quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Exibições especiais de Mitã e Trampolim do Forte no domingo


Neste domingo, 02 de novembro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove duas sessões comentadas na programação especial em homenagem a 60ª Feira do Livro de Porto Alegre. Às 17h será exibido o documentário Mitã, de Lia Mattos e Alexandre Basso, e às 19h, Trampolim do Forte, de João Rodrigo Mattos. Após as sessões, acontecem debates com os diretores e integrantes da equipe. A entrada é gratuita.  

O documentário Mitã, produzido pelo Espaço Imaginário, com direção de Lia Mattos e Alexandre Basso, traz um olhar poético sobre a cultura da infância, transitando sobre temas como educação, ludicidade, espiritualidade e a cultura popular, inspirados no pensamento de Lydia Hortélio, Agostinho da Silva e Fernando Pessoa.
O filme Trampolim do Forte, do diretor baiano João Rodrigo Mattos, expõe uma narrativa visceral e mágica da realidade das crianças que vivem nos entornos do Porto da Barra, em Salvador, marcadas por uma amizade intensa, tão presente quanto o turismo sexual e o trabalho infantil. O longa tem no elenco Marcélia Cartaxo, Luis Miranda e Zéu Britto, além de um grande elenco infantil.
MITÃ
Documentário, Brasil, 2013, 52’
Mitã. Criança brasileira. O ser humano em sua dimensão criadora transcende o tempo despertando para as possibilidades de um “Mundo Novo”. Uma poética da infância inspirada por Fernando Pessoa, Agostinho da Silva e Lydia Hortélio, trazendo importantes ideias sobre educação, natureza, espiritualidade e a Cultura da Criança.
Direção, Roteiro e Montagem: Lia Mattos e Alexandre Basso
Produção: Espaço Imaginário
Fotografia: Alexandre Basso
TRAMPOLIM DO FORTE
Longa Metragem / 35mm / Ficção
Brasil, 90 MIN, 2010
Escrito e Dirigido por João Rodrigo Mattos
Produzido por DocDoma Filmes / Brasil
Co-produzido por UD Film / Alemanha
Classificação Etária: 16 anos
Distribuição: Pipa Distribuidora
O Trampolim do Forte é o mágico local onde, através dos saltos, Déo e Felizardo buscam a força necessária para enfrentar a sua dura realidade.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O cinema educativo de Eric Rohmer



Entre os dias 28 de outubro e 13 de novembro, a Sala P. F. Gastal exibe dentro da programação especial da  60ª Feira do Livro de Porto Alegre um ciclo com  oito filmes educativos que Eric Rohmer, um dos principais nomes da Nouvelle Vague, realizou para a televisão francesa nos anos 1960, contemplando uma série de autores literários, como Cervantes, Victor Hugo e Edgar Allan Poe. Com exibição em DVD com legendas em português, o ciclo tem o apoio da Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e da distribuidora Canopé.

Apesar de ter iniciado sua carreira como diretor na mesma época que François Truffaut, Jean-Luc Godard e outros expoentes da Nouvelle Vague, Eric Rohmer só se tornou conhecido como realizador cerca de uma década depois da eclosão do movimento, quando seu quarto longa-metragem, Minha Noite com Ela, de 1969, foi indicado à Palma de Ouro em Cannes e ao Oscar de melhor roteiro original. Antes disso, ele já havia dirigido dois longas-metragens, O Signo do Leão e A Colecionadora, que inclusive ganhara o Prêmio Especial do Júri em Berlim, e alguns curtas. Porém, pouco sabido é que uma série de documentários realizados por Rohmer para a TV francesa na década de 1960 teve papel decisivo na sua formação enquanto diretor. Trata-se de uma série de documentários didáticos produzidos pelo Centro Nacional de Documentação Pedagógica (CNDP). Nesta série de filmes-ensaio, Rohmer reflete sobre a arte, sobre o belo, sobre a condição humana e, acima de tudo, sobre o papel das imagens.  Essa coleção reúne oito desses documentários dirigidos por Rohmer entre os anos de 1964 e 1969.


PROGRAMA 1

AS CONTEMPLAÇÕES DE VICTOR HUGO
Les Contemplation de Victor Hugo (França 1966)/25’.
Confrontação poemas de Hugo nos dois últimos livros  de Contemplações com as paisagens de Jersey, onde ele escreveu. Textos de Victor Hugo lidos por Antoine Vitez.

EDGAR POE: HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS
Les histoires extraordinaires d'Edgar Poe (Canadá, França 1965)/24’.

