segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

SALA P. F. GASTAL EM RECESSO

Prezados cinéfilos, amigos, parceiros e público em geral.
Comunicamos que a Sala P. F. Gastal está em recesso até dia 4 de Fevereiro.

Aguarde muitas novidades em 2014, 
ano em que a nossa querida PF completa 15 anos de existência.

Até lá!



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CONFIRA DETALHES DO FILME DESAGRADÁVEL - FILME DE ABERTURA DA "VINGANÇA DOS FILMES B"

 BLACKVOMIT FILMS APRESENTA
Dirigido por Fernando Rick
DESAGRADÁVEL
DOC | SHOW | HD | 200’ | COR | 2013

Tem gente que parece ter vindo ao mundo pra confundir, incomodar, nadar contra a maré, ser “do contra”. É o caso dos caras da Gangrena Gasosa, a primeira e única banda de Sarava Metal do universo. Confundiram, por exemplo, Jello Biafra, ex-Dead Kennedys, que não entendeu a ironia dos caras na contracapa de seu segundo disco, “Smells Like a Tenda Spirita” – havia uma brincadeira com marcas famosas e o Punk-Mor achou que fosse apoio comercial. Confundiram também as entidades do terreiro que ficava próximo ao Garage, onde sempre faziam shows nos anos 1990. Ou os telespectadores do Jô Soares Onze e Meia, para o qual deram uma entrevista antológica numa época em que era impensável uma banda vinda do underground pré-internet, movido a fanzines xerocados e demos em fita cassete, ter tamanha atenção de um baluarte da grande mídia antes mesmo de lançar o seu primeiro disco.
Para a maioria das bandas esse seria o início de uma fase tranquila, tendo como cenário um ambiente propício à prosperidade. Para a maioria das bandas, não pra Gangrena.
A banda se embriagou, barbarizou o set de filmagens, a equipe do programa ‘perdeu’ a pauta da entrevista, o apresentador faz talvez a entrevista mais curta de sua carreira, eles tocam músicas remendadas pra ficar mais tempo na TV, se desentendem, brigam entre si, o vocalista erra o baterista e acerta um cruzado de direita na sua esposa, a briga destrói completamente o camarim e consequentemente são expulsos do programa logo após a entrevista. Tenso? Agora imagine se todos estivessem vestidos de Orixás, Exus, Pombagiras e até de Chapolim.

Eles estavam.

Essa situação esdrúxula acontecida há 20 anos atrás - apesar de ilustrar o comportamento selvagem que lhes trouxe mais prejuízos que benefícios - foi uma das passagens mais calmas da conturbada Gangrena Gasosa. O Mainstream nunca se acostumou com seus visitantes bastardos, que por sua vez nunca se adaptaram às suas regras. Apesar de terem ajudado a desbravar territórios nunca imaginados para bandas underground cariocas, nunca deixaram de zoar o barraco praticando um humor extremo que segundo seu primeiro “chefe”, Dado Villa-Lobos, “era radical demais pro mercado na época”. Nem se fizeram de rogados em deixar seu rastro de farinha, pipoca, galinhas, cebolas, cachaça, ovos e velas por onde passaram. Seu público sabe que para uma experiência Sarava Metal completa, a banda deve arremessar seus despachos e ebós sobre suas cabeças.

Perseguições religiosas, acontecimentos sobrenaturais ou pouco naturais, espancamentos, atentados contra os integrantes, as trocas de formação, a evolução musical percussiva, a turnê europeia - que apesar de empolgar os gringos com o Metal cantado em português misturado a uma estranha batucada, conseguiu enfurecer tanto Punks feministas quanto skinheads nazistas - em 2001, detenções em fronteiras, as zicas e urucubacas que acometeram o Ratos de Porão após o contato direto com a banda, o espanto de João Gordo com a turba macumbeira invadindo e bagunçando o conforto de seu lar, destruição de casas de show e o breve fim da banda são parte de uma história que foi retomada com o retorno da Gangrena no EP 6|6|6 – lançado no dia 06/06/2006, “El dia de la Bestia”.

