sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Jodorowsky na Sala P. F. Gastal

A Sala P. F. Gastal recebe a partir de terça-feira, dia 2 de março, uma programação reunindo filmes do cultuado cineasta chileno Alejandro Jodorowsky.
Promovida pelo SESC, a Mostra Jodorowsky exibe os quatro primeiros trabalhos desse visionário artista, há muitos anos radicado na França: o curta-metragem A Gravata (1957) e os longas Fando e Lis (1968), El Topo (1970) e A Montanha Sagrada (1973). Com sessões nos horários das 15:00 e 19:00, a mostra tem entrada franca. Na quinta-feira, 5 de março, após a exibição do filme A Montanha Sagrada, acontece um debate sobre a obra do diretor com a participação do críticos de cinema Cristian Verardi, Thomaz Albornoz e Marcus Mello (os dois últimos estiveram com Jodorowsky em 2004 e 2007, participando das tradicionais leituras de tarô que o mestre costuma promover).

Já na sessão das 17:00 a Sala P. F. Gastal segue exibindo o documentário brasileiro Crítico, de Kleber Mendonça Filho. Ingressos a R$ 3,00 e R$ 6,00.

PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA JODOROWSKY

Os quatro filmes reunidos na mostra ilustram bem as razões pelas quais os fãs de Alejandro Jodorowsky costumam cultuá-lo como o mais original e iconoclasta de todos os cineastas. Sua visão de mundo delirante é traduzida num minucioso trabalho de direção de arte, com cenários e figurinos de grande impacto visual. Também chama a atenção a forma como o diretor usa animais em cena, fazendo desfilar pela tela cobras, hipopótamos, elefantes, lagartos, crocodilos, cobras, zebras, tigres, criando um autêntico bestiário cinematográfico.

Além dos filmes reunidos na programação, a filmografia do diretor inclui ainda os longas Tusk (1980), Santa Sangre (1989) e O Ladrão do Arco-íris (1990), seu último trabalho no cinema. Desde então, Jodorowsky dedica-se a outras atividades, como o estudo do tarô (foi responsável pela restauração do Tarô de Marselha), a literatura e as histórias em quadrinhos.

A Gravata (Le Cravate). França, 1957, 21 minutos.

Versão muda de um conto do escritor Thomas Mann sobre uma garota que vende cabeças. Com roteiro de Jean Cocteau, este curta era considerado perdido, mas teve uma de suas cópias recentemente descoberta na Alemanha. Para Jodorowsky, esta que foi sua primeira experiência cinematográfica mostra que “um artista deve ser como Cocteau, esquizofrênico, pois necessita ser muitas pessoas ao mesmo tempo, não apenas uma”. Exibição em DVD.


Fando e Lis (Fando y Lis). México, 1968, 93 minutos.

O impotente Fando e sua namorada paralítica Lis viajam em busca da cidade encantada de Tar, atravessando desertos escaldantes e montanhas traiçoeiras. A princípio concebido como uma livre adaptação de uma performance escrita pelo dramaturgo Fernando Arrabal, o filme acompanha dois personagens perdidos que transitam lastimosamente por labirínticos caminhos de incomunicabilidade. Exibição em DVD.

El Topo. México, 1970, 124 minutos.

Envolto numa roupagem alegórica e repleto de cifrados simbolismos, o filme narra as andanças de um pistoleiro através do deserto, numa epopéia surrealista que inaugurou a moda das sessões malditas na cidade de Nova York, as famosas “midnight movies”, que logo se espalhariam pelo mundo. Exibição em DVD.

A Montanha Sagrada (The Holy Mountain). México, 1973, 113 minutos.

O próprio Jodorowsky interpreta o papel de um alquimista que reúne um grupo de pessoas – cada uma delas representando um planeta do Sistema Solar – para uma jornada iniciática. Ovacionado no Festival de Cannes de 1973, o filme foi produzido com o auxílio os Beatles, que eram fãs do trabalho do diretor. Exibição em DVD;


Grade de Horários
Semana de 2 a 7 de março de 2010


Terça-feira (2 de março)

15:00 – A Montanha Sagrada
17:00 – Crítico
19:00 – El Topo


Quarta-feira (3 de março)

15:00 – Fando e Lis (acompanha o curta A Gravata)
17:00 – Crítico
19:00 – El Topo

Quinta-feira (4 de março)