Feito por Eric Rohmer em homenagem a Edgar Allan Poe (1809-1849), este filme é baseado no ensaio "Eureka" (1848) em que o poeta pretende falar com lirismo e cientificidade "da Física do Universo, Metafísica e Matemática.”

O HOMEM E AS IMAGENS
L'Homme et les Images (França 1967).
Com Jean Rouch, Jean-Luc Godard, René Clair /34’.

Uma série de entrevistas com René Clair, Jean Rouch e Jean-Luc Godard sobre temas diversos: a técnica cinematográfica e sua história, do mudo ao falado, a arte do espetáculo, o teatro, o cinema, o romance, a escritura e a imagem, o público, a televisão...


PROGRAMA 2

OS PERSONAGENS DE LA BRUYÈRE
Les caractères de La Bruyère (França 1965)/22’.

Atores encarnam retratos diferentes de personagens de La Bruyère de um texto com narração em um cenário de castelo.

PERCEVAL OU O CONTO DO GRAAL
Perceval ou le conte du Graal (França 1965)/23’.

Descoberta e leitura de grandes passagens do romance de Perceval por Chrétien de Troyes ilustrado pelas miniaturas conservadas pela Biblioteca Nacional da França.

DON QUIXOTE DE CERVANTES
Don Quichotte de Cervantes (França 1965)/23’.

O espetáculo tenta mostrar como a ilustração tem tanto enriquecido quanto empobrecido nosso conhecimento do romance. Enriquecido porque nos mostrou como o físico dos personagens controla o caráter cômico da obra e seu simbolismo. Empobrecido porque ela negligencia, especialmente desde o século XIX e em favor dos protagonistas, a descrição do tempo e do ambiente, promovendo assim condensações e adaptações abusivas

PROGRAMA 3

LOUIS LUMIÈRE
França 1968/66’.
Com Henri Langlois, Jean Renoir

Para falar do cinema dos Lumière, do cinema dos começos e dos começos do cinema, de que vemos alguns trechos, Rohmer convidou apenas duas pessoas, que dialogam: Jean Renoir, o maior cineasta francês na opinião de Rohmer e de tantos outros e Henri Langlois, o guardião da memória do cinema, o inventor da cinefilia, no sentido mais nobre do termo. Nem um nem o outro consideram o cinema dos Lumière "primitivo".


GRADE DE HORÁRIOS
28 de outubro a 12 de novembro de 2014


28 de outubro (terça)

15:00 – Pele de Asno, de Jacques Demy (100 minutos)
17:00 – Julie Kristeva, Estranha Estrangeira (60 minutos)
19:00 – Eric Rohmer Educativo 1 (90 minutos)

29 de outubro (quarta)

15:00 –  Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
17:00 –  Michel Tournier, Robinson e Seu Duplo (47)
18:00 – Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (52 minutos)
19:00 – Caninos Brancos, de Randal Klaiser (109 minutos)


30 de outubro (quinta)

15:00 – Escritor de O, de Pola Rapaport (80 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 2 (75 minutos)
19:00 – Temos Razão de Nos Revoltar 1 e 2 (90 minutos), de André Waskman (104 minutos)


31 de outubro (sexta)

15:00 – Eric Rohmer Educativo 1 (90 minutos)
17:00 –Jean Cocteau, Autorretrato de um Desconhedido, de Edgardo Cozarinsky (68)
20:30 – O Mágico de Oz com show do Pink Floyd Dark Side of The Moon

1 de novembro (sábado)
15:00 – Alice, de Jan Svankmajer (88 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
19:00 – Sessão Aurora (French Cancan, de Jean Renoir)


2 de novembro (domingo)
15:00 – Oliver Twist, de David Lean (115 minutos)
17:00 – Mitã, seguido de debate com os diretores
19:00 – O Trampolim do Forte, seguido de debate com a equipe

4 de novembro (terça)
17:30 – Temos Razão de Nos Revoltar 1 e 2, de André Waskman (104 minutos)


5 de novembro (quarta)
17:30 –  Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (60 minutos)
19:00 – Julie Kristeva, Estranha Estrangeira (60 minutos)
20:00 – Lançamento da HQ Kassandra - Versos do Silêncio e da Loucura

6 de novembro (quinta)
17:30 – Marguerite como em Si Mesma, de Dominique Auvray  (60 minutos)
19:00 –  Escritor de O, de Pola Rapaport (80 minutos)

7 de novembro (sexta)
17:30 – Alice, de Jan Svankmajer (88 minutos)
19:00 – Michel Tournier, Robinson e Seu Duplo (47 minutos)
20:00 – Projeto Raros: Les Bons Débarras, de Francis Mankiewicz