Esse EP foi base para a redenção da banda, a realização do álbum “Se deus é 10 Satanás é 666”, uma sessão de culto ao esporro mixado e masterizado no estúdio DuBrou’, do Frejat. Nas percussões, Elijan Rodrigues e Anjo Caldas, percussionista de Elba Ramalho e da banda Catapulta. A incorporação definitiva da percussão ao som da banda foi decisiva para que o ebó ficasse finalmente completo como Jello Biafra esperava: “a proposta da banda era interessante, mas seria perfeita caso eles conseguissem conciliar no próprio som, e não em vinhetas, o Metal com as influências dos ritmos africanos”. Ele se referia às fitas demo e ao primeiro disco, o ainda tosco, musicalmente falando – porque conceitualmente eles sempre foram e sempre serão toscos – “Welcome to Terreiro”.
A consagração desta nova fase, depois de inúmeras turbulências e trocas de formação, acontece com o lançamento do DVD “Desagradável”. O divertido documentário passa a limpo toda a trajetória dos malditos, além da íntegra de uma apresentação gravada em São Paulo, no “Inferno” (onde mais?), na noite do dia 03 de dezembro de 2011. O show foi captado com câmeras Full HD e
iluminação profissional que unidas à cenografia do palco resultou numa sucessão de imagens macabras que englobam todo o universo sombrio da Macumba, criando assim um ambiente perfeito para o registro de uma performance única onde as entidades da Gangrena interagem ao vivo com efeitos especiais do mestre André Kapel Furman, conhecido por sua participação na produção do último filme de Zé do Caixão, “A encarnação do Demônio”. Conta também com a participação especialíssima de Jão, guitarrista do Ratos de Porão, relembrando seus tempos de “crooner” e caracterizado como Pai de Santo para fazer os vocais em "Benzer até Morrer/Kurimba Ruim", versão gangrenada de dois clássicos dos mestres do Hardcore tupiniquim. Nada mais justo, já que é público e notório que a Gangrena nasceu única e exclusivamente, a princípio, com o intuito de um dia abrir um show do Ratos de Porão.

Já o documentário produzido pela Black Vomit - os mesmos (ir)responsáveis pelo já clássico "GUIDABLE - A Verdadeira História do Ratos de Porão" - abrange todos os 23 anos de trajetória da banda. Uma seleta reunião do povo que agitou a cena underground da década de 90 do século passado pra cá. Estão presentes todas as lendas, destrinchadas e expostas num despacho que revela as passagens mais "vergonha alheia" da história do Rock nacional. Jello Biafra, Jão & João Gordo, BNegão, Marcelo D2, Anjo Caldas, Dado Villa-Lobos, Rafael Ramos, Fabio do Garage, Marcos Bragatto, Tom Leão, Pedro Só, Adilson Pereira, Larry Antha e os ex-integrantes (mais de 15!), dentre outros, recordam os lamentáveis momentos pelos quais os macumbeiros do Saravá Metal passaram em suas vidas. Além disso, imagens de arquivo, fotos e vídeos comprovam de uma vez por todas e para todo o sempre, que “Santo de casa também faz milagre”.

SINOPSE CURTA
DESAGRADÁVEL – o novo lançamento da Black Vomit Filmes – é o documentário que conta a trajetória da banda Gangrena Gasosa, considerada por muitos a banda mais maldita do Brasil. Uma mistura de Heavy Metal e Hardcore com temas abordando macumba, com integrantes trajados de entidades no palco e atirando despacho no público. São 2 horas das mais impressionantes histórias passadas durante os quase 25 anos de banda. Espancamentos, atropelamentos de trem, represálias pela Europa e tudo aquilo que faz o Rock mais interessante, além de uma bela história sobre evolução e força de vontade.



SOBRE O DIRETOR
Diretor geral da produtora, Fernando Rick costuma dividir seu tempo entre trabalhos em emissoras de TV, freelas em produtoras de cinema e video e a Black Vomit filmes, onde além de diretor, também é responsável pela edição, criação e produção das obras. O resto do tempo, gasta vendo zilhões de filmes ou lendo livros e quadrinhos, isto tudo, claro, quando não está perdido em algum buteco da cidade.


