sexta-feira, 26 de setembro de 2008

LONGA MINEIRO ESTRÉIA NA SALA P. F. GASTAL

A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe a partir de terça-feira, dia 30 de setembro, o longa mineiro Confissões de Olavo, de Ernane Alves. Produção independente, realizada em suporte digital, com orçamento de apenas 5 mil reais, Confissões de Olavo acompanha o cotidiano de um garoto de programa (interpretado pelo próprio diretor). O roteiro do filme foi construído a partir de dezenas de entrevistas do ator/diretor com rapazes que se prostituem. "Pegava os anúncios de jornal, ligava e marcava a entrevista, em locais públicos, com aqueles que aceitavam me contar sua história", afirma Ernane Alves, que diz ter pago de um terço à metade do cachê cobrado por programa, para cada um dos meninos, pela entrevista.
Dirigido, produzido e protagonizado por Ernane Alves (que atuou em filmes como Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton), Confissões de Olavo procura abordar o tema da prostituição masculina de forma realista, a partir do que observou durante o processo de pesquisa realizado em bares, boates, ruas e saunas de Belo Horizonte. Segundo Alves, "a maioria dos rapazes vem do interior tentar a vida na capital. Alguns fazem vestibular, deixam o emprego e, para se manter na universidade, acabam se prostituindo". Para Alves, a experiência acaba se tornando uma espécie de bola de neve na vida dos rapazes, que acabam impossibilitados de deixar um meio no qual, além da violência, ainda sofrem com a ameaça das doenças sexualmente transmissíveis. Em uma das cenas do filme, o próprio Olavo é espancado. "Ao abrir a porta, eles nunca sabem o que vão encontrar. Muitos são vítima de violência", diz Alves.

Confissões de Olavo é mais um título na lista de produções mineiras independentes. O estado de Minas Gerais tem chamado a atenção por este pequeno fenômeno cinematográfico local, apresentando nos últimos anos uma produção regular de longas de baixo orçamento, que têm alcançado repercussão de crítica (O Quadrado de Joana, de Tiago Mata Machado; Língua de Brincar, de Lúcia Castello Branco e Gabriel Sanna) e de público (Acredite, um Espírito Baixou em Mim, de Jorge Moreno, comédia que teve 33 mil espectadores somente na cidade de Belo Horizonte, inspirada em montagem de teatro mineira de grande sucesso).

O filme fica em cartaz na Sala P. F. Gastal até domingo, dia 5 de outubro, nas sessões das 17:00 e 19:00. Ingressos a R$ 6,00 e R$ 3,00.

Confissões de Olavo. Brasil, 2008. Direção de Ernane Alves. Com Ernane Alves, Maurício Tizumba, Bruno Oliveira, Rita Garcia, Irthis Herrera, Stephani Varela, Gustavo Guedes e Robson Dias. Duração: 89 minutos. Exibição em DVD. Classificação indicativa: 18 anos.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 30 de setembro a 5 de outubro de 2008

Terça-feira (30 de setembro)
15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo

Quarta-feira (1º de outubro)
15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo

Quinta-feira (2 de outubro)
15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo

Sexta-feira (3 de outubro)
15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo
21:00 – Projeto Raros (aguarde divulgação)

Sábado (4 de outubro)
15:00 –
Confissões de Olavo
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo

Domingo (5 de outubro)
15:00 –
Confissões de Olavo
17:00 – Confissões de Olavo
19:00 – Confissões de Olavo

