25/04, segunda-feira
POLÍTICA, CINEMA E RELAÇÕES HUMANAS, com William Hinestrosa (SP)Há espaço para um cinema político? Qual o sentido/significado do termo “político”? Quando o cinema encontra a política? É necessário esse encontro? A política é um assunto com variadas nuances para discussão e análise, e o seu encontro com o cinema foi inevitável ao longo dos anos. Com o objetivo de debater elementos políticos que podem estar presentes numa narrativa cinematográfica, o seminário buscará trazer à tona reflexões sobre alguns aspectos que se estabelecem nas relações humanas sob a luz destes dois universos.
26/04, terça-feira
DIÁLOGOS POSSÍVEIS, com Julia Rebouças (MG)
A partir do acervo audiovisual de Inhotim, a curadora Júlia Rebouças apresenta uma pequena seleção de obras que serve de mote para discutir questões colocadas pela arte contemporânea em um contexto museológico – a exemplo do que acontece no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, uma referência internacional para esta produção. Fazem parte desta curadoria os filmes Word/World (2001), de Rivane Neuenschwander e Cao Guimarães; 0778, da série Vídeo-Rizomas (2004) de Marcellvs L., e os vídeos Mixed Behaviour (2003), de Anri Sala e Confronto, da série Unus Mundus (2005), de Cinthia Marcelle.
27/04, quarta-feira
ALGUMAS PALAVRAS SOBRE IRIT BATSRY (COM A PRESENÇA DA ARTISTA EM PORTO ALEGRE), com António Câmara Manuel (Portugal)
O responsável pelo festival Temps D´Images em Portugal e também pelo FUSO - Anual de Vídeo Arte Internacional de Lisboa, António Câmara Manuel, conheceu o trabalho de Irit Batsry enquanto diretor de produção das atividades do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Desde então, mantém uma relação próxima com esta artista que, ao longo de sua trajetória, vem lidando com elementos de diferentes gêneros como o documentário, o ensaio, o experimental e a ficção. Próxima do Brasil a partir de 1991, quando estreou no País a instalação “...of Absence of Persistence...” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Irit Batsry tem desde então filmado as rodagens de alguns filmes brasileiros, como “Madame Satã” e “O Céu de Suely”, de Karim Aïnouz, criando instalações que usam o mundo fechado das rodagens como base para uma interrogação sobre a criação de imagens, ou um ponto de partida para questionar a relação entre ficção e documentário, tecnologia e processo criativo. A obra de Irit Batsry e a sua relação com o Brasil serão o fio condutor do seminário, que contará com a presença da artista, e onde será possível saber mais sobre seu processo criativo, suas futuras obras e os work in progress que atualmente vivencia no Brasil: “Caution/Danger” e “Beach at Nightfall”.
28/04, quinta-feira
O FIM DO CINEMA, com Bruno Vianna (RJ)
Apesar do título provocativo, o seminário O Fim do Cinema não pretende discutir um futuro onde o cinema como conhecemos deixa de existir, e sim obras audiovisuais – presentes, passadas e futuras – que se situam no limiar do que consideramos cinema. Há muitas décadas, realizadores e artistas vêm explorando esse limiar, criando ambientes e obras que desafiam o formato estabelecido para o cinema – a sala escura, a tela, a poltrona, o ritual coletivo. Essas obras são vistas em museus, galerias, bienais e, às vezes, até mesmo em salas do cinema. Num momento em que todos os formatos são repensados – o curta, o documentário, a série – qual o lugar da reflexão sobre o ambiente da exibição e da interatividade com o público? Vamos fazer um percurso histórico de experiências demolidoras do cinema como conhecemos, e estimular a geração de novas obras que ocupem essa fronteira ou abram novas sendas audiovisuais e narrativas.
29/04, sexta-feira
SEARCH & DESTROY: O ROCK NA ARTE CONTEMPORÂNEA, com Leo Felipe (RS)
Ainda que, cada vez mais, o rock seja um produto para consumo (como tantos outros da chamada indústria cultural), a sua imagem está fortemente ligada à idéia de rebeldia, contestação, contracultura. Na arte contemporânea, abordagens sobre aspectos da vida e da sociedade, que vão do corpo ao consumo, podem muitas vezes incluir elementos do universo do rock. É um canal de via dupla. Roqueiros buscam inspiração e referências nas artes, e artistas se utilizam do imaginário do rock para realização de trabalhos que parecem ter uma característica em comum: um diálogo mais direto com o público. Ou ao menos com um determinado público, aquele para qual o rock é a expressão (artística, poética?) mais familiar. E não é apenas a música dos três acordes que se faz presente nas obras, mas toda uma iconografia ligada a ela: as jaquetas de couro e os jeans rasgados, as minissaias e as botas de couro, os rebites, topetes, franjas e moicanos, as guitarras incendiadas, as agulhas hipodérmicas, os heróis mortos de overdose, as celebridades no holofote.
30/04, sábado
A CINEFILIA AINDA EXISTE?, com Roger Lerina (RS)
Prática cultural que atingiu seu auge entre o começo da década de 1950 e o final da de 1970, a cinefilia é mais do que o prazer de ver os filmes: inclui também sua discussão, sua interpretação, sua localização na história do cinema, na história das outras artes, das ideias, da política, da sociedade. A cinefilia inventou um olhar capaz de criar genealogias, descobrir autores, erigir mitologias e destruir outras. No limite, está na origem de um dos mais importantes movimentos do cinema moderno: a nouvelle vague. A realidade atual do cinema, convivendo intimamente outras expressões audiovisuais e disseminado para além da sala de projeção graças às novas tecnologias e à internet, torna pertinente a indagação: podemos falar de cinefilia hoje em dia? Cotejando alguns temas significativos debatidos pela crítica francesa no auge de sua influência (a partir do livro Cinefilia, do crítico francês Antoine de Baecque), com episódios similares ocorridos entre a crítica gaúcha na época (tendo por base o livro A Crítica de Cinema de Porto Alegre na Década de 1960), podemos vislumbrar o alcance que a cinefilia já teve - e nos questionarmos se esse olhar inventado ainda é capaz nos iluminar.
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