-fantasma. Em 1867, bandoleiros assaltam um banco em Rameyville e são perseguidos pela cavalaria do exército, o que os obriga a fugir para o deserto. Quase mortos pelo calor e falta d'água, eles chegam a uma localidade isolada, mas perdem as esperanças quando percebem tratar-se de uma cidade abandonada. Exibição em Blu-ray.

Viva Zapata! (Viva Zapata!), de Elia Kazan (EUA, 1952, 113 minutos)
Em 1909, no México, um grupo de lavradores vai até o presidente, afirmando que suas terras foram roubadas, mas um deles (Marlon Brando) deixa claro que o governo não pretende fazer nada por eles. Este lavrador acaba se tornando o lendário guerrilheiro Emiliano Zapata, que por vários anos teve importância política na vida do país. Exibição em DVD.

O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance), de John Ford (EUA, 1962, 123 minutos)
Em 1910, o Senador Ransom Stoddard (James Stewart) e sua esposa Hallie (Vera Miles) chegam numa pequena cidade para o funeral de Tom Doniphon (John Wayne). Entrevistado por um repórter, Stoddard conta a história de quando era advogado na cidade e desejava deter o terrível pistoleiro Liberty Valance (Lee Marvin) por meio da lei. Doniphon, um respeitado caubói, insistia na validade da lei do revólver. Além das diferenças de estilo, Doniphon e Stoddard compartilhavam o interesse pela mesma mulher (Hallie, na época uma garçonete de saloon), além da mesma mesma vontade de acabar com a tirania. Exibição em DVD.

Uma Bala para o General (El Chuncho, Quien Sabe?), de Damiano Damiani (Itália, 1966, 135 minutos)
Durante a Revolução Mexicana, um jovem americano misterioso se une a um grupo de saqueadores liderados por El Chucho. A partir daí, iniciam uma série de ataques selvagens para roubar armas para um general rebelde. Mas quando o Gringo resolve colocar em prática seus ideais juntamente com o grupo de bandidos, El Chucho descobre que as verdadeiras armas de guerra não pertencem a nenhum exército. Numa terra devastada pela pobreza e violência, será possível comprar a liberdade com uma única bala? Exibição em DVD.

Os Profissionais (The Professionals), de Richard Brooks (EUA, 1966, 117 minutos)
Em 1917 um rico rancheiro, J.W. Grant (Ralph Bellamy), contrata três mercenários, Henry "Rico" Farden (Lee Marvin), Hans Ehrengard (Robert Ryan) e Jacob Sharp (Woody Strode), para resgatar sua esposa Maria (Claudia Cardinale), que foi ao México e acabou sendo raptada por Jesus Raza (Jack Palance) e seu bando. Exibição em Blu-ray
  
Quando os Brutos se Defrontam (Faccia a Faccia), Sergio Sollima (Itália, 1967, 92 minutos)
Brad Fletcher (Gian Maria Volantè) é um professor de história que enfrenta problemas de saúde e depressão por causa da guerra civil. Assim, resolve se mudar para o oeste selvagem onde se vê face a face com Beauregard Bennet (Tomas Milian), um terrível e cruel fora-da-lei. Exibição em DVD.

Vamos Matar, Companheiros! (Vamos a Matar, Compañeros), de Sergio Corbucci (Itália, 1970, 118 minutos)
O contrabandista de armas Yolaf Peterson (Franco Nero) planeja fazer uma venda para o guerrilheiro Mongo (Francisco Bódalo), mas o dinheiro está trancado num cofre no banco e somente o Professor Xantos (Fernando Rey), um prisioneiro dos americanos, sabe a combinação. Yolaf concorda em soltar Xantos, acompanhado pelo relutante guerrilheiro Basco, mas um antigo parceiro de negócios de Yolaf, John "Mão-de-Madeira" (Jack Palance), tem outras idéias. Este faroeste político de Corbucci é uma das obras-primas do western spaghetti. Exibição em DVD.

O Pequeno Grande Homem (Little Big Man), de Arthur Penn (EUA, 1970, 139 minutos)
Aos 121 anos, Jack Crabb (Dustin Hoffman) conta num hospital a história de sua vida entre os índios Sioux. Sua indefinição racial provoca graves problemas de identidade, já que o homem não se integra com os brancos e nem com os índios. Ele aprende a ser guerreiro com o seu avô adotivo, Chefe Velha Pele Curtida (Chief Dan George); o pecado da carne com sua mãe adotiva e mulher do Reverendo (Faye Dunaway); o valor da amizade com o pistoleiro Wild Bill Hicock (Jeff Corey) e a odiar com o General Custer (Richard Mulligan). Dos filmes mais importantes da Nova Hollywood, este faroeste de Arthur Penn retrata com ironia e inteligência o período mais cruel da história dos EUA. Exibição em Blu-ray.

Mais Forte que a Vingança (Jeremiah Johnson), de Sydney Pollack (EUA, 1972, 116 minutos)
Jeremiah Johnson (Robert Redford) não quer nada com a civilização. Atormentado pela guerra, ele decide viver na solidão gelada das montanhas, buscando na vida selvagem a pureza que não encontrou na cidade. Mas seu primeiro inverno é muito mais difícil do que ele havia imaginado. Exibição Blu-ray.