SOBRE A BLACK VOMIT
Com grande destaque na cena de cinema independente nacional, a Black Vomit filmes se difere pelos seus trabalhos com temas atípicos, procurando sempre produzir obras que fogem do senso comum. Composta por profissionais com um olhar diferenciado, a produtora tem em seu currículo trabalhos como o polêmico documentário Guidable, que conta a trajetória de quase 30 anos da banda Ratos de Porão, capitaneada por João Gordo, o filme remonta em 2 horas e sem nenhum pudor, todas histórias sobre drogas, desavenças, perreios ao redor do planeta, turnês loucas e muito barulho.
Outro destaque da produtora é o premiado curta metragem de ficção, IVAN, que conta a história de um ator de teatro decadente, que vive em um cortiço imundo no centro de São Paulo com um travesti chamado Darlene Starr e seu amigo Jone Jackson, um Michael Jackson cover fuleiro, e sua luta para conseguir sobreviver através de sua arte. Além de documentários e curta metragens, a Black Vomit também produz vídeo clipes, como o último vídeo da banda de hardcore capixaba Mukeka Di Rato, com a música Pedra, onde usuários de crack são atormentados pelo tinhoso em pessoa e programas para TV como o Gurcius Gewdner Show, um Non-Sense estrelado pelo video maker e agitador cultural que dá nome ao programa.
Além das produções áudio visuais a Black Vomit também produz alguns eventos, como a Retrospectiva & Master Class TROMA Entertainment, onde foi realizada uma mostra de cinema com os grandes clássicos da mais antiga produtora independente do mundo, a TROMA e uma Master Class de 5 horas com seu fundador, Lloyd Kaufman.

SOBRE A BANDA
Origem: Rio de Janeiro | Brasil Gênero: Sarava Metal (Metal / Hardcore / Ritmos Brasileiros) Período em atividade: 1990 - atualmente Gravadora: Nenhuma (Independente).

Integrantes
Zé Pelintra (Angelo Arede) - Vocal (desde 1994) Omulu (Wallace Rocco) - Vocal (desde 2012) Exu Caveira (Minoru Murakami) - Guitarra (desde 2009) Exu Mirim (Renzo Borges) - Bateria (desde 2008) Pomba Gira (Gê) - Percussão (desde 2010) Caboclo Sete-Flechas (Heitor Peralles) - Percussão (desde 2013) Exu Tranca-Rua (Iruatan de Souza) - Baixo (desde 2013)

DISCOGRAFIA
Álbuns oficiais 1993 - Welcome to Terreiro 1999 - Smells like a Tenda Spirita 2006 - EP 6|6|6 2011 - Se deus é 10 Satanás é 666
Coletâneas 1995 - Cine Trash 1995 - No Major Babes - vol.2 1998 - Traidô - 20 bandas tocando Ratos de Porão
Demo-Tapes 1990 - Despacho from Hell 1991 - Sarava Metal - O santo de casa também faz milagre! 1995 - Cambonos from Hell

CRÉDITOS DO DVD

DVD “DESAGRADÁVEL”
Ano de Produção: 2013
Produtora: BLACK VOMIT FILMES
Gênero: Documentário e Show (DVD duplo)
Duração total: 200 min
Suporte: HD, colorido
Site Oficial: www.gangrenagasosa.com.br/desagradavel
DOCUMENTÁRIO
Produção: ANGELO AREDE e FERNANDO RICK
Direção: FERNANDO RICK
Roteiro, estrutura e pesquisa de imagens: MARCELO APPEZZATO
Diretor de segunda unidade: FABIANO SOARES
Câmera: FRED ARRANCA-TOCO, FERNANDO RICK, FABIANO SOARES, MARCELO MIRANDA, TAIANE LINHARES, CHRISTIAN CASELLI, PEDRO PUNK, MICHAEL MENESES edição FERNANDO RICK e MARCELO APPEZZATO
After Effects e correção de cor: FERNANDO RICK
Som direto: FRED ARRANCA-TOCO, RICARDO SCHMIDT, FELIPE PORTUGAL
Produção executiva Black Vomit: TAINAN FRANCO
Direção de arte: ANGELO AREDE
Ilustração da capa: PHILLIP PEPÊ ALRAM
SHOW “GANGRENA GASOSA NO INFERNO”
Direção: FERNANDO RICK
Co-direção: MARCELO MIRANDA
Logger: MATEUS CARRASCO KORNETOFF
Iluminação: SÉRGIO DE ALMEIDA LOPES
Cenografia: RODRIGO MACHADO, KAPEL FURMAN, RAPHAEL BORGHI
Efeitos: KAPEL FURMAN, RAPHAEL BORGHI
Câmera: LEO SIQUEIRA, FRED ARRANCA-TOCO, BIRA CROSARIOL, GUILHERME TOM, VICTOR CARVALHO
Produção: ANGELO AREDE, FERNANDO RICK, RUI VILLANI, CRIS VILLANI, IVO MADRUGA
Capetão: ADERSON BARROS
Atrizes: ALINE ABOVSKY, ERIKA FORLIM
Percussão: BAUER PERCUSSION
Produção de locação: JÚLIA DA FONSECA
Gravação: TRÉK/DATRIBO ESTUDIO
Mixagem: FELIPE EREGION/MYSTERIAN ART
Para mais informações, entrevistas e fotos em alta resolução, favor contatar:
Tainan Franco
tel | 11 9848.88211
e-mail | tainan@blackvomit.com.br
site | www.blackvomit.com.br