LONGA MINEIRO ESTRÉIA NA SALA P. F. GASTAL

A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe a partir de terça-feira, dia 30 de setembro, o longa mineiro Confissões de Olavo, de Ernane Alves. Produção independente, realizada em suporte digital, com orçamento de apenas 5 mil reais, Confissões de Olavo acompanha o cotidiano de um garoto de programa (interpretado pelo próprio diretor). O roteiro do filme foi construído a partir de dezenas de entrevistas do ator/diretor com rapazes que se prostituem. "Pegava os anúncios de jornal, ligava e marcava a entrevista, em locais públicos, com aqueles que aceitavam me contar sua história", afirma Ernane Alves, que diz ter pago de um terço à metade do cachê cobrado por programa, para cada um dos meninos, pela entrevista.
Dirigido, produzido e protagonizado por Ernane Alves (que atuou em filmes como Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton), Confissões de Olavo procura abordar o tema da prostituição masculina de forma realista, a partir do que observou durante o processo de pesquisa realizado em bares, boates, ruas e saunas de Belo Horizonte. Segundo Alves, "a maioria dos rapazes vem do interior tentar a vida na capital. Alguns fazem vestibular, deixam o emprego e, para se manter na universidade, acabam se prostituindo". Para Alves, a experiência acaba se tornando uma espécie de bola de neve na vida dos rapazes, que acabam impossibilitados de deixar um meio no qual, além da violência, ainda sofrem com a ameaça das doenças sexualmente transmissíveis. Em uma das cenas do filme, o próprio Olavo é espancado. "Ao abrir a porta, eles nunca sabem o que vão encontrar. Muitos são vítima de violência", diz Alves.

Confissões de Olavo é mais um título na lista de produções mineiras independentes. O estado de Minas Gerais tem chamado a atenção por este pequeno fenômeno cinematográfico local, apresentando nos últimos anos uma produção regular de longas de baixo orçamento, que têm alcançado repercussão de crítica (O Quadrado de Joana, de Tiago Mata Machado; Língua de Brincar, de Lúcia Castello Branco e Gabriel Sanna) e de público (Acredite, um Espírito Baixou em Mim, de Jorge Moreno, comédia que teve 33 mil espectadores somente na cidade de Belo Horizonte, inspirada em montagem de teatro mineira de grande sucesso).

O filme fica em cartaz na Sala P. F. Gastal até domingo, dia 5 de outubro, nas sessões das 17:00 e 19:00. Ingressos a R$ 6,00 e R$ 3,00.

Confissões de Olavo. Brasil, 2008. Direção de Ernane Alves. Com Ernane Alves, Maurício Tizumba, Bruno Oliveira, Rita Garcia, Irthis Herrera, Stephani Varela, Gustavo Guedes e Robson Dias. Duração: 89 minutos. Exibição em DVD. Classificação indicativa: 18 anos.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 30 de setembro a 5 de outubro de 2008

Terça-feira (30 de setembro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

Quarta-feira (1º de outubro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

Quinta-feira (2 de outubro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

Sexta-feira (3 de outubro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

21:00 – Projeto Raros (aguarde divulgação)

Sábado (4 de outubro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

Domingo (5 de outubro)

15:00 – Festival Escolar de Cinema Brasileiro (sessão fechada)

17:00 – Confissões de Olavo

19:00 – Confissões de Olavo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Atendendo a Pedidos a mostra dedicada a Murnau segue em exibição

Atendendo a pedidos do público, a Sala P. F. Gastal deixa mais uma semana em cartaz a mostra dedicada ao cineasta alemão F. W. Murnau, no ano em que se comemora seu 120º aniversário de nascimento (Murnau nasceu em 1888, na cidade de Bielefeld). A partir de terça-feira, dia 23 de setembro, até domingo, dia 28, estarão em cartaz os quatro títulos exibidos na primeira semana da mostra (Fausto, Tartufo, A Última Gargalhada e Nosferatu - Sinfonia de Horror), além de Aurora e Tabu, os dois filmes que Murnau dirigiu nos Estados Unidos.

PROGRAMAÇÃO

Fausto (Faust, 1926, 116 minutos) - Satã envia Mefistófeles à Terra para comprar a alma de Fausto. Considerada a melhor adaptação para o cinema da obra de Goethe, sua fotografia em preto & branco está entre os pontos altos do expressionismo alemão.