15:00 – A Montanha Sagrada
17:00 – Crítico
19:00 – A Montanha Sagrada , sessão seguida de debate com os críticos Cristian Verardi, Thomaz Albornoz e Marcus Mello

Sexta-feira (5 de março)

15:00 – Fando e Lis (acompanha o curta A Gravata)
17:00 – Crítico
19:00 – A Montanha Sagrada

Sábado (6 de março)

15:00 – A Montanha Sagrada
17:00 – Crítico
19:00 – Fando e Lis (acompanha o curta A Gravata)

Domingo (7 de março)

15:00 – Fando e Lis (acompanha o curta A Gravata)
17:00 – Crítico
19:00 – El Topo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Documentário coloca a crítica em discussão


Como os cineastas reagem à crítica? O crítico consegue ser imparcial mesmo quando o criticado vive na mesma cidade (e eventualmente é seu amigo?), como a crítica recebe críticas? Estas são algumas das questões levantadas pelo documentário Critico, de Kleber Mendonça Filho, que estreia na Sala P. F. Gastal na próxima terça-feira, dia 23 de fevereiro.

Exibido no Festival de Gramado em 2008 e em março de 2009 em Porto Alegre, na abertura do evento O Estado da Crítica (numa única sessão), finalmente o documentário de Kleber Mendonça Filho entra em cartaz na cidade, quase dois anos após a sua primeira exibição no Estado. O filme reúne entrevistas com cineastas e críticos de cinema de várias nacionalidades, colhidas pelo diretor (que também é crítico de cinema do Jornal do Comércio de Recife, além de cineasta premiado internacionalmente por curtas como Vinil Verde, Eletrodoméstica e, mais recentemente, Recife Frio) ao longo de uma década. Assíduo frequentador de festivais como Cannes e Berlim, Mendonça Filho conseguiu depoimentos reveladores de diretores como Gus Van Sant, Elia Suleiman, Walter Salles, Tom Tykwer, Fernando Meirelles e Eduardo Coutinho, entre tantos outros, além de ouvir críticos de algumas das mais renomadas publicações internacionais. Estes depoimentos são combinados a cenas de arquivo, que muitas vezes funcionam como comentários irônicos em relação ao que está sendo dito pelos entrevistados. O resultado final acaba indo além da mera relação cineasta X crítico de cinema. Além das reflexões suscitadas pelo filme servirem para qualquer área do exercício crítico (literatura, música, teatro, artes plásticas), o que Kleber Mendonça Filho coloca em dicussão é a complexidade envolvida em torno daquilo que se convencionou chamar de juízo de valor. É isto que torna Crítico atraente para qualquer espectador interessado em filmes que, além de entretenimento, provoquem a reflexão.

A estréia de Crítico em Porto Alegre tem o apoio da ACCIRS, a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. O filme será apresentado em três sessões diárias, às 15h, 17h e 19h. Ingressos a R$ 6,00 e R$ 3,00. Exibições em 35mm.

Crítico. Direção de Kleber Mendonça Filho. Brasil, 2008. Duração: 80 minutos. Roteiro: Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux. Música: DJ Dolores. Exibição em 35mm.

GRADE DE HORÁRIOS
Semana de 23 a 28 de fevereiro de 2010

Terça-feira (23 de fevereiro)
15:00 – Crítico
17:00 – Crítico
19:00 – Crítico

Quarta-feira (24 de fevereiro)
19:00 – Crítico
20:30 – Mostra de Vídeos de Dança – Intercâmbio Chile/Brasil

Quinta-feira (25 de fevereiro)
15:00 – Crítico
17:00 – Crítico
19:00 – Crítico

Sexta-feira (26 de fevereiro)
15:00 – Crítico
17:00 – Crítico
19:00 – Crítico

Sábado (27 de fevereiro)
15:00 – Crítico
17:00 – Crítico
19:00 – Crítico

Domingo (28 de fevereiro)
15:00 – Crítico
17:00 – Crítico
19:00 – Crítico

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Aliens de Distrito 9 invadem a Sala P F Gastal

A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) segue exibindo a elogiada produção de ficção-científica Distrito 9, de Neill Blomkamp.