8 de novembro (sábado)

PROGRAMAÇÃO FECHADA

9 de novembro (domingo)
15:00 – Pele de Asno, de Jacques Demy (100 minutos)
17:00 – Convenção das Bruxas, de Nicolas Roeg (90 minutos)
19:00 - A Morte do Jovem Aviador (45) + Escrever (44), de Benoit Jacquot


11 de novembro (terça)
15:00 – Eric Rohmer Educativo 2 (75 minutos)
17:00 – Oliver Twist, de David Lean (116 minutos)
19:00 – Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (60 minutos)
20:30 – Sessão Plataforma

12 de novembro (quarta)
15:00 – Caninos Brancos, de Randal Kleiser (109 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
18:00 – Marguerite como em Si Mesma, de Dominique Auvray  (60 minutos minutos)
19:00 – Jean Cocteau, Autorretrato de um Desconhecido, de Edgardo Cozarinsky (68 minutos)
20:15 – Pré-lançamento do documentário Navegando em Português em Edmonton, de Julio Munhoz (30 minutos)



Clássico de Jean Renoir em 35mm na Sessão Aurora





Neste sábado, 1º de novembro, às 19h, a Sessão Aurora exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) uma cópia em 35mm de French Cancan, clássico de 1954 do cineasta francês Jean Renoir. Após a projeção, acontece um debate com os editores do Zinematógrafo. Com entrada franca, a sessão tem apoio da Embaixada da França, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français

A sessão de French Cancan marca o lançamento da décima primeira edição do Zinematógrafo, fanzine impresso com críticas e ensaios sobre cinema. 




Em 1890, o Cancan ainda está na moda, mas nem os shows da dançarina Lola ajudam o Café Le Paravent Chinois a sair da decadência. Henri, amante de Lola e dono do Café, tem a ideia de popularizar a dança no bairro boêmio de Montmarte. Ele conhece Nina, uma lavadeira com o dom natural da dança. Os problemas começam quando Lola fica enciumada com a presença de Nina. 

Inspirado no desenho de Toulouse-Lautrec, com uma riqueza pictórica raramente vista no cinema, French CanCan é a primeira produção francesa de Jean Renoir após o retorno à Europa, depois de exílio forçado no estouro da Segunda Guerra Mundial, em 1939. 

O ano de 2014 marca as comemorações de 120 anos do nascimento de Jean Renoir. Iniciando no período silencioso, o diretor toma um caminho singular já na década de 1930, realizando alguns filmes, como A Cadela (1931) e Boudou Salvo das Águas (1932), que remetem à poesia singela das primeiras bobinas dos Lumière e, ao mesmo tempo, antecipam a abertura ao esboço do cinema italiano do pós-guerra e da Nouvelle Vague. Ainda nessa década, cria algumas de suas obras mais célebres como A Grande Ilusão (1937) e A Regra do Jogo (1939), o último antes do exílio. Subestimada, a fase norte-americana de Renoir revela grandes filmes como Diário de uma Camareira (1946), refilmado por Luis Buñuel, e o noir praiano Mulher Desejada (1947). Nos anos 1950, realiza o influente Rio Sagrado (1951), todo filmado na Índia, iniciando um trabalho impressionante com a cor que se intensificará nas obras seguintes, A Carruagem de Ouro (1952) e Franch Cancan (1954). Eternizado com o apelido de “patrão”, dado por Jacques Rivette, um de suas crias mais inspiradas da Nouvelle Vague, Renoir morreu em 1979, já aclamado como o principal nome da história do cinema francês. 

SESSÃO AURORA
01/11
19:00

FRENCH CANCAN
Direção: Jean Renoir
1954
102 minutos
Cor
35mm
Elenco: 
Jean Gabin, Françoise Arnoul, María Félix, Anna Amendola, Jean-Roger Caussimon







O Mágico de Oz e The Dark Side of the Moon no dia das bruxas




Nesta sexta-feira, 31 de outubro, às 20h30, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove a sessão especial The Dark Side of The Oz, com a exibição do blu-ray restaurado de O Mágico de Oz, de Victor Fleming, e execução ao vivo do famoso disco do Pink Floyd em sincronia com o filme. O valor do ingresso da sessão-show é R$ 15,00.  