A Última Gargalhada (Der Letze Mann, 1924, 91 minutos) - Um grande estudo sobre a humilhação, que tem como um de seus trunfos a antológica atuação do ator Emil Jannings. A trama mostra os dramas de um porteiro de hotel berlinense (Jannings) que, por estar muito velho, é privado de seu uniforme elegante e torna-se zelador de banheiros. Humilhado, pensa em suicídio, enquanto sofre problemas de convivência no pobre alojamento que divide com a filha e seu noivo.

Nosferatu - Sinfonia de Horror (Nosferatu - Eine Symphonie des Grauens, 1922, 81 minutos) - Muito mais do que um mero filme de terror, o Nosferatu de Murnau logo seria aclamado como uma incontestável obra-prima do cinema. Um dos pilares do cinema expressionista alemão, estudado por críticos como Lotte Eisner e Siegfried Kracauer, Nosferatu - Sinfonia de Horror conta com uma impressionante atuação de Max Schreck, que teria sido "possuído" por seu personagem, fato que inspirou o diretor E. Elias Merhige a realizar o filme A Sombra do Vampiro (2000), sobre os bastidores da conturbada produção. Mas é no habitual virtuosismo da direção de Murnau que o filme continua se sustentando.

Tartufo (Herr Tartüff, 1925, 63 minutos) - A peça homônima de Molière é o ponto de partida para Murnau criar outro grande filme. Nesta original adaptação, o diretor coloca em cena uma governanta manipuladora, que cobiça a herança de um velho rico.

Aurora (Sunrise, 1927, 90 minutos)

Casal que vive no interior enfrenta crise conjugal, mas uma viagem à cidade grande irá levá-los à reconciliação. Filme que marcou a estréia de Murnau em Hollywood, foi um grande fracasso financeiro à época de sua estréia, apesar de ser considerado a obra-prima do diretor.

Tabu (Tabu, 1932, 90 minutos)

Último filme de Murnau, realizado no Taiti. O amor impossível entre um casal de nativos em imagens de notável plasticidade, nas quais o diretor explora a beleza dos corpos seminus de seu elenco, formado por atores não-profissionais.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 23 a 28 de setembro de 2008

Terça-feira (23 de setembro)

15:00 - Fausto

17:00 - A Última Gargalhada

19:00 - Tartufo

Quarta-feira (24 de setembro)

15:00 - Tartufo

17:00 - Fausto

19:00 - Aurora

Quinta-feira (25 de setembro)

15:00 - Fausto

17:00 - A Última Gargalhada

19:00 -Tabu

Sexta-feira (26 de setembro)

15:00 - A Última Gargalhada

17:00 - Fausto

19:00 - Aurora

Sábado (27 de setembro)

15:00 - Tabu

17:00 - Aurora

19:00 - Nosferatu - Sinfonia de Horror

Domingo (28 de setembro)

15:00 - Nosferatu - Sinfonia de Horror

17:00 - Fausto

19:00 - Tabu

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

CIRCUITO VIVO ARTE.MOV CHEGA A PORTO ALEGRE, COM ATIVIDADES NA SALA P. F. GASTAL

Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) recebe no próximo final de semana, nos dias 20 e 21 de setembro, o Vivo arte.mov – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis. O evento, que acontece também nas cidades de Brasília, Recife, Rio de Janeiro e Manaus, irá trazer a Porto Alegre um dos curadores do festival, Rodrigo Minelli, professor da UFMG e realizador, e terá palestras sobre novas tendências do audiovisual, oficinas de discussão de projetos e a exibição de trabalhos que fizeram parte da mostra competitiva Vivo arte.mov 2007 e de um documentário sobre o tema.

Com patrocínio da Vivo, o Vivo arte.mov – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis prioriza a utilização consciente das mídias móveis para fins de construção de formas de compartilhamento de conhecimento, acesso à informação e arte e inserção de experiências no espaço público, com uma programação que explora as possibilidades criativas de iniciativas nesse campo.

