A Sessão Aurora apresenta neste sábado, 20, às 18h00, na Sala P. F. Gastal, o filme De Punhos Cerrados (1965), longa-metragem de estreia do diretor italiano Marco Bellocchio. Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora. A sessão também marca o lançamento do segundo número do Zinematógrafo, fanzine de cinema que o grupo produz e distribui gratuitamente em vários pontos da cidade. A entrada é franca.
Dos mais emblemáticos do jovem cinema dos anos 1960, o filme conta a história de uma família italiana de classe média que vive em meio a uma série de conflitos internos que, aos poucos, vão despedaçando a própria ideia da família enquanto instituidora de certa ordem social. A relação dos irmãos Alessandro e Augusto com a mãe e com a irmã Giulia transita entre a fraternidade e o crime, num espaço em que todos parecem cadavéricos, lutando contra um mundo fechado em sua deficiência. A crítica que o filme faz à moral familiar, tema caro a Bellocchio, se mistura com a questão religiosa, precisamente porque elas fazem parte desse caldo histórico de uma Itália cristã profundamente conectada com a Igreja.
Realizado logo após a conclusão de seus estudos em direção de cinema, quando o cineasta tinha apenas 26 anos, De Punhos Cerrados é um filme bastante atento às transformações sociais e culturais que ocorriam na Europa durante os anos 1960. Bellocchio nasce pro cinema convocando o espectador a respirar desse ar corrente: as contradições políticas são mediadas em um cinema que aposta na dialética, colocando em exposição às contradições da sociedade, filmando o que seria “o inferno por dentro”, como ele próprio define, mas sem perder a forma, que para o italiano é o princípio cinematográfico básico".
De Punhos Cerrados. Itália, 1965, p&b, 105 minutos. Direção: Marco Bellocchio. Com Lou Castel, Paola Pitagora, Marino Masé, Liliana Gerace, Stefania Troglio, Jeannie McNeil.
O filme será exibido em DVD com legendas em português.
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