site | www.gangrenagasosa.com.br

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A VINGANÇA DOS FILMES B-PARTE 3

“A vingança nunca é plena…mas pode ser divertida”
 
De 13 a 15 de dezembro a Sala P.F.Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro) sedia a terceira edição da mostra A Vingança dos Filmes B. Concebida em 2011 para servir de vitrine para produções que flertam com o cinema de gênero, a mostra chega ao seu terceiro ano consecutivo se consolidando como um território destinado a divulgação e ao resgate de filmes independentes, produções de baixo orçamento e outros delírios fílmicos, buscando incentivar o público a dialogar com obras que dificilmente encontram espaço nas telas dos cinemas comerciais. Filmes repletos de horror, ação, anarquia, humor e demência, ocupando um mesmo espaço sem restrições quanto ao seu orçamento ou suporte de realização.


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O filme de abertura desta edição será o documentário Desagradável, produção que retrata a conturbada trajetória da mítica banda cariocaGangrena Gasosa e sua explosiva mistura de macumba, irreverência e heavy metal. A banda criou o conceito de saravá metal lançando  álbuns agressivos e iconoclastas como Welcome to Terreiro (1993) e Smells Like Tenda Spirita (2000). O diretor paulista Fernando Rick estará presente na mostra para realizar um debate após a sessão.

Fernando Rick tem se destacado entre os realizadores independentes paulistas, sendo também responsável pelo documentário “Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão”, pelo premiado curta “Ivan”, e pelo violento e polêmico “Coleção de Humanos Mortos”.
Três longa-metragens presentes na mostra ajudam a fortalecer e ampliar as possibilidade de se realizar cinema de horror no Brasil, Mar Negro, de Rodrigo Aragão, Nervo Craniano Zero, de Paulo Biscaia e Zombio 2- Chimarrão Zombies, de Petter Baiestorf.
A Sessão Shot or Die apresenta três produções realizadas com pouco, ou nenhum dinheiro, tendo como incentivo apenas a paixão pelo cinema. Obras com orçamento limitado e criatividade de sobra.
A sessão Malditos Curtas reúne obras de diversos estados brasileiros, constituindo um mosaico representativo da atual produção de cinema de gênero no país. Jovens realizadores investindo em filmes de ação, horror, suspense e ficção científica, injetando sangue novo nas veias do cinema brasileiro.
E por fim, a Sessão Sala Especial é dedicada ao grupo de anárquicos comediantes capixabas da TV QUASE. Unidos por Gabriel Labanca (falecido prococemente aos 30 anos, em 2012) a trupe formada pelos dementes Daniel Furlan, Juliano Enrico, Raul Chequer e Klaus Berg, iniciou a mais de 10 anos o projeto de humor multimidia QUASE. O projeto que começou como uma revista em quadrinhos migrou para o youtube, e agora começa a semear seu humor nonsense e sua insolência também na tv aberta. A sessão exibirá além do curta Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora, diversos sketches e a homenagem Labanca Eterno.  E para melhor compreender o que é a QUASE, uma definição do próprio grupo: “Ilogia, delírios, blasfêmia, alucinações, inadequação afetiva, piru, negligência social, devaneio permanente, incoerência, travestismo, cocô, agressividade, mau humor e quadrinhos”.
Sejam bem vindos à Vingança dos Filmes B- Parte 3
(Cristian Verardi- organizador)
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GRADE DE PROGRAMAÇÃO