Tornou-se uma lenda urbana do Rock a famosa sincronia entre o filme O Mágico de Oz, que completa 75 anos em 2014, e o álbum Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Seria proposital, ou mera coincidência? Seguindo a linha do Cine Boemia, em que Max Sudbrack acompanha filmes clássicos ao piano ao estilo das exibições do cinema silencioso, O The Dark Side of the Oz é um projeto que mistura um show de Pink Floyd ao vivo, projeção de cinema e a sincronia mítica entre as duas obras. Com Arthur Tabbal na guitarra e voz, Gabriel Sacks na bateria e voz, e Max Sudbrack no teclado e baixos, o trio se apresenta nas casas noturnas de Porto Alegre com essa proposta peculiar de cinema-show, que também inclui a parte final de 2001: Uma Odisséia no Espaço com Echoes, a obra prima do disco Meddle, além de outros números do repertório Floydiano.

O Mágico de Oz



Em Kansas, Dorothy (Judy Garland) vive em uma fazenda com seus tios. Quando um tornado ataca a região, ela se abriga dentro de casa. A menina e seu cachorro são carregados pelo ciclone e aterrisam na terra de Oz, caindo em cima da Bruxa Má do Leste e a matando. Dorothy é vista como uma heroína, mas o que ela quer é voltar para Kansas. Para isso, precisará da ajuda do Poderoso Mágico de Oz que mora na Cidade das Esmeraldas. No caminho, ela será ameaçada pela Bruxa Má do Oeste (Margaret Hamilton), que culpa Dorothy pela morte de sua irmã, e encontrará três companheiros: um Espantalho (Ray Bolger) que quer ter um cérebro, um Homem de Lata (Jack Haley) que anseia por um coração e um Leão covarde (Bert Lahr) que precisa de coragem. Será que o Mágico de Oz conseguirá ajudar todos eles?

The Dark Side of the Moon

The Dark Side of the Moon é o oitavo álbum de estúdio da banda britânica de rock progressivo Pink Floyd, lançado em 24 de março de 1973. O disco marca uma nova fase no som da banda, com letras mais pessoais e instrumentais menores. Os temas explorados na obra são variados e pessoais, incluindo cobiça, doença mental e envelhecimento, inspirados principalmente pela saída de Syd Barrett, integrante que deixou o grupo em 1968 depois que sua saúde mental se deteriorou. O conceito básico do disco foi desenvolvido quando a banda estava em turnê, e muito do novo material foi apresentado ao vivo, muito antes de ser gravado. A banda produziu o trabalho no Abbey Road Studios de Londres em diferentes sessões em 1972 e 1973 ao lado do produtor Alan Parsons, diretamente responsável pelo desenvolvimento dos elementos sonoros mais exóticos presentes no disco, e a capa, que traz um prisma sendo atingido por um feixe de luz o transformando em um arco-íris, foi desenvolvida para representar a iluminação de palco da banda, o conteúdo íntimo das letras e para atender os pedidos da banda por um trabalho "simples e marcante".

  
THE DARK SIDE OF THE OZ
Exibição + show
31/10
20:30
R$ 15,00
Arthur Tabbal - Guitarras, Voz
Gabriel Sacks - Bateria e Voz

Max Sudbrack -  Teclas e Voz




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Programação especial em homenagem a 60ª Feira do Livro



Entre os dias 28 de outubro e 12 de novembro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta uma série de ciclos celebrando a 60ª Feira do Livro de Porto Alegre, com exibições especiais, uma mostra de documentários sobre escritores franceses, seis adaptações de histórias infanto-juvenis e os ensaios cinematográficos que o mestre Eric Rohmer realizou para televisão francesa nos anos 1960.  


AS SESSÕES ESPECIAIS


31/10 – 20:30 Dark Side of the Oz: exibição no dia das bruxas de O Mágico de Oz, que comemora setenta anos em 2014, com acompanhamento ao vivo da banda Dark Side of the Moon, em sincronia com o filme. Ingresso: R$ 15,00. 

01/11 – 19:00 Sessão Aurora especial 120 anos de Jean Renoir, com exibição da cópia em 35mm de French Cancan e debate com os editores do Zinematógrafo. Entrada franca. 

