terça-feira, 21 de outubro de 2008

A ÁSIA CONTEMPORÂNEA EM CARTAZ NA USINA DO GASÔMETRO

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre dá início a partir da próxima terça-feira, dia 28 de outubro, ao projeto Ásia: A Nova Onda Oriental, reunindo uma mostra de nove filmes (sendo quatro deles inéditos no Brasil) e uma exposição do artista suíço Beat Streuli. A mostra de filmes acontece na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro e se estende até 9 de novembro. Já a exposição de Streuli – que irá mostrar na Galeria Lunara (no quinto andar da Usina do Gasômetro) um slide show e um vídeo realizados na China – inaugura no dia 6 de novembro, ficando em cartaz até 7 de dezembro.

Desde fins do século passado, as economias asiáticas vêm ganhando novo impulso, despertando crescente interesse por seu espantoso crescimento, traduzido não apenas pela farta demanda e produção de bens de consumo em geral, mas também por sua renovada produção de bens culturais. Em face disso, o Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC, Bernardo José de Souza, decidiu investir numa programação que pudesse “investigar o fenômeno asiático através do audiovisual, buscando compreender os matizes culturais desta parcela do Oriente em emergência”. Segundo Souza, “a familiaridade com estes povos milenares e com suas produções no campo da arte contemporânea se torna, a um só tempo, antídoto contra o isolacionismo ocidental e oportunidade para ganhar fôlego e pegar a nova onda que vem do Oriente”.

BEAT STREULI
De nacionalidade suíça, o artista Beat Streuli elegeu o deslocamento entre as metrópoles como sua rota de atuação. A partir de viagens constantes a algumas das mais representativas cidades do planeta – Tóquio, Nova Iorque, Telaviv etc. –, ele compõe vastos painéis onde figuram rostos perdidos em meio às multidões, justapostos em impressões fotográficas de dimensões tão grandiosas quanto uma muralha construída no deserto da Jordânia ou em slide shows que alternam expressões faciais em múltiplas combinações aparentemente aleatórias.

Em sua larga maioria pedestres absortos, alheios à câmera que os registra em momentos de distração ou profunda reflexão íntima, os objetos de Streuli são pessoas comuns, anônimas, que surgem na obra do artista como figurantes na orquestração maior das vidas humanas. O resultado destas composições constitui um quase “não-trabalho”, isto é, um registro distanciado e minimalista de homens e mulheres em suas peregrinações, coordenados por motivos tão subalternos e mundanos quanto nos impõem as rotinas cotidianas nas grandes cidades mundiais.

Em Porto Alegre, Streuli apresenta dois de seus mais recentes trabalhos, ambos feitos em Guanzhou, na China. Uma projeção fotográfica e um vídeo rodado em uma estação de trem serão exibidos na Galeria Lunara, formando um mosaico de rostos humanos reveladores das angústias, esperanças e anseios da população que hoje mais cresce no planeta. O coquetel de abertura da exposição de Streuli acontece no dia 6 de novembro, às 19:30, com a presença do artista. Já no dia 7, também às 19:30, Streuli estará na Sala P. F. Gastal, conversando com o público sobre o seu trabalho.

MOSTRA DE FILMES

A parte cinematográfica do evento Ásia: A Nova Onda Oriental inclui uma mostra reunindo nove títulos de produção recente, quatro deles inéditos no Brasil, que ilustram o vigor do cinema oriental contemporâneo, atual sensação no circuito internacional de festivais.

A seleção de filmes contempla diretores do Japão, da China, da Coréia do Sul e da Tailândia, com destaque para nomes como Jia Zhang-ke (considerado o grande nome do cinema chinês contemporâneo), Apichatpong Weerasethakul (que deu notoriedade internacional ao cinema tailandês), Hou Hsiao-hsien e Bong Joon-ho (que assinou O Hospedeiro, o maior sucesso de público do cinema coreano, que levou 14 milhões de espectadores às salas de exibição). Apesar dos prêmios conquistados nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim, boa parte desses filmes e autores permanecem desconhecidos no Brasil, o que torna a realização desta mostra um dos eventos cinematográficos mais importantes do ano na capital gaúcha.