A mostra competitiva 2008 do Vivo arte.mov – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis está com inscrições abertas até 11 de outubro através do website www.artemov.net. Os selecionados concorrem a prêmios de até R$ 10 mil, podendo inscrever-se obras audiovisuais brasileiras com duração de 20 segundos a três minutos, concluídas no período de janeiro de 2007 a outubro de 2008 e realizadas em quaisquer tipos de mídia ou suporte na captação das imagens.

A edição 2008 do festival está programada para acontecer de 21 a 25 de novembro em Belo Horizonte e contará com presenças internacionais, como o alemão radicado em Nova York Trebor Schols, coordenador do Institute for Distributed Creativity e um dos mais reputados especialistas em arte colaborativa, comunidades e Internet 2.0.

Finalmente, de 26 de novembro a 7 de dezembro, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, está programado um simpósio internacional sobre mobilidade – com participação da belga Regine Debatty, notória por seu blog “we make money not art”, e a pesquisadora alemã Mirjam Strupeck (do projeto Urban Screens, que discute a inserção da arte no espaço público), acompanhado de uma oficina internacional com o coletivo Blast Theory e de uma exposição. O evento no MIS é uma parceria do arte.mov com o Prêmio Sérgio Motta.

Rodrigo Minelli, que acompanha a edição do evento em Porto Alegre, é Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP), mestre em Sociologia da Cultura (UFMG) e professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG na área de vídeo e novas tecnologias, além de coordenador da área de Artes Visuais/Mídia Arte do Festival de Inverno da UFMG. Atualmente coordena as atividades do Vivo arte.mov – Festival Internacional de Mídias Móveis, que se encontra em sua terceira edição. Dedica-se à pesquisa e experimentação em arte eletrônica, tendo sido curador, consultor, professor e diretor de vídeo em instituições como a Rede Minas de Televisão, o CRAV – Centro de Referência Audiovisual e o Festival de Inverno da UFMG.

Todas as atividades, que acontecem no sábado e domingo, nos horários das 15:00 e 17:00, são abertas ao público e têm entrada franca.

GRADE DE HORÁRIOS

20 e 21 de setembro de 2008

Sábado (20 de setembro)

15:00 – Vivo arte.mov – Palestra e oficina com Rodrigo Minelli (entrada franca)

17:00 – Vivo arte.mov – Exibição de filmes (entrada franca)

19:00 – Mostra 4 Vezes Murnau (Nosferatu - Sinfonia de Horror)

Domingo (21 de setembro)

15:00 – Vivo arte.mov – Palestra e oficina com Rodrigo Minelli (entrada franca)

17:00 – Vivo arte.mov – Exibição de filmes (entrada franca)

19:00 – Mostra 4 Vezes Murnau (Nosferatu - Sinfonia de Horror)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MURNAU NA SALA P. F. GASTAL




Na semana em que o festival de teatro Porto Alegre em Cena exibiu uma de suas principais atrações, o Fausto do diretor lituano Eimuntas Nekrosius, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro coloca em cartaz a mais célebre versão cinematográfica da obra de Goethe, o Fausto de F. W. Murnau, realizado em 1926. O filme faz parte de uma pequena mostra dedicada ao grande diretor alemão, no ano em que se comemora seu 120º aniversário de nascimento (Murnau nasceu em 1888, na cidade de Bielefeld). A partir de terça-feira, dia 16 de setembro, até domingo, dia 21, a mostra 4 Vezes Murnau permitirá ao espectador assistir na tela grande quatro obras-primas deste que é um dos grandes nomes do expressionismo alemão.

Nos dias 17, 18 e 19, excepcionalmente não haverá sessão às 19 horas, em função do espetáculo Os Bandidos, de Zé Celso Martinez Corrêa, programado para a Usina do Gasômetro. Nos dias 20 e 21 de setembro, nos horários das 15:00 e 17:00, a Sala P. F. Gastal recebe o evento Vivo arte.mov – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis.