02/11 – 17:00 Exibição do documentário sobre o universo infantil Mitã, de Alexandre Basso e Lia Gomes, com a presença dos diretores.Entrada franca
 
02/11 – 19:00 Exibição do filme O Trampolim do Forte, de João Rodrigo Mattos, com a presença da equipe.Entrada franca

05/11 – 20:00 Lançamento da história em quadrinhos Kassandra - Versos do Silêncio e da Loucura, com arte e texto de Roger Monteiro, adaptação do curta-metragem Kassandra, de Ulisses da Motta Costa, que será exibido na noite. Entrada franca

07/11 – 20:00 Projeto Raros exibe o clássico do Canadá, país homenageado da Feira do Livro, Les Bons Débarras, de Francis Mankiewicz. A sessão será comentada pelo professor, montador e cineasta Milton do Prado, que viveu no país e fez mestrado em Cinema na Concordia University, em Montreal. Entrada franca

12/11  20:15 Pré-lançamento do documentário Navegando em Português em Edmonton, do brasileiro-canadense Julio Munhoz, com trilha sonora originalmente composta pela musicista gaúcha Giovana Bervian, sobre comunidades de fala portuguesa vivendo na cidade de Edmonton, extremo oeste do Canadá.  Entrada franca
  

RELEITURAS DE HISTÓRIAS INFANTO-JUVENIS

O tema da Feira do Livro deste ano é a infância. Ao longo da mostra, serão exibidos seis longas-metragens baseados em histórias infanto-juvenis. Entre eles, a sinistra versão de Alice (1988), do animador tcheco Jan SvankmajerOliver Twist(1948), adaptação de David Lean para o memorável romance de Charles Dickens, a versão de Randal Klaiser para o clássico Caninos Brancos (1991), de Jack London, e Pele de Asno (1970), obra-prima de Jacques Demy comCatherine Deneuve interpretando a protagonista do conto de fadas de Charles Perrault.  

Alice, de Jan Svankmajer
(Alice, Tchecoslováquia, 1988, 88 minutos)
Quando Alice seguiu o Coelho Branco no País das Maravilhas, iniciou-se assim uma surpreendente e perigosa aventura onírica pelo mundo infanto-juvenil. O animador tcheco Jan Svankmajer criou uma obra-prima, interpretando de maneira mais surreal e absurda possível o clássico conto de Lewis Caroll. Combinando técnicas de animação e atores reais, ele deu uma nova e fascinante dimensão para uma das melhores fantasias já escritas até então. Exibição em DVD.

 Caninos Brancos, de Randal Klaiser
(White Fang, Estados Unidos, 1991, 109 minutos)
 Órfão vai para o Alasca em busca de uma mina de ouro deixada pelo pai. Em sua viagem, ele trava amizade com um mineiro veterano e com um lobo, que o ajudarão em sua aventura. Terceira versão da obra de Jack London. Exibição em DVD.

Convenção das Bruxas, de Nicolas Roeg
(The Witches, Inglaterra, 1990, 91 minutos)
Luke é um garoto de nove anos que precisa frustrar os planos de uma sociedade de bruxas que pretende transformar todas as crianças do mundo em ratos. E não será nada fácil: elas já conseguiram transformá-lo! Porém, algumas bruxas más podem não ser páreo para um roedorzinho cheio de recursos. Exibição em DVD.

Oliver Twist, de David Lean
(Oliver Twist, Inglaterra, 1948, 115 minutos)

Junto com Grandes Esperanças, outra versão definitiva de um romance de Dickens, dirigida por David Lean (Desencanto). O jovem órfão Oliver (John Howard Davies) é mandado para um reformatório, é castigado, perseguido, mas encontra num velho trapaceiro chamando Fagin (Alec Guiness), a falsa ilusão da liberdade. Este o ensinará a roubar e a sobreviver num mundo de canalhas e ladrões onde parece não existir qualquer bondade. Apoiado em sua maestria técnica, Lean cria um retrato amargo e poético da Inglaterra vitoriana. Exibição em DVD.

Pele de Asno, de Jacques Demy

(Peau D’âne, França, 1970, 100 minutos)

Num reino distante, a rainha em seu leito de morte fez o rei prometer que só voltaria a se casar com uma mulher que fosse mais linda do que ela. Mas em todo o reino, apenas uma pessoa era dotada de tal beleza: sua própria filha. Desesperada, a princesa pede ajuda à sua fada madrinha, que a aconselha a pedir presentes de casamento cada vez mais impossíveis de se encontrar para retardar a união. A princesa consegue escapar ao seu triste destino escondida sob uma pele de asno e passa a viver numa modesta cabana na floresta como criada. Até que, um belo dia, um príncipe nota sua beleza. Baseado no conto de fadas de Charles Perrault.
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O CINEMA EDUCATIVO DE ÉRIC ROHMER


Exibição dos oito filmes educativos que Eric Rohmer, um dos principais nomes da Nouvelle Vague, para a televisão francesa nos anos 1960, contemplando uma série de autores literários, como Cervantes, Victor Hugo e Edgar Allan Poe. Com exibição em DVD com legendas em português, o ciclo tem o apoio da Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e da distribuidora Canopé.