LONGAS
ImageDesagradável (2013 / 120 minutos), de Fernando Rick / A banda Gangrena Gasosa tornou-se um mito do underground carioca com a sua inusitada mistura de heavy metal com elementos de umbanda. O documentário aborda a anarquica trajetória da banda em seus 20 anos de existência. Uma história repleta de confusões, estranhas maldições e muito “saravá metal”. (Após a sessão debate com o diretor Fernando Rick)

ImageMar Negro (2013 / 100 minutos), de Rodrigo Aragão. Com: Walderrama dos Santos, Mayra Alarcon, Cristian Verardi  / Após se depararem com uma estranha criatura marítima, dois incautos pescadores levam sem saber a morte e a destruição para uma pequena vila à beira mar. Zumbis, demônios, e criaturas mutantes orquestram um dantesco banho de sangue e vísceras. Alucinante desfecho da trilogia iniciada por Rodrigo Aragão em 2008 com “Mangue Negro” (2008), e seguida por “A Noite do Chupacabras” (2011).  Selecionado para festivais como: SITGES Film Festival (Esp) / Morbido (Mex) / Montevideo Fantastico (Ury) / Festival do Rio 2013 (Bra) / Rojo Sangre (Arg)
Zombio 2- Chimarrão Zombies (2013 / 83 minutos), de Petter Baiestorf. Com: Airton Bratz, Coffin Souza, Gisele Ferran, Gircius Gewdner / Uma pequena comunidade interiorana sofre uma estranha epidemia após consumirem a erva-mate Cronenberg. Um grupo tenta sobreviver em meio ao caos provocado pela invasão de mortos-vivos e outros seres raivosos. Irreverente mistura de horror, humor e sexploitation nesta sequência direta de Zombio (1999), do cultuado diretor independente Petter Baiestorf. (Censura 18 anos). Selecionado para festivais como: SITGES Film Festival (ESp) /  Montevideo Fantastico (Ury)
Nervo Craniano Zero (2012 / 88 minutos), de Paulo Biscaia. Com: Guenia Lemos, Uyara Torrente, Leandro Daniel Colombo / Uma escritora ambiciosa e um neurocirurgião obcecado utilizam uma ingênua garota como cobaia em um experimento perigoso. Um chip é instalado em seu cérebro afetando o “nervo craniano zero”, o resultado da experiência foge ao controle, gerando consequências nefastas. Prêmio de melhor direção no New Orleans Horror Film Festival 2012 (EUA) / Melhores efeitos de FX no Thriller Chiller Festival 2012 (EUA)
CURTAS
Distúrbios, Palavrões e Batidas de Carro (2013 / 38 minutos), de Cláudio Guidugli / Jovem apaixonado por prostituta planeja uma ação para assassinar o próprio pai, mas assaltantes desastrados, um psicopata estuprador e um homem com um acesso de fúria após um acidente de carro, transformam o crime perfeito num desastre sanguinolento. Ação, humor negro e drama familiar numa produção independente filmada na pequena cidade de Roca Sales (RS) com orçamento zero, utilizando apenas uma câmera cybershot e muita criatividade.






You Bitch Die
 (2009 / 3 minutos), de Lucas Sá / Traição, vingança e morte. Ela traiu o homem errado, e agora vai pagar com o próprio sangue!



filmessaoseusamigos

Filmes São Seus Amigos (2 minutos), de Gurcius Gewdner: Com Raissa Vitral: O diretor independente Gurcius Gewdner faz um procunciamento importante: Filmes são seus amigos!



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A História de Lia (2010 / 13 minutos), de Rubens Mello / Lia é uma adolescente que vive num lar doentio e violento. Para fugir de sua cruel realidade ela se envolve com um grupo de jovens marginais. Porém, uma tragédia é desencadeada quando ela é possuída por sua amiga invisível
Rise Weirdo Army (2012 / 4 minutos), de Francis K / Monstros gigantes, kung fu e rock’n’roll, no melhor estilo Damn Laser Vampire
Catalogárgula (2013 / 5 minutos), de Lucas Neris / Hélio é um homem peculiar que tira fotos de tudo à sua volta, dando uma conotação própria e estranha aos objetos que o cercam.
ImageBelphegor (2013 / 6 minutos), de Ricardo Ghiorzi / Nem mesmo a santidade está a salvo diante da presença do mal.
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Tate Parade (2012 / 10 minutos), de Marja Calafange / Sharon Tate volta do além para vingar sua morte e salvar o seu bebê. Uma vingança com sabor de melância.