PROGRAMAÇÃO

Fausto (Faust, 1926, 85 minutos) – Satã envia Mefistófeles à Terra para comprar a alma de Fausto. Considerada a melhor adaptação para o cinema da obra de Goethe, sua fotografia em preto & branco está entre os pontos altos do expressionismo alemão.


A Última Gargalhada (Der Letze Mann, 1924, 91 minutos) – Um grande estudo sobre a humilhação, que tem como um de seus trunfos a antológica atuação do ator Emil Jannings. A trama mostra os dramas de um porteiro de hotel berlinense (Jannings) que, por estar muito velho, é privado de seu uniforme elegante e torna-se zelador de banheiros. Humilhado, pensa em suicídio, enquanto sofre problemas de convivência no pobre alojamento que divide com a filha e seu noivo.
Nosferatu – Sinfonia de Horror (Nosferatu – Eine Symphonie des Grauens, 1922, 94 minutos) – Muito mais do que um mero filme de terror, o Nosferatu de Murnau logo seria aclamado como uma incontestável obra-prima do cinema. Um dos pilares do cinema expressionista alemão, estudado por críticos como Lotte Eisner e Siegfried Kracauer, Nosferatu – Sinfonia de Horror conta com uma impressionante atuação de Max Schreck, que teria sido “possuído” por seu personagem, fato que inspirou o diretor E. Elias Merhige a realizar o filme A Sombra do Vampiro (2000), sobre os bastidores da conturbada produção. Mas é no habitual virtuosismo da direção de Murnau que o filme continua se sustentando.
Tartufo (Herr Tartüff, 1925, 74 minutos) – A peça homônima de Molière é o ponto de partida para Murnau criar outra de suas obras-primas. Nesta original adaptação, o diretor coloca em cena um jovem que apresenta a seu avô um filme baseado no texto de Molière, a fim de revelar ao velho as semelhanças entre um amigo hipócrita e falso da família com o personagem da peça.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 16 a 21 de setembro de 2008

Terça-feira (16 de setembro)
15:00 – Fausto
17:00 – A Última Gargalhada
19:00 – Tartufo

Quarta-feira (17 de setembro)
15:00 – Tartufo
17:00 – Fausto

Quinta-feira (18 de setembro)
15:00 – Fausto
17:00 – A Última Gargalhada

Sexta-feira (19 de setembro)
15:00 – A Última Gargalhada
17:00 – Fausto

Sábado (20 de setembro)
15:00 – Vivo arte.mov – Palestra e oficina com Rodrigo Minelli (entrada franca)
17:00 – Vivo arte.mov – Exibição de filmes (entrada franca)
19:00 – Mostra 4 Vezes Murnau (Nosferatu – Sinfonia de Horror)

Domingo (21 de setembro)
15:00 – Vivo arte.mov – Palestra e oficina com Rodrigo Minelli (entrada franca)
17:00 – Vivo arte.mov – Exibição de filmes (entrada franca)

19:00 – Mostra 4 Vezes Murnau (Nosferatu – Sinfonia de Horror)


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O ÚLTIMO MOJICA SEGUE EM CARTAZ

Segue em cartaz o filme Encarnação do Demônio, dando mais uma chance ao público porto-alegrense de conhecer o novo filme de José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Encarnação do Demônio é o último capítulo da trilogia iniciada em 1964 com À Meia-Noite Levarei Sua Alma e seguida por Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de 1966. Mojica levou 40 anos para concluir este projeto, que chega às telas pelo esforço do produtor Paulo Sacramento e do roteirista e diretor Dennison Ramalho. Graças ao apoio de Sacramento e Ramalho, Mojica teve à sua disposição recursos à altura de sua delirante imaginação, o que deu origem a um dos filmes mais criativos do cinema brasileiro recente. Além de José Mojica Marins, no elenco de Encarnação do Demônio estão nomes como Jece Valadão (em sua última aparição nas telas), Milhem Cortaz, Cristina Aché, Helena Ignez, Débora Muniz e Zé Celso Martinez Corrêa.