Apesar de ter iniciado sua carreira como diretor na mesma época que François Truffaut, Jean-Luc Godard e outros expoentes da Nouvelle Vague, Eric Rohmer só se tornou conhecido como realizador cerca de uma década depois da eclosão do movimento, quando seu quarto longa-metragem, Minha Noite com Ela, de 1969, foi indicado à Palma de Ouro em Cannes e ao Oscar de melhor roteiro original. Antes disso, ele já havia dirigido dois longas-metragens, O Signo do Leão e A Colecionadora, que inclusive ganhara o Prêmio Especial do Júri em Berlim, e alguns curtas. Porém, pouco sabido é que uma série de documentários realizados por Rohmer para a TV francesa na década de 1960 teve papel decisivo na sua formação enquanto diretor. Trata-se de uma série de documentários didáticos produzidos pelo Centro Nacional de Documentação Pedagógica (CNDP). Nesta série de filmes-ensaio, Rohmer reflete sobre a arte, sobre o belo, sobre a condição humana e, acima de tudo, sobre o papel das imagens.  Essa coleção reúne oito desses documentários dirigidos por Rohmer entre os anos de 1964 e 1969.


PROGRAMA 1

AS CONTEMPLAÇÕES DE VICTOR HUGO
Les Contemplation de Victor Hugo (França 1966)/25’.
Confrontação poemas de Hugo nos dois últimos livros  de Contemplações com as paisagens de Jersey, onde ele escreveu. Textos de Victor Hugo lidos por Antoine Vitez.

EDGAR POE: HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS
Les histoires extraordinaires d'Edgar Poe (Canadá, França 1965)/24’.

Feito por Eric Rohmer em homenagem a Edgar Allan Poe (1809-1849), este filme é baseado no ensaio "Eureka" (1848) em que o poeta pretende falar com lirismo e cientificidade "da Física do Universo, Metafísica e Matemática.”

O HOMEM E AS IMAGENS
L'Homme et les Images (França 1967).
Com Jean Rouch, Jean-Luc Godard, René Clair /34’.

Uma série de entrevistas com René Clair, Jean Rouch e Jean-Luc Godard sobre temas diversos: a técnica cinematográfica e sua história, do mudo ao falado, a arte do espetáculo, o teatro, o cinema, o romance, a escritura e a imagem, o público, a televisão...


PROGRAMA 2

OS PERSONAGENS DE LA BRUYÈRE
Les caractères de La Bruyère (França 1965)/22’.

Atores encarnam retratos diferentes de personagens de La Bruyère de um texto com narração em um cenário de castelo.

PERCEVAL OU O CONTO DO GRAAL
Perceval ou le conte du Graal (França 1965)/23’.

Descoberta e leitura de grandes passagens do romance de Perceval por Chrétien de Troyes ilustrado pelas miniaturas conservadas pela Biblioteca Nacional da França.

DON QUIXOTE DE CERVANTES
Don Quichotte de Cervantes (França 1965)/23’.

O espetáculo tenta mostrar como a ilustração tem tanto enriquecido quanto empobrecido nosso conhecimento do romance. Enriquecido porque nos mostrou como o físico dos personagens controla o caráter cômico da obra e seu simbolismo. Empobrecido porque ela negligencia, especialmente desde o século XIX e em favor dos protagonistas, a descrição do tempo e do ambiente, promovendo assim condensações e adaptações abusivas

PROGRAMA 3

LOUIS LUMIÈRE
França 1968/66’.
Com Henri Langlois, Jean Renoir

Para falar do cinema dos Lumière, do cinema dos começos e dos começos do cinema, de que vemos alguns trechos, Rohmer convidou apenas duas pessoas, que dialogam: Jean Renoir, o maior cineasta francês na opinião de Rohmer e de tantos outros e Henri Langlois, o guardião da memória do cinema, o inventor da cinefilia, no sentido mais nobre do termo. Nem um nem o outro consideram o cinema dos Lumière "primitivo".

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GRANDES NOMES DA ESCRITA FRANCESA

Em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français, aSala P. F. Gastal apresenta um ciclo com vários documentários sobre grandes nomes da escrita francesa, entre eles Jean Cocteau, Marguerite Duras, Albert Camus, Pauline Reage e Jean-Paul Sartre.


Albert Camus, Uma Tragédia da Felicidade
Albert Camus, une tragédie du bonheur (França 1998).
De Jean Daniel, Joel Calmettes. Documentário em cores/52’.