Este original thriller de ficção científica, produzido por Peter Jackson e idealizado pelo estreante diretor sul africano Neill Blomkamp, revelou-se uma das grandes surpresas cinematográficas de 2009, angariando quatro indicações ao Oscar 2010, incluindo melhor filme e melhor roteiro adaptado. Quando uma gigantesca espaçonave sofre uma pane sobre Johanesburgo, os guetos da cidade passam a ser habitados por criaturas de outro planeta. A forçada coexistência entre as espécies se transforma em algo caótico, tornando os estranhos seres alvo das manifestações racistas e xenófobas que costumam afligir as minorias. Após entrar em contato com uma misteriosa substância alienígena, Wikus Van De Merve (Sharlto Copley), o humano responsável por despejar os aliens de uma área conhecida como “Distrito 9”, tem sua vida transformada num pesadelo kafkiano, e torna-se a chave de acesso para a cobiçada tecnologia extraterrestre.

Ao utilizar uma ocupação alienígena como analogia para revelar os conflitos de uma sociedade embasada na segregação racial, Distrito 9 suscitou fantasmas da antiga política social da África do Sul, recriando o regime do apartheid através de uma curiosa inversão de valores. Os alienígenas servem de pretexto para o diretor Neill Blomkamp realizar uma breve e violenta análise sobre a natureza humana.
Distrito 9 permanece em cartaz na Sala P. F. Gastal até 21 de fevereiro, em três sessões diárias, 15h, 17h e 19h. Ingressos a R$ 6,00 e R$ 3,00.

As Quatro Indicações ao Oscar de Distrito 9

Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição,

Melhores Efeitos Visuais

Distrito 9 (District 9). EUA/Nova Zelândia, 2009. Direção de Neill Blomkamp. Com Sharlto Copley e Vanessa Haywood. Duração: 112 minutos.

GRADE DE HORÁRIOS
de 17 a 21 de fevereiro de 2010


De 13 a 16 de fevereiro – Recesso Carnaval

17 de fevereiro (quarta-feira)

15:00 – Distrito 9
17:00 – Distrito 9
19:00 – Distrito 9

18 de fevereiro (quinta-feira)

15:00 – Distrito 9
17:00 – Distrito 9
19:00 – Distrito 9

19 de fevereiro (sexta-feira)

15:00 – Distrito 9
17:00 – Distrito 9
19:00 – Distrito 9

20 de fevereiro (sábado)

15:00 – Distrito 9
17:00 – Distrito 9
19:00 – Distrito 9

21 de fevereiro (domingo)

15:00 – Distrito 9
17:00 – Distrito 9
19:00 – Distrito 9

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Comédia Clássica de Lubitsch em cartaz no Raros

O projeto Raros da Sala P. F. Gastal (Usina do Gasômetro – 3º andar) realiza na próxima sexta-feira, 5 de fevereiro, às 19:00, a sua primeira sessão de 2010, exibindo um clássico dos anos 40, a comédia Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be), de Ernst Lubitsch.

Para muitos críticos, trata-se da obra-prima do alemão Lubitsch (1892-1947), cujo cinema irônico e sofisticado teria atingido o seu ápice com esta demolidora sátira ao nazismo, realizada em plena Segunda Guerra Mundial.

A trama de Ser ou Não Ser é ambientada em Varsóvia, durante a ocupação alemã, e mostra uma trupe de teatro que participa de um complô dos aliados para enganar os nazistas. Carole Lombard e Jack Benny vivem o casal de atores em crise cujos embates matrimoniais são temperados por uma troca de identidades que os levará a arriscar sua pele para salvar a Polônia do jugo de Hitler. Espectadores atentos irão notar que toda a movimentada sequência final no teatro serviu de modelo para Quentin Tarantino realizar o clímax de Bastardos Inglórios. Além de Tarantino, outro dos admiradores do filme é o comediante Mel Brooks, que produziu e estrelou ao lado de sua então esposa Anne Bancroft uma refilmagem de Ser ou Não Ser em 1983, dirigida por Alan Johnson.

Uma das maiores estrelas de seu tempo, a atriz Carole Lombard morreu num trágico acidente de avião antes da estreia do filme. Casada com o galã Clark Gable, com quem formava o casal dourado de Hollywood nos anos 40, Lombard unia beleza com um talento único para a comédia.
Ser ou Não Ser será exibido numa cópia em DVD, com legendas em português.
A entrada é franca.

Ser ou Não Ser (To Be or Not To Be), de Ernst Lubitsch. EUA, 1942. Com Carole Lombard, Jack Benny, Robert Stack e Lionel Atwill. Preto e branco. Duração: 99 minutos.