Abaixo, crítica de Francis Vogner dos Reis sobre o filme, publicada na revista eletrônica Cinética (www.revistacinetica.com.br).

O despertar da besta

O ano de 2008 entra para a história do cinema brasileiro por dois acontecimentos singulares: o primeiro foi a estréia em circuito de Andrea Tonacci com Serras da Desordem, trinta e oito anos depois de seu Bang Bang, um clássico que nunca entrou em cartaz. O segundo é o retorno de José Mojica Marins à direção, com a volta de Zé do Caixão aos cinemas fechando a trilogia iniciada há quarenta e quatro anos. Mas será que algumas mudanças inevitáveis nesses quarenta anos seriam boas ou ruins para o Zé do Caixão e José Mojica Marins? Será que o diretor conseguiria adequar seu estilo, sua visão, ao modelo de produção atual? E talvez o que mais preocupava era a seguinte questão: Zé do Caixão, depois de tantos anos, não tenderia a uma caricatura grotesca e a influência de seus atuais parceiros (o roteirista Dennison Ramalho, os produtores irmãos Gullane e Paulo Sacramento, este também montador) não descaracterizaria seu cinema em favor de um abrandamento de suas qualidades mais marcantes, hoje consideradas ainda mais toscas e infames?

Pois o surpreendente em Encarnação do Demônio é que, apesar do esquema de produção diferente e dos parceiros de personalidade forte, o cinema do diretor está intacto. Hoje, optar por um cinema eminentemente pobre e radicalmente artesanal poderia ser uma declaração que o valor do cineasta estaria somente em suas condições de produção, não na originalidade de seu olhar. Portanto, a operação realizada em Encarnação do Demônio é semelhante a de Terra dos Mortos, de George Romero, em que deixa-se, naturalmente, de lado a produção mais modesta (não poderia ser diferente, a época é outra) e se afirma o gênio do diretor. Isso dá novo vigor à potência do personagem Zé do Caixão e seu universo, assim como aconteceu com Romero e seus zumbis.

Encarnação de Demônio é consciente de que nesses quarenta anos a figura do homem de cartola ganhou variações e extrapolou os filmes, fazendo parte da cultura popular sob outras variantes. O que talvez seja mais conhecido no Brasil nas últimas décadas é a figura engraçada dos programas de TV e das aparições públicas que lança pragas e aparece cercado de suas “pombagiras”, indo na contramão do personagem cinematográfico, um cético. O outro é aquele que se fez como uma sombra e uma figura autônoma do diretor José Mojica Marins, um duplo maligno, uma maldição, em que a grande vítima era o próprio diretor. Ele seria o antagonista de seu criador em alguns de seus filmes mais radicais como Delírios de um Anormal, Exorcismo Negro e aquele que é talvez o maior filme do cinema brasileiro: Ritual dos Sádicos (ou O Despertar da Besta). Este Zé do Caixão, dentro da própria diegese desses filmes, é um personagem irreal, uma imagem, um pesadelo.

Mas o Zé do Caixão que deu fama ao diretor e origem às variações é o coveiro Josefel Zanatas, o Zé do Caixão da trilogia À Meia Noite Levarei a Sua Alma, Esta Noite Encarnarei em teu Cadáver e deste Encarnação do Demônio, que é não é só o desfecho de uma trilogia, mas um acerto de contas. Uma das cenas é um flashback do final de Esta Noite Encarnarei em teu Cadáver, em que Zé do Caixão é perseguido pela população e acaba afundando em um pântano bendizendo Deus e a cruz. Só que agora essa cena se desdobra, com Zé saindo do pântano, matando o padre com a cruz e cegando um policial. Encarnação do Demônio é ultrajante sem pés atrás e sem as soluções redentoras que os anteriores foram obrigados a se sujeitar. Essa cena, que foi feita especialmente para Encarnação do Demônio, soma-se a outras (originais) dos dois filmes anteriores, e trata de criar uma ponte com eles – além de servir como uma introdução a quem ainda não conhece a trajetória do Zé do Caixão.