Programação

Dolls (Dolls), de Takeshi Kitano (Japão, 2002, 109 minutos)

Em seu filme mais estilizado, o diretor Takeshi Kitano intercala três histórias de amor extremo no Japão contemporâneo, usando como contraponto o teatro de bonecos Bunraku, uma arte milenar japonesa. Exibição em 35mm.

Em Busca da Vida (Sanxia Haoren), de Jia Zhang-ke (China/Hong Kong, 2006, 108 minutos)

Em torno da gigantesca represa de Três Gargantas, homem e mulher procuram por seus antigos companheiros, que os haviam abandonado.
Exibição em 35mm.

O Hospedeiro (Gwoemul), de Bong Joon-ho (Coréia do Sul, 2006, 119 minutos)

Monstro sai de um rio e espalha terror nas ruas de Seul. Um sucesso de crítica e público, que levou 14 milhões de espectadores aos cinemas na Coréia do Sul.
Exibição em 35mm.

Lady Vingança (Chinjeolhan Geumjassi), de Park Chan-wook (Coréia do Sul, 2005, 112 minutos)

Uma mulher se entrega como sendo culpada pelo seqüestro e morte de um garoto de seis anos, para impedir que seu namorado seja preso. Condenada a 13 anos de prisão, ela decide se vingar dele quando descobre estar sendo traída. Último capítulo da trilogia sobre vingança dirigida por Park Chan-Wook, formada ainda por Mr. Vingança e Old Boy.
Exibição em 35mm.

Mal dos Trópicos (Sud Pralad), de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia/França/Alemanha/Itália, 2004, 120 minutos)

O romance entre um soldado e um trabalhador rural e a misteriosa relação entre um homem e um tigre numa floresta, em filme que consagrou o cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul. Exibição em 35mm. Apenas duas sessões. Legendas eletrônicas em português.

Millennium Mambo (Qian Xi Man Po), de Hou Hsiao-hsien (Taiwan, 2001, 119 minutos)

Vicky, uma jovem atraente, envolve-se com dois homens no submundo de Taipei.
Exibição e
m 35mm. Apenas duas sessões. Legendas eletrônicas em português.

Ninguém Pode Saber (Dare Mo Shinarai), de Hirokazu Kore-eda (Japão, 2004, 141 minutos)

Na cidade de Tóquio, mulher abandona os quatro filhos à própria sorte em apartamento localizado em prédio que proíbe a presença de famílias numerosas.
Exibição em 35mm.

Síndromes e um Século (Sang Sattawat), de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia/França/Áustria, 2006, 105 minutos)

Dois médicos vivem experiências semelhantes na Tailândia, um na área rural e outro na cidade grande.
Exibição em 35mm. Apenas duas sessões. Legendas eletrônicas em português.

Three Times, de Hou Hsiao-hsien (Taiwan, 2005, 132 minutos)

O mesmo casal de atores vive três diferentes histórias de amor, em três tempos distintos, 1911, 1966 e 2005.
Exibição em 35mm. Apenas duas sessões. Legendas eletrônicas em português.


GRADE DE HORÁRIOS

Primeira Semana
28 de outubro a 2 de novembro de 2008

Terça-feira (28 de outubro)

17:00 – O Hospedeiro
19:30 – Millennium Mambo

Quarta-feira (29 de outubro)

17:00 – O Hospedeiro
19:30 – Síndromes e um Século

Quinta-feira (30 de outubro)

17:00 – O Hospedeiro
19:30 – Three Times

Sexta-feira (31 de outubro)

17:00 – O Hospedeiro
19:30 – Mal dos Trópicos

Sábado (1º de novembro)

15:00 – O Hospedeiro
17:00 – Mal dos Trópicos
19:30 – Three Times

Domingo (2 de novembro)

15:00 – O Hospedeiro
17:00 – Millennium Mambo

19:30 – Síndromes e um Século

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