A Sala P. F. Gastal segue exibindo até 17 de março a mostra Clássicos Transgressores do Cinema Nacional, que reúne filmes dos diretores Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Carlos Reichenbach, André Luiz Oliveira, José Mojica Marins, Edgard Navarro, Ruy Guerra, Djalma Limongi Batista e Ivan Cardoso, e conta com o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema nacional de qualidade.
A programação inclui 11 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e é uma oportunidade rara para o público conhecer títulos muito comentados mas pouco vistos, como o cultuado Superoutro, de Edgard Navarro, e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (considerado como o primeiro filme a abordar abertamente a questão da homessexualidade no cinema brasileiro), além de rever na tela grande obras que marcaram época no cinema brasileiro, como Os Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha e Filme Demência.
PROGRAMAÇÃO
LONGAS
O Bandido da Luz
Vermelha, de Rogério Sganzerla (Brasil,
1968, 92 minutos)
Marginal paulista coloca a
população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais
requintados. Conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo,
por quem se apaixona.
Acompanha o curta
Brasil (1981), de Rogério Sganzerla.
Bang
Bang, de Andrea Tonacci (Brasil, 1970,
85 minutos)
O ator de um filme em
realização vive sem distinção a sua realidade pessoal e a ficção de seu
personagem. Busca um sentido e uma saída daquela situação enquanto é perseguido
por bandidos, um mágico, uma fantasia amorosa, um bêbado, sua auto-imagem.... A
comicidade, os motivos da perseguição, as situações, os personagens, a
cenografia, os diálogos e a trilha sonora, que utiliza temas conhecidos de
outros filmes, remetem a símbolos, metáforas e à recusa da possível lógica
narrativa, permitindo ao espectador uma sensação análoga à do personagem
central.
Os
Cafajestes, de Ruy Guerra (Brasil,
1962, 90 minutos)
Jandir, um rapaz de origem
pobre, e Vavá, seu amigo playboy, vivem no submundo de drogas e sexo de
Copacabana. Desesperado diante da perspectiva de perder sua mesada, já que seu
pai banqueiro está falido, Vavá propõe a Jandir um plano para chantagear o tio,
que tem uma amante. Filme que provocou escândalo à época de seu lançamento por
trazer o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado pela atriz
Norma Bengell.
Esta Noite Encarnarei no
Teu Cadáver, de José Mojica Marins
(Brasil, 107 minutos, 1967)
O funerário Jozefel Zanatas
(Zé do Caixão) procura pela “Mulher Superior”, com a qual espera gerar o “Filho
Perfeito”, ser que esteja acima dos seres humanos normais e que perpetue seu
sangue. Em sua procura, tortura e mata as mulheres que julga inferiores, bem
como qualquer um que se interponha em seu caminho. Acompanha o curta O
Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso.
Filme
Demência, de Carlos Reichenbach
(Brasil, 1985, 90 minutos)
Após assistir
impotentemente à falência de sua pequena indústria de cigarros, Fausto mergulha
no interior de si mesmo. Rompe com Doris, a esposa infiel, rouba o revólver do
zelador do prédio em que mora, e sai pela noite de São Paulo em busca de
Mira-Celi, seu paraíso imaginário. Uma original releitura do mito de Fausto pelo
cineasta Carlos Reichenbach, em filme que é considerado sua obra-prima. Prêmio
de melhor direção no Festival de Gramado.
Meteorango Kid – Herói
Intergalático, de André Luiz de
Oliveira (Brasil, 1969, 80 minutos)
O filme narra, de maneira
anárquica e irreverente, as aventuras de Lula, um estudante universitário, no
dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada, mostra, sem rodeios, o
perfil de um jovem desesperado, representante de uma geração oprimida pela
ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade passiva e hipócrita. O
anti-herói intergalático atravessa este labirinto cotidiano através das suas
fantasias e delírios libertários, deixando atrás de si um rastro de
inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis.
MÉDIAS E
CURTAS
Brasil, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1981, 13
minutos)
Captado durante a gravação
do décimo disco de João Gilberto, intitulado Brasil,
gravado no cinquentenário de seu nascimento, que contou com a
participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. A execução do
disco em diferentes fases e distâncias, registradas em contraponto com flashes
de personalidades da vida nacional, representa uma situação limite e indaga: O
que é o Brasil? O que é o brasileiro?
Um Clássico, Dois em
Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma
Limongi Batista (Brasil, 1968, 29 minutos).
Antônio perambula por São
Paulo. À noite, encontra um parceiro na Galeria Metrópole, Isaías, para se
relacionar sexualmente. Apesar da intensa relação que acontece entre os dois,
Isaías pede que Antônio o mate.
Superoutro, de
Edgard Navarro (Brasil, 1989, 48 minutos)
Um louco na rua tenta
libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da
gravidade.
O Universo de Mojica
Marins, de Ivan Cardoso (Brasil, 1978,
26 minutos)
A vida e a obra do ator,
diretor e produtor paulista José Mojica Marins, penetrando em seu estúdio e
mostrando seu mundo.
GRADE
DE HORÁRIOS
Segunda
Semana
(12 a 17 de
março)
12 de março
(terça-feira)
15:00 – O Bandido da Luz
Vermelha + Brasil
17:00 – Filme
Demência
19:00 – Esta Noite Encarnarei no Teu
Cadáver + O Universo de Mojica Marins
13 de março
(quarta-feira)
15:00 – Meteorango Kid – Herói
Intergalático
17:00 – Bang
Bang
19:00 – Os
Cafajestes
14 de março
(quinta-feira)
15:00 –
Superoutro
17:00 – O Bandido da Luz
Vermelha + Brasil
20:00 –
Lançamento Curtas Tokyo Filmes
15 de março
(sexta-feira)
15:00 – Bang
Bang
17:00 – Meteorango Kid – Herói Intergalático
20:00 – Projeto
Raros (aguarde divulgação)
16 de março
(sábado)
15:00 – Filme Demência
17:00 –
Superoutro
19:00 – Esta Noite
Encarnarei no Teu Cadáver + O Universo de Mojica Marins
17 de março
(domingo)
15:00 – O Bandido da Luz
Vermelha + Brasil
Quando será divulgada a programação da Mostra Jonas Mekas?
ResponderExcluirAté sexta-feira.
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