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O Membro Decaído (2012 / 18 minutos), de Lucas Sá / Um homem vaga a esmo. O destino lhe reserva um caminho de sangue.

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Encosto (2013 / 7 minutos), de Joel Caetano / Um ritual de magia negra não ocorre com o esperado. Qual o preço a pagar pelos seus desejos?
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O Matador de Bagé (2013 / 15 minutos), de Felipe Iesbick / Assis. Matador Profissional. Quinze anos consecutivos o número um de Porto Alegre. Até a chegada de Assunção. (Prêmio de melhor curta da Mostra Gaúcha do Festival de Gramado)

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Estrela Radiante (2013 / 25 minutos), de Fabiana Servilha / Após encontrar um estranho objeto caído dos céus, um homem tem a sua vida modificada quando começa a sofrer estranhas mutações.

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Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre (1998 / 15 minutos ), de Rogério Brasil Ferrari / Um casal portoalegrense com um gosto peculiar pelos prazeres da carne.  Sexo, gastronomia e assassinato num clássico do cinema gore gaúcho.


SESSÃO SALA ESPECIAL
Image TV Quase: Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora (2013), de Juliano Enrico /   Jairo só queria entrar em qualquer loja para comprar cigarros. Mas esta não é qualquer loja. E Seu Argemiro é qualquer coisa, menos qualquer vendedor. Aqui ele tenta convencer Jairo a fumar menos, além de alertá-lo para a perigosa criatura que espreita nas profundezas da floresta. (curta seguido de sketches da trupe de comediantes da TV Quase e homenagem póstuma ao humorista Gabriel Labanca). Total: 60 minutos.

 GRADE DE HORÁRIOS

 13 de Dezembro
20h- Encosto (7’) + Desagradável (120’). Total: 127 minutos 
Após a sessão debate com o diretor Fernando Rick
 14 de Dezembro
15h- Sessão Maldita Matinê I- Filmes São Seus Amigos (2’) + Zombio 2- Chimarrão Zombies (88’). Total: 90 minutos
 17h- Sessão Shot or Die: You Bitch Die (3’ + História de Lia (13’) + Distúrbios, Palavrões e Batidas de Carro (38’). Total: 54 minutos
 20h- Sessão Malditos Curtas: Rise, Weirdo Army (4’) + Catalogárgula (5’) + Belphegor (6’) + Tate Parade (10’) + O Membro Decaído (18’) + O Matador de Bagé (15’) + Estrela Radiante (25’) + Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre (15’). Total: 98 minutos. (Após a sessão debate com os realizadores)
 15 de Dezembro
15h- Sessão Sala Especial: TV Quase: Loja de Inconveniências: A Maldição do Caipora + sketches + Homenagem a Gabriel Labanca) (60’)
17h- Sessão Maldita Matinê II – Nervo Craniano Zero (88’)
 19h- Mar Negro (100’)

Matéria de Zero Hora de hoje destaca exibição de Ato de Matar - Sessão Plataforma

Sessão Plataforma11/12/2013 | 18h16

"O Ato de Matar" tem sessão especial em Porto Alegre nesta quinta

Polêmico e premiado documentário do diretor americano Joshua Oppenheimer encena genocídio na Indonésia, em 1965, com carrascos revivendo seus próprios papéis