Mojica Marins, com a colaboração do seu co-roteirista Dennison Ramalho, tratou de reconstruir o personagem e sua mitologia para o mundo contemporâneo, o que é formidável, pois dá vazão a uma configuração social e cultural atual com crianças de rua, o poder paralelo dos policiais e a cultura sado-masoquista (não só do cinema). O filme leva em conta, além do Zé do Caixão personagem cinematográfico, a figura pop que se consolidou durante essas décadas, porque agora não é só mais um criminoso, mas um ídolo, com um séquito de seguidores jovens. O anormal virou uma referência nacional, um estimulador de taras, com direito a vassalos. Depois de anos preso, em razão de seus assassinatos e torturas, sai da cadeia e retoma sua busca da única verdade que acredita: a continuação do seu sangue por meio da mulher superior capaz de gerar seu filho perfeito. Só que o mundo que ele encontra pode ser tão ou mais perverso do que ele, e Zé identifica a saúde do mundo por intermédio do estado das crianças, cheirando cola ou sendo assassinadas por policiais. O homem comum, objeto de seu desprezo, continua covarde, supersticioso e servil.

Ritual dos sádicos

Todas essas qualidades (novas e antigas) só teriam força sob uma forma que lhes desse sentido além do choque que elas em si já representam. Apesar de todo o aparato, o que é realmente escandaloso é a impossibilidade de Mojica ser convencional. Não é nem uma escolha, mas uma condição. Esse universo não pode ser visto de modo brando, conciliado ou maquiado pelo requinte da tecnologia e do dinheiro do qual o diretor dispôs dessa vez. Como em todos os seus outros trabalhos, há uma brutalidade na decupagem, em que os planos e a sua sucessão não têm exatamente um objetivo funcionalista de dar prosseguimento à história ou construir uma situação de desenvolvimento clara e convincente. Essa disfunção torna suas cenas às vezes muito cruas, como o espancamento de Cristina Aché pelos policiais; a briga no bar da favela; ou as seqüências da perseguição dos policiais e do parque de diversão.

Se as cenas de torturas e sangue, por exemplo, escapam ao fetichismo (que é a sensação da série Jogos Mortais), é porque elas não são concebidas como uma câmara de tortura para um espectador voyeur e sádico, mas como um delírio, um pesadelo. O próprio personagem/diretor seria um maestro de cenas extremas, que impressionam mais pela plasticidade e agressão, do que pela mera e simples crueldade. Cenas como a mulher saindo da barriga do porco e a cena de sexo inundada por sangue, ou mesmo o purgatório com Zé Celso Martinez, aproximam mais o diretor da parceria Luis Buñuel e Salvador Dali do que desses recentes filmes de horror de tortura, porque o horror vem pela via das imagens absurdas (e até do sarcástico), não da mera representação da dor e da psicose.

Essa integridade do diretor não sobreviveria às concessões. Os efeitos especiais, por exemplo, sejam os artesanais do passado ou os digitais de hoje, sempre obedeceram a diretrizes bem específicas. Aqui eles não se fazem com uma impressão de realidade a partir da tecnologia digital, mas (sobretudo aqueles que se utilizam do preto e branco) aproveitam as suas possibilidades gráficas pra criar cenas irreais. Tudo isso está a serviço do conceito, não de um padrão. Tanto que nem sempre interessa ao diretor o que é explícito, como quando o policial atira em uma criança: não vemos o corpo da criança, caído atrás do carro, mas somente o policial disparando a arma. Para Mojica (e também para Zé do Caixão) não seria uma atitude correta mostrar uma imagem dessas. Diferente de muito cineasta levado a sério, Zé do Caixão não é vampiro.

