sexta-feira, 1 de março de 2013

SALA P. F. GASTAL RETOMA PROGRAMAÇÃO COM CLÁSSICOS TRANSGRESSORES DO CINEMA NACIONAL

Superoutro, de Edgard Navarro
A Sala P. F. Gastal retoma sua programação a partir de terça-feira, 5 de março, com uma mostra de filmes brasileiros que têm em comum a irreverência, a originalidade e a inventividade formal de seus realizadores. Intitulada Clássicos Transgressores do Cinema Nacional, a mostra reúne filmes dos diretores Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Ozualdo Candeias, Carlos Reichenbach, André Luiz Oliveira, José Mojica Marins, Edgard Navarro, Ruy Guerra, Djalma Limongi Batista e Ivan Cardoso, e conta com o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema nacional de qualidade.

A programação inclui 12 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e é uma oportunidade rara para o público conhecer títulos muito comentados mas pouco vistos, como o cultuado Superoutro, de Edgard Navarro, e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (considerado o primeiro filme a abordar abertamente a questão da homessexualidade no cinema brasileiro), além de rever na tela grande obras marcantes da história do cinema brasileiro, como Os Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha e Filme Demência.


PROGRAMAÇÃO

LONGAS




O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1968, 92 minutos)
Marginal paulista coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados. Conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona.
Acompanha o curta Brasil (1981), de Rogério Sganzerla.  


Bang Bang, de Andrea Tonacci (Brasil, 1970, 85 minutos)
O ator de um filme em realização vive sem distinção a sua realidade pessoal e a ficção de seu personagem. Busca um sentido e uma saída daquela situação enquanto é perseguido por bandidos, um mágico, uma fantasia amorosa, um bêbado, sua auto-imagem.... A comicidade, os motivos da perseguição, as situações, os personagens, a cenografia, os diálogos e a trilha sonora, que utiliza temas conhecidos de outros filmes, remetem a símbolos, metáforas e à recusa da possível lógica narrativa, permitindo ao espectador uma sensação análoga à do personagem central.


Os Cafajestes, de Ruy Guerra (Brasil, 1962, 90 minutos)
Jandir, um rapaz de origem pobre, e Vavá, seu amigo playboy, vivem no submundo de drogas e sexo de Copacabana. Desesperado diante da perspectiva de perder sua mesada, já que seu pai banqueiro está falido, Vavá propõe a Jandir um plano para chantagear o tio, que tem uma amante. Filme que provocou escândalo à época de seu lançamento por trazer o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado pela atriz Norma Bengell.



Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins (Brasil, 1967, 107 minutos)
O funerário Jozefel Zanatas (Zé do Caixão) procura pela “Mulher Superior”, com a qual espera gerar o “Filho Perfeito”, ser que esteja acima dos seres humanos normais e que perpetue seu sangue. Em sua procura, tortura e mata as mulheres que julga inferiores, bem como qualquer um que se interponha em seu caminho. Acompanha o curta O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso.


A sessão do dia 8 de março será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.
  


Filme Demência, de Carlos Reichenbach (Brasil, 1985, 90 minutos)
Após assistir impotentemente à falência de sua pequena indústria de cigarros, Fausto mergulha no interior de si mesmo. Rompe com Doris, a esposa infiel, rouba o revólver do zelador do prédio em que mora, e sai pela noite de São Paulo em busca de Mira-Celi, seu paraíso imaginário. Uma original releitura do mito de Fausto pelo cineasta Carlos Reichenbach, em filme que é considerado sua obra-prima. Prêmio de melhor direção no Festival de Gramado.
  


A Margem, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1967, 91 minutos)
Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais populares, o filme aborda o dia a dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê, sob o ponto de vista de quatro personagens. Eles observam uma mítica mulher que desce o rio em uma canoa. Acompanha o curta Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias.





Meteorango Kid – Herói Intergalático, de André Luiz Oliveira (Brasil, 1969, 80 minutos)
O filme narra, de maneira anárquica e irreverente, as aventuras de Lula, um estudante universitário, no dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada, mostra, sem rodeios, o perfil de um jovem desesperado, representante de uma geração oprimida pela ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade passiva e hipócrita. O anti-herói intergalático atravessa este labirinto cotidiano através das suas fantasias e delírios libertários, deixando atrás de si um rastro de inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis.



MÉDIAS E CURTAS

Brasil, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1981, 13 minutos)
Captado durante a gravação do décimo disco de João Gilberto, intitulado Brasil,  gravado no cinquentenário de seu nascimento, que contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. A execução do disco em diferentes fases e distâncias, registradas em contraponto com flashes de personalidades da vida nacional, representa uma situação limite e indaga: O que é o Brasil? O que é o brasileiro?
Brasil, de Rogério Sganzerla
Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 1968, 29 minutos)
Antônio perambula por São Paulo. À noite, encontra um parceiro na Galeria Metrópole, Isaías, para se relacionar sexualmente. Apesar da intensa relação que acontece entre os dois, Isaías pede que Antônio o mate.
Djalma Limongi Batista
Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1971, 11 minutos)
A região da Boca do Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam são registradas em fotografias de autoria do diretor Ozualdo Candeias.
Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias
Superoutro, de Edgard Navarro (Brasil, 1989, 48 minutos)
Um louco na rua tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade. Acompanha o curta Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista.
Superoutro, de Edgard Navarro
O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso (Brasil, 1978, 26 minutos)
A vida e a obra do ator, diretor e produtor paulista José Mojica Marins, penetrando em seu estúdio e mostrando seu mundo.

O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso

GRADE DE HORÁRIOS
Primeira Semana
(5 a 10 de março)

5 de março (terça-feira)
15:00 – Meteorango Kid – Herói Intergalático
17:00 – O Bandido da Luz Vermelha + Brasil
19:00 – Filme Demência

6 de março (quarta-feira)
15:00 – Bang Bang
17:00 – Os Cafajestes
19:00 – A Margem + Uma Rua Chamada Triumpho 969/70

7 de março (quinta-feira)
15:00 – O Bandido da Luz Vermelha + Brasil
17:00 – Meteorango Kid – Herói Intergalático
19:00 – Os Cafajestes

8 de março (sexta-feira)
15:00 – Filme Demência
17:00 – Bang Bang
19:00 – Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver + O Universo de Mojica Marins (sessão comentada por Thomaz Albornoz)

9 de março (sábado)
15:00 – Meteorango Kid – Herói Intergalático
17:00 – O Bandido da Luz Vermelha + Brasil
19:00 – Filme Demência

10 de março (domingo)
15:00 – Os Cafajestes
17:00 – Superoutro
19:00 – A Margem + Uma Rua Chamada Triumpho 969/70


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8 comentários :

  1. Esses filmes serão exibidos em película ou DVD?

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  2. Pelo que vi a grade de horários trata-se somente dos longas. Gostaria de saber quando será exibido o Universo de Mojica Marins de Ivan Cardoso, obrigado.

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    1. Oi
      O curta O Universo de Mojica Marins será exibido na sexta-feira, dia 08/03, às 19 horas.

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  3. MUITO BOM!
    Parabéns à sala! Voltou com tudo esse ano!

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    1. Oi Edu,
      Estamos programando ótimos filmes para este ano. Esperamos por ti.

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