"O Ato de Matar" tem sessão especial em Porto Alegre nesta quinta Final Cut for Real/Divulgação
Gângsteres reproduzem barbárie usando bonecos de borrachaFoto: Final Cut for Real / Divulgação
O vovô acomoda os netos no colo para assistirem juntos na TV à gravação de uma sessão de tortura encenada por ele próprio, numa bizarra combinação de canastrice dramatúrgica e orgulho mórbido por seu passado (e provável presente) de matador profissional. Situações desconcertantes como essa pontuam as mais de duas horas e meia de duração de O Ato de Matar, polêmico e premiado documentário que terá sessão especial nesta quinta-feira, às 20h30min, na Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro. A exibição encerra a temporada 2013 da Sessão Plataforma, destaque entre os projetos que renovaram o prazer da cinefilia em Porto Alegre apresentando longas-metragens radicalmente inventivos que dificilmente terão lançamento comercial no país.
O Ato de Matar acaba de ser eleito o melhor filme do ano pela prestigiada revista britânica Sight & Sound, está pré-qualificado para disputar o Oscar da categoria e começou sua trajetória conquistando, entre outras distinções, os prêmios do público e do júri ecumênico na mostra Panorama do Festival de Berlim.
Documentário ou ficção baseada em fatos reais reproduzidos por seus próprios protagonistas? Questão interessante  e estimulante essa. Embora centre o foco em um episódio histórico — a matança de mais de um milhão de pessoas patrocinada pelo governo militar que assumiu o poder na Indonésia após um golpe, em 1965 —, o diretor americano Joshua Oppenheimer embaralha registro factual, encenação e performance de tal forma que seu filme transcorre na chave de um delirante ensaio sobre a bestialidade humana.
Oppenheimer foi à Indonésia e propôs que sujeitos como Anwar Congo, o vovô citado acima, e outros integrantes do esquadrão da morte formado por uma poderosa milícia paramilitar e gângsteres reproduzissem diante da câmera seus métodos para exterminar "comunistas",  como eram (e são) enquadrados tanto os militantes comunistas de fato quanto sindicalistas, camponeses sem terra, intelectuais e imigrantes chineses.
Proposta, imagina-se, não apenas ousada como fisicamente arriscada. Mas esses facínoras de ontem e de hoje, sem nenhum juízo crítico acerca da exposição pública de seus crimes, movidos por vaidade, certeza da impunidade e indisfarçável prazer, aceitam protagonizar uma ópera bufa, um filme de quinta categoria, no qual se divertem, alguns em genuína catarse, alternando-se nos papéis de vítimas e algozes, reproduzindo arquétipos do cinema americano de gênero que tanto admiram.
Coprodução entre Dinamarca, Noruega e Grã-Bretanha, O Ato de Matar foi filmado entre 2005 a 2011 e atraiu a atenção de dois renomados documentaristas, que abraçaram o projeto como produtores executivos: o alemão Werner Werzog (de A Caverna dos Sonhos Esquecidos) e o americano Errol Morris (de Procedimento Operacional Padrão). Werzog, com entusiasmado exagero, diz que Oppenheimer conseguiu concretizar uma experiência surrealista que nem mesmo Luis Buñel alcançou.
Morris, refutando críticas de que falta a O Ato de Matar maior compromisso histórico, afirma que o documentário (esse e outros) não deve ficar preso à obrigação de informar adultos, mas sim ao compromisso de expandir seus horizontes como obra de arte visual e narrativa e provocar o debate em torno de seu tema ou de uma ideia lançada pelo diretor. No caso, Morris destaca que o nervo exposto de O Ato de Matar coloca em discussão como alguém que cometeu crimes terríveis reage quando confrontado com seu passado. Emerge a culpa, a indiferença, o orgulho?
Esses homens reproduzem sem pudor algum técnicas de suplícios lentamente mortais, amputações, o terror psicológico de torturar uma criança na frente de seus pais, fantasiam estupros de meninas e se deixam acompanhar pela câmera extorquindo e ameaçando comerciantes, entre outras barbaridades. São cruéis, mas não sádicos, frisam, buscando justificar as atrocidades cometidas com um preciosismo semântico que pouco importa aos infelizes que, parafraseando um dos mais famosos filmes de Morris, andam sobre a tênue linha da morte esticada por eles.
O registro alegórico, entre o real e o fantástico, os desvios tomados por entre os coloridos segmentos musicais e coreográficos, o espanto diante do perverso amadorismo do teatro macabro, com sua maquiagem grosseira e seus risíveis bonecos de borracha desmembrados, ampliam a potência de O Ato de Matar diante do espectador. A este, impactado entre a indignação, a repulsa e o riso involuntário, são lançados também pertinentes questionamentos sobre os procedimentos éticos de Oppenheimer em sua realização. Filmes estimulantes assim são cada vez mais raros de se ver. Não perca.
Confira o trailer.