Albert Camus é abordado aqui sob um ângulo pessoal e sensível: o da questão da felicidade e da dimensão trágica da vida. Descobrimos suas obras graças ao esclarecimento íntimo marcado pelo comentário de Jean Daniel. Exibição em DVD com legendas em português


Escritor de O
Écrivain d’O (França 2004).
De Pola Rapaport. Documentário em cores/80’.

Ecrivain d’O nos permite descobrir Pauline Reage, a autora de Histoire d’O (História de O), que se escondeu atrás de um pseudônimo de um escritor desconhecido. Seu segredo, bem guardado durante quarenta anos, finalmente foi descoberto em 1994. Na fronteira entre o documentário e a ficção, este filme mistura imagens de arquivo, de entrevistas com personalidades relacionadas à saga do livro, assim como recriações fictícias de algumas cenas do romance. Exibição em DVD com legendas em espanhol


Michel Tournier, Robinson e Seu Duplo
Michel Tournier, Robinson et son double (França 1997).
De Max Armanet. Documentário em cores/47’.

Michel Tournier dedica-se à "profissão de escritor" no seu presbitério do vale de Chevreuse. Seu universo, colocado sob a manifestação do clone, funde-se com a (re)leitura dos mitos para explorar os fantasmas contemporâneos. Exibição em DVD com legendas em português.

Julia Kristeva, Estranha Estrangeira
Julia Kristeva, étrange étrangère (França 2005).
De François Caillat. Documentário em cores/60’.

Teórica em literatura, linguista, psicanalista e romancista, Julia Kristeva encarna a figura da intelectual perfeita. De Paris a Sofia, da Ilha de Ré ao Mar Negro, o filme acompanha uma personalidade dinâmica e explora o movimento de uma ideia. Encontro com esta mulher de múltiplas identidades, que situa a linguagem no centro de sua reflexão. Exibição em DVD com legendas em português.

Escrever
Écrire (França 1993).
De Benoit Jacquot. Com Marguerite Duras. Documentário em cores/43’.

Escrever é a continuação da experiência iniciada no filme A Morte do Jovem Aviador Inglês, onde a Marguerite Duras debate com Benoît Jacquot sobre a relação com o processo de escrita, a solidão e a casa onde ela escreveu O Vice-Cônsul e O Arrebatamento de Lol V. Stein. Exibição em DVD com legenda em português.

A Morte do Jovem Aviador Inglês
La Mort du jeune aviateur anglais (França 1993).
De Benoit Jacquot. Com Marguerite Duras. Documentário em cores/36’.

A Morte do Jovem Aviador Inglês conta a história de um aviador britânico do qual Marguerite Duras descobriu a sepultura nas proximidades de Deauville. Não sabemos bem onde começa a ficção da romancista, mas a narração de Duras é de uma autenticidade notável. Uma veracidade manifesta na escritura espontânea, brilhantemente captada pelas lentes de Benoit Jacquot. Onde a escritura direta de Marguerite Duras interage perfeitamente com a técnica sem artifícios do realizador. Exibição em DVD com legenda em português.

Marguerite como em si Mesma
Marguerite telle qu'en elle-même (França 2001).
De Dominique Auvray. Documentário em cores/61’.

Uma das mais belas evocações de "Marguerite Duras, mulher das letras" como ela diz. Diz também que faz filmes porque não possui força de não fazer nada. Bonita, livre, politizada, assombrada por sua história pessoal, prometendo não se esquecer de nada, Duras está sempre presente. Tal qual ela mesmo, é o seu rosto, seu sorriso, sua diversão, sua impertinência que nos revela o espelho de uma outra mulher, aquela que dirige seu primeiro filme. Uma sábia desordem cronológica e uma montagem sem intenção de homenagear nos conduz ludicamente até uma lenda mundialmente conhecida mas sempre um pouco desconhecida. DVD com legendas em inglês.

Jean Cocteau, Autorretrato de um Desconhecido

Jean Cocteau, autoportrait d'un inconnu (França 1985).
De Edgardo Cozarinsky. Documentário em preto e branco/68’.

A trama desse filme é dada pela voz e pela mão do poeta que ata e desata seu traço para passar da escrita ao desenho. Exibição em DVD com legendas em espanhol.


Temos Razão de nos Revoltar: Em Direção ao Engajamento
On a Raison de se Révolter I. Vers L´Engagement J-P Sartre (França 1991).
De André Waskman. Documentário em cores/52’.

O autor propõe uma biografia política de Jean-Paul Sartre, símbolo do engajamento político dos intelectuais. Após a publicação de O Ser e o Nada, ele estará presente em todas as frentes de batalha, e seu percurso o levará a simpatias pelo comunismo, e a posições anti-colonialistas, passando pelo maoísmo. Finalmente de volta à esquerda, ele irá lutar até o fim.O filme traça o perfil deste personagem que foi antes de tudo alguém que estimulava o espírito crítico de seus leitores, começando pelo seu próprio. Exibição em DVD com legendas em português.