O Cavaleiro Solitário (Pale Rider), de Clint Eastwood (EUA, 1985, 115 minutos)
Verão de 1850. Coy LaHood (Richard Dysart) é o homem forte de uma corporação que explora minas a procura de ouro no norte da Califórnia. Em defesa dos seus interesses, ele quer a todo custo expulsar os mineiros da região em busca do domínio absoluto. Quando tudo parecia perdido, surge um pregador misterioso (Clint Eastwood) que se integra à comunidade pobre local. O título é uma referência ao quarto cavaleiro do Apocalipse, que cavalga um cavalo baio e se chama Morte. Exibição em DVD.

Keoma (Keoma), de Enzo G. Castellari (Itália, 1976, 105 minutos)
Ao final da Guerra Civil Americana, um pistoleiro mestiço cansado de fazer da morte um meio de vida retorna para aquilo que um dia costumava chamar de lar. Seu nome é Keoma (Franco Nero). Porém, sua cidade natal está totalmente destruída pela peste e agora vive sob o comando de um homem chamado Capitão Caldwell (Donald O’ Brien). Exibição em DVD.




GRADE DE HORÁRIOS
16 a 21 de julho de 2013
  
16 de julho (terça-feira)
15:00 – Vamos Matar, Companheiros, de Sergio Corbucci
17:00 – Quando os Brutos se Defrontam, de Sergio Sollima
19:00 – O Pequeno Grande Homem, de Arthur Penn

17 de julho (quarta-feira)
15:00 – Viva Zapata, de Elia Kazan
17:00 – Mais Forte que a Vingança, de Sydney Pollack
19:00 –  O Homem que Matou o Facínora, de John Ford

18 de julho (quinta-feira)
15:00 – Céu Amarelo, de William A. Wellman
17:00 – Keoma, Enzo G. Castellari
19:00 – Uma Bala para o General, de Damiano Damiani

19 de julho (sexta-feira)
15:00 – Os Profissionais, de Richard Brooks
17:00 – Quando os Brutos se Defrontam, de Sergio Sollima
19:00 – O Cavaleiro Solitário, de Clint Eastwood

 20 de julho (sábado)
15:00 – Mais Forte que a Vingança, de Sydney Pollack
17:00 – Keoma, de Enzo G. Castellari
19:00 – O Homem que Matou o Facínora, de John Ford
  
21 de julho (domingo)
15:00 – Quando os Brutos se Defrontam, de Sergio Sollima
17:00 – O Cavaleiro Solitário, de Clint Eastwood
19:00 – Sessão Fechada

Apoio

quarta-feira, 10 de julho de 2013

FILME DO HÚNGARO MIKLÓS JANCSÓ NA SESSÃO AURORA

 A Sessão Aurora apresenta neste sábado, 13 de julho, às 19h, na Sala P. F. Gastal (3º andar da Usina do Gasômetro), o filme O Confronto, dirigido pelo húngaro Miklós Jancsó. Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora e do Zinematógrafo.

Situado logo após a Segunda Guerra Mundial, O Confronto retrata um grupo de jovens comunistas que chega a um monastério na Hungria para ensinar as ideias de Marx aos padres e estudantes católicos que lá residem. Neste que é o primeiro filme a cores de Jancsó, salienta-se a face totalitária das estruturas de poder diante da tentativa de comandar as massas. Abordagem recorrente na obra do diretor, em frente à completa burocratização das agências controladoras, expõem-se a confusão das lideranças ao determinar os rumos da revolução e ao tentar estabelecer a democracia a partir de uma leitura superficial e dogmática das doutrinas comunistas, numa analogia explícita ao socialismo stalinista. Em meio a danças típicas do folclore húngaro e debates ideológicos intensos, as diferenças internas do “partido” marcarão o próprio curso das coisas na escola.
Conterrâneo de Béla Tarr, cineasta recentemente contemplado com uma significativa mostra na Sala P.F. Gastal, Miklós Jancsó iniciou suas atividades cinematográficas no final dos anos 1950, tornando-se rapidamente o principal nome do cinema moderno em seu país. Desde então, mesmo com vários de seus filmes censurados pelo regime comunista, muitas vezes tendo que trabalhar em outros territórios, não deixou de mostrar as relações de poder entre aqueles que o detêm e aqueles que se veem estrangulados por ele. Crítico do regime, mas nem por isso contrário às utopias, Jancsó captura, através de longuíssimos planos que se tornaram sua marca registrada, a essência violenta e poética das músicas e do grito sufocante que emana delas.


O Confronto,
Fényes Szelek. Hungria, 1969, cor, 77 minutos.
Direção: Miklós Jancsó. Com Andrea Drahota, Kati Kovács, Lajos Balázsovits, András Kozák, András Bálint, József Madaras, István Uri, István Uri, Tibor Orbán, Adrienne Csengery.
O filme será exibido em DVD com legendas em português.


SESSÃO AURORA
O Confronto, de Miklós Jancsó
Dia 13 de Julho – às 19h
Sala P. F. Gastal (3º andar da Usina do Gasômetro)

Entrada Gratuita