quarta-feira, 1 de abril de 2009

Projeto Raros está de volta

Na próxima sexta-feira, dia 3 de abril, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro retoma as tradicionais sessões do projeto Raros, dedicadas à exibição de filmes inéditos ou de difícil acesso no Brasil. Norteado pelo slogan “Filmes que Você Sempre Quis Ver ou nem Imaginava que Existiam”, o Raros iniciou em maio de 2003 e ao longo desse tempo já possibilitou ao público local o acesso a mais de 100 títulos. Cada filme é exibido uma única vez e as sessões, sempre seguidas de debate, têm entrada franca.

A partir de 2009, as sessões do Raros passam a acontecer no horário das 19 horas. Na estréia da nova programação, o filme francês Céline e Julie Vão de Barco (1974), de Jacques Rivette, que será comentado pelo cineasta e montador Milton do Prado, atualmente escrevendo um trabalho de mestrado sobre a obra do diretor.

Para as próximas semanas, estão programados títulos como o cultuado horror italiano Don´t Torture a Duckling (Não Torture um Patinho), de Lucio Fulci, com Florinda Bolkan e Irene Papas; o clássico do cinema psicodélico Alice in Acidland, de John Donne (1968), Blácula, filme de vampiros com atores negros realizado em 1972, no auge do movimento Blaxploitation; e O Cangaceiro, de Giovani Ferga, refilmagem italiana de 1970 do clássico homônimo do cinema brasileiro, realizado por Lima Barreto em 1953, entre outras atrações.

Céline e Julie Vão de Barco

Abaixo, texto de Milton do Prado sobre o filme que reinaugura as sessões do Raros.

Uma das obra-primas de Jacques Rivette, Céline et Julie Vão de Barco
conta as aventuras fantásticas que nascem de amizade acidental entre uma
bibliotecária e uma excêntrica ilusionista. Embriagadas pelos jogos que
criam juntas, ambas vão entrar numa realidade paralela e tentar
solucionar um crime acontecido vários anos antes numa mansão
misteriosa.

Embora desconhecido do público brasileiro - como de resto boa parte da
obra de Rivette - o filme é considerado um dos mais importantes da
década de 70, tanto pela sua narrativa inovadora (o crítico americano
David Thompson o chamou de "a experiência narrativa mais radical desde
Cidadão Kane"), como pela abordagem feminista bem-humorada
(característica que certamente atraiu Pedro Almodóvar, que tem o filme
na sua lista de preferidos, e Susan Seidelman, que o usou como base do
seu Procura-se Susan Desesperadamente, em 1985). Céline et Julie Vão de
Barco
, que costura referências literárias fantásticas tão díspares
quanto Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll, e The Other
House
, de Henry James, acaba se revelando no final um grande elogio ao
ato de se contar - e ver - uma história.

Céline e Julie Vão de Barco (Céline et Julie Vont en Bateau, França, 1974, 192 minutos) - Exibição em DVD, original em francês, com legendas em inglês.

2 comentários :

  1. Esse horário e o dia (sexta, 19 hrs) serão fixos?

    Abs.

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  2. A mostra sera todas as sextas(interrogação)
    ou tem datas fixas...

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