Encarnação do Demônio finaliza um capítulo do cinema brasileiro. Um cinema que foi motivo de vergonha, de incômodo, de aborrecimento e que lutou (e luta) para poder, efetivamente, existir. Foram-se Glauber Rocha, Rogério Sganzerla e Jairo Ferreira, alguns dos primeiros defensores do cinema de José Mojica Marins. Seu filme tem o falecido Jece Valadão, Helena Ignez e Débora Muniz, representantes de três extratos diferentes do cinema nacional. O senhor José Mojica Marins conseguiu o que queria, apesar das estruturas e à revelia, talvez, de muita gente (hoje uma espécie de oposição “branca”). Gente que sequer viu os filmes sabe de cor e salteado da história de que “ele foi valorizado no exterior primeiro pra depois ser visto com seriedade aqui no Brasil” – o que não é bem verdade, já que nas décadas de 60 e 70 ele foi defendido por (pouca) gente de valor. Esse papo furado (falsamente) afirmativo de que era trash e hoje é cult equivale a dizer que seu trabalho é lixo, mas que hoje tem sua graça por ser pitoresco. Existem aqueles ainda, críticos sobretudo, que tentam disfarçar o nojo “argumentando”, tão e somente, que os filmes do Zé do Caixão não são do seu gosto ou que são supervalorizados por um clubinho. O que representa uma mudança, porque depois de tanto tempo, o repudio explícito se tornou dissimulação cínica.

Pois graças a Mojica e seus colaboradores pode-se acreditar, nem que seja por um instante, que nem sempre estamos sujeitos a ciclos de fracasso. Em um ano que tivemos Cleópatra, de Julio Bressane, Falsa Loura, de Carlos Reichenbach e Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, a última parte da trilogia de Zé do Caixão tem o mérito de não ser só um retorno esperado há quatro décadas, mas um filme enorme. Encarnação do Demônio lava a alma de cinqüenta anos de cinema brasileiro.

Francis Vogner dos Reis

GRADE DE HORÁRIOS

Terça-feira (9 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

Quarta-feira (10 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

Quinta-feira (11 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

Sexta-feira (12 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

Sábado (13 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

Domingo (14 de setembro)

15:00 – 17:00 –19:00 horas

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

CÃES RAIVOSOS - O último filme de Mario Bava é a atração do Projeto Raros



O projeto Raros exibe nesta sexta-feira, dia 5 de setembro, às 21 horas, o filme Cães Raivosos (Cani Arrabbiati/Rabid Dogs), do mestre do horror italiano Mario Bava.
Último filme dirigido por Bava, Cães Raivosos foi rodado em 16mm, em 1978, apenas cinco anos antes de sua morte. Devido a problemas com os produtores, Bava não conseguiu concluir o projeto, que só seria finalizado em 1998, quando os negativos foram encontrados e o filme pode ser finalmente editado, tal como Bava o imaginou, a partir de anotações deixadas por ele. Lamberto Bava, filho do diretor e seu assistente no filme, acompanhou a edição final.

A trama de Cães Raivosos mostra um grupo de ladrões truculentos que, após um violento assalto, fazem uma mulher de refém, e obrigam um senhor de carro, com uma criança doente a bordo, a dirigir com segurança até o local onde pretendem dividir o produto do assalto.Cães Raivosos será exibido em uma cópia em DVD, com legendas em português. A sessão tem entrada franca e será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.


Cães Raivosos
(Cani Arrabbiati/Rabid Dogs). Itália, 1974/1998. Direção de Mario Bava. Com Riccardo Cucciolla, Don Backy, Lea Lander e Maurice Poli. Colorido. Duração: 96 minutos.