segunda-feira, 11 de agosto de 2008

BIG - A Metróple no Século XXI


A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, ao longo de cinco semanas, promoveu em dois espaços na Usina do Gasômetro (Sala P. F. Gastal e Galeria Lunara) uma ampla discussão sobre a vida nas grandes cidades. O evento incluiu uma mostra reunindo nove filmes – com destaque para duas pré-estréias, uma de um filme estrangeiro, Shortbus, e outra de uma elogiada produção brasileira, O Signo da Cidade –, uma exposição dos artistas paulistas Ricardo Schetty e Pier Balestrieri e uma exibição de videoarte do artista belga Ben Marzys (ambas na Galeria Lunara, no quinto andar da Usina do Gasômetro).

Shortbus, de John Cameron Mitchell, é uma cultuada produção americana sobre os relacionamentos afetivo-sexuais na Nova York do século XXI. Um filme ousado e transgressor, que se apresenta como um manifesto político contra os anos sombrios da era Bush, o filme teve sua pré-estréia no dia 16 de abril, às 19 horas, na Sala P. F. Gastal. Após a sessão, houve um debate com o ator Jay Brannan, um dos protagonistas do filme. Na ocasião, Brannan conversou com o público sobre o processo de criação de Shortbus, cujo roteiro contou a colaboração direta dos atores na elaboração de suas ousadas seqüências.

Na quinta-feira, dia 17 de abril, às 19:30, Brannan, que também é músico veio especialmente de Nova York para apresentar o filme, fez um pocket show no palco da Sala P. F. Gastal.

Já no dia 23 de abril aconteceu a pré-estréia do filme brasileiro O Signo da Cidade, de Carlos Alberto Riccelli. Um retrato contemporâneo de São Paulo, a partir dos encontros e desencontros amorosos de um grupo de personagens que procuram sobreviver na maior cidade da América do Sul. O coquetel de lançamento, às 19 horas, contou com a presença do diretor Carlos Alberto Riccelli e da roteirista e atriz Bruna Lombardi, protagonista do filme.

Além de Shortbus e O Signo da Cidade, a mostra de filmes inclui duas produções inéditas em Porto Alegre, o longa de animação francês Renaissance, de Christian Volckman, e o documentário brasileiro Sábado à Noite, de Ivo Lopes Araújo. As dificuldades nos relacionamentos amorosos nas grandes cidades, as sombrias visões do futuro e o medo provocado pelas ameaças terroristas em centros como Londres e Nova York são alguns dos aspectos abordados pelos filmes programados, oferecendo um variado painel que revela como o cinema contemporâneo está representando a vida na metrópole no século XXI, seja no registro do documentário, da ficção científica, da animação ou do drama conjugal.

MOSTRA DE FILMES

Shortbus, de John Cameron Mitchell. Estados Unidos, 2006, 101 minutos.

Um grupo de personagens excêntricos que costuma se encontrar em um clube nova-iorquino revela os novos modos e possibilidades de relacionamentos afetivo-sexuais no século XXI. Exibição em 35mm.

O Signo da Cidade, de Carlos Alberto Riccelli. Brasil, 2007, 95 minutos.

Em São Paulo, uma astróloga comanda um programa noturno de rádio, funcionando como ligação entre várias histórias e personagens, cada um deles representando diferentes aspectos da vida na grande metrópole. Exibição em 35mm (sessão única).

Renaissance, de Christian Volckman. França/Luxemburgo/Inglaterra, 2006, 105 minutos.

Paris, ano 2054. Uma cidade labiríntica, em que todos os movimentos dos indivíduos são monitorados, e a beleza e a juventude são os valores máximos da sociedade. Elogiado desenho animado de ficção-científica, em preto e branco, apresentando uma visão sombria do futuro na capital francesa. Exibição em 35mm.

Crash – Estranhos Prazeres (Crash), de David Cronenberg. Canadá/Inglaterra, 1996, 100 minutos.

Em um futuro não muito distante, um grupo de pessoas dedica-se a jogos sexuais envolvendo carros, excitando-se com a velocidade e a possibilidade de acidentes. Inspirado no romance homônimo de J. G. Ballard, uma perturbadora reflexão sobre as mudanças que a tecnologia e a vida nas grandes cidades provocam nas sensibilidades individuais. Exibição em DVD (sessão única), com legendas em espanhol.

2046 – Os Segredos do Amor, de Wong Kar-wai. China/França/Alemanha/Hong Kong, 2004, 129 minutos.

Escritor tranca-se em quarto de hotel para escrever um romance de ficção científica, que se passa no ano de 2046, mesmo número do quarto onde está hospedado. Nesta espécie de continuação de Amor à Flor da Pele, Kar-wai realiza uma ciranda amorosa envolvendo seu protagonista e quatro mulheres, numa Hong Kong futurista e melancólica. Exibição em 35mm.

Cloverfield – Monstro, de Matt Reeves. Estados Unidos, 2008, 85 minutos.

A cidade de Nova York é devastada por um monstro, cujo ataque será registrado por uma câmera amadora. Um filme eletrizante, que metaforiza a crescente paranóia norte-americana em relação às ameaças de novos ataques terroristas. Exibição em 35mm.

Extermínio 2, de Juan Carlos Fresnadillo. Inglaterra/Espanha, 2007, 99 minutos.

Meses depois de ter sido devastada por um vírus que transformou sua população em mortos-vivos, Londres começa a ser repovoada. Uma falha no sistema de segurança, no entanto, faz com que o vírus volte a se manifestar, com resultados ainda mais devastadores. Exibição em 35mm.

Sábado à Noite, de Ivo Lopes Araújo. Brasil, 2007, 60 minutos.

Uma noite de sábado na cidade de Fortaleza, uma das capitais de crescimento populacional mais acelerado do país. Realizado para o projeto Doc TV, o documentário de Ivo Lopes Araújo causou enorme polêmica quando de sua exibição na capital cearense, devido à sua radical experimentação. Premiado no Festival de Tiradentes. Exibição em DVD.

Le Weekend, de Timothy Smith. Inglaterra, 2007, 15 minutos.

Um estudante francês de cinema vai passar o final de semana em Londres. Guiado por um jovem que conhece na rua e sempre com uma câmera na mão, acaba entrando em contato com um lado desconhecido da cidade e dele próprio. Exibição em DVD.

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