Temos Razão de nos RevoltarDo Comunismo ao Maoísmo
On a Raison de se Révolter II. Du Communisme au Maoisme J-P Sartre (França 1991).
De André Waskman. Documentário em cores/52’.

O autor propõe uma biografia política de Jean-Paul Sartre, símbolo do engajamento político dos intelectuais. Após a publicação de O Ser e o Nada, ele estará presente em todas as frentes de batalha, e seu percurso o levará a simpatias pelo comunismo, e a posições anti-colonialistas, passando pelo maoísmo. Finalmente de volta à esquerda, ele irá lutar até o fim.O filme traça o perfil deste personagem que foi antes de tudo alguém que estimulava o espírito crítico de seus leitores, começando pelo seu próprio. Exibição em DVD com legendas em português


GRADE DE HORÁRIOS
28 de outubro a 12 de novembro de 2014


28 de outubro (terça)

15:00 – Pele de Asno, de Jacques Demy (100 minutos)
17:00 – Julia Kristeva, Estranha Estrangeira (60 minutos)
19:00 – Eric Rohmer Educativo 1 (90 minutos)

29 de outubro (quarta)

15:00 –  Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
17:00 –  Michel Tournier, Robinson e Seu Duplo (47)
18:00 – Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (52 minutos)
19:00 – Caninos Brancos, de Randal Klaiser (109 minutos)


30 de outubro (quinta)

15:00 – Escritor de O, de Pola Rapaport (80 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 2 (75 minutos)
19:00 – Temos Razão de Nos Revoltar 1 e 2 (90 minutos), de André Waskman (104 minutos)


31 de outubro (sexta)

15:00 – Eric Rohmer Educativo 1 (90 minutos)
17:00 – Jean Cocteau, Autorretrato de um Desconhedido, de Edgardo Cozarinsky (68)
20:30 – O Mágico de Oz com show do Pink Floyd Dark Side of The Moon

1 de novembro (sábado)
15:00 – Alice, de Jan Svankmajer (88 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
19:00 – Sessão Aurora (French Cancan, de Jean Renoir)


2 de novembro (domingo)
15:00 – Oliver Twist, de David Lean (115 minutos)
17:00 – Mitã, seguido de debate com os diretores
19:00 – O Trampolim do Forte, seguido de debate com a equipe

4 de novembro (terça)
17:30 – Temos Razão de Nos Revoltar 1 e 2, de André Waskman (104 minutos)


5 de novembro (quarta)
17:30 –  Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (60 minutos)
19:00 – Julia Kristeva, Estranha Estrangeira (60 minutos)
20:00 – Lançamento da HQ Kassandra - Versos do Silêncio e da Loucura

6 de novembro (quinta)
17:30 – Marguerite como em Si Mesma, de Dominique Auvray  (60 minutos)
19:00 –  Escritor de O, de Pola Rapaport (80 minutos)

7 de novembro (sexta)
17:30 – Alice, de Jan Svankmajer (88 minutos)
19:00 – Michel Tournier, Robinson e Seu Duplo (47 minutos)
20:00 – Projeto Raros: Les Bons Débarras, de Francis Mankiewicz

8 de novembro (sábado)

PROGRAMAÇÃO FECHADA

9 de novembro (domingo)
15:00 – Pele de Asno, de Jacques Demy (100 minutos)
17:00 – Convenção das Bruxas, de Nicolas Roeg (90 minutos)
19:00 - A Morte do Jovem Aviador (45) + Escrever (44), de Benoit Jacquot


11 de novembro (terça)
15:00 – Eric Rohmer Educativo 2 (75 minutos)
17:00 – Oliver Twist, de David Lean (116 minutos)
19:00 – Albert Camus – Uma Tragédia da Felicidade (60 minutos)
20:30 – Sessão Plataforma

12 de novembro (quarta)
15:00 – Caninos Brancos, de Randal Kleiser (109 minutos)
17:00 – Eric Rohmer Educativo 3 (60 minutos)
18:00 – Marguerite como em Si Mesma, de Dominique Auvray  (60 minutos minutos)
19:00 – Jean Cocteau, Autorretrato de um Desconhecido, de Edgardo Cozarinsky (68 minutos)
20:15 – Pré-lançamento do documentário Navegando em Português em Edmonton, de Julio Munhoz (30 minutos)