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Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro recebe entre os dias 30 de
abril e 5 de maio uma mostra de filmes sobre a resistência às ditaduras
militares na América Latina, que integra a programação da exposição Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Onde a Esperança se Refugiou, em cartaz no andar
térreo da Usina do Gasômetro desde o dia 25 de abril. A mostra será inaugurada
às 19h do dia 30 de abril, com a pré-estreia do documentário inédito Dossiê Jango, de Paulo Henrique
Fontenelle.
Entre os destaques da programação, filmes do
cineasta Silvio Tendler (homenageado pelo evento) e produções de impacto como Cidadão Boilesen, de Chaim
Litewski.
Toda a programação, que tem o apoio da Programadora Brasil, projeto do
Ministério da Cultura destinado à difusão de filmes brasileiros, tem entrada franca.
PROGRAMAÇÃO
Dossiê Jango, de Paulo Henrique
Fontenelle (Brasil, 2012, 102 minutos)
Escolha do público do Festival do Rio 2012, o
documentário alerta para a necessidade de investigação da morte do presidente e
recupera os dias da deposição de João Goulart, seu exílio e morte. Sessão
comentada por Christopher Goulart (neto de Jango) e Jair Krischke.
Os Anos JK – Uma Trajetória Política, de Silvio Tendler
(Brasil, 1980, 110 minutos)
O filme aborda a história do Brasil: a eleição
do presidente Juscelino Kubitschek, o nascimento de Brasília, a renúncia do
sucessor Jânio Quadros, a crise política, o golpe militar e a cassação dos
direitos políticos de JK. O foco é a trajetória política do “Presidente Bossa
Nova”, popular entre os artistas, que propunha a aceleração no desenvolvimento
do país rumo à modernidade e à ocupação de um lugar entre as potências
mundiais. Referência para estudantes e pesquisadores, o filme já foi visto por
800 mil pessoas e ganhou vários prêmios. Sessão comentada pelos historiadores
Francisco Cougo e Solon Viola.
Marighella – Retrato Falado do
Guerrilheiro, de Silvio Tendler (Brasil, 2001, 55 minutos)
Deputado constituinte de 1946 e um dos principais
dirigentes do partido Comunista, cassado quando o partido foi posto na
ilegalidade, Carlos Marighella foi um dos líderes da luta armada contra a
ditadura militar no Brasil. Em 1966, ainda no PC, propôs o caminho da guerrilha
e por isso foi expulso. Fundou a Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento
armado pós-64 do país. O filme retrata a trajetória do professor Marighella, do
deputado Marighella, do romântico guerreiro Marighella. Mas, acima de tudo,
conta a história do homem Marighella.
Utopia e Barbárie, de Silvio Tendler
(Brasil, 2010, 120 minutos)
Retrata e interpreta o mundo Pós-Segunda Guerra
Mundial e suas transformações, as utopias que nele foram criadas e as barbáries
que o pontuaram. Descreve o desmonte das utopias da geração sonhadora de 1968 e
analisa a criação de novas utopias nesse mundo globalizado. Sessão comentada
pelo diretor Silvio Tendler e por Jair Krischke.
Jango, de Sílvio Tendler (Brasil, 1984, 117
minutos)
O documentário captura a efervescência da
política brasileira durante a década de 1960 sob o contexto histórico da Guerra
Fria. Jango narra exaustivamente os detalhes do golpe e se estende até os
movimentos de resistências à ditadura, terminando com a morte do presidente no
exílio e imagens de seu funeral, cuja divulgação foi censurada pelo regime
militar. Sessão comentada pelos jornalistas Juremir Machado da Silva e Carlos
Alberto Kolecza.
Atletas e Ditadura – A Geração Perdida, de Marco Antonio
Villalobos, Marcelo Outeiral e Milton Cougo (Brasil, 2007, 32 minutos)
A vida era mais segura no alto do pódio. Mas
eles preferiram descer e enfrentar um adversário que tinha criado as próprias
regras do jogo. "Atletas x Ditadura - A Geração Perdida" é um
documentário que revela a cruel relação entre o esporte e a ditadura militar na
Argentina. Em apenas oito anos de regime (1976-1983), cerca de 30 mil pessoas
morreram ou desapareceram. Entre elas, jovens atletas que deixaram as
competições para lutar pela liberdade. O ponto de partida é um discurso do
Tenente-General Jorge Rafael Videla na despedida da seleção Argentina de rúgbi,
que partia para o Campeonato Mundial, em 1978. No momento em que o ditador
celebra a equipe como uma "embaixada da liberdade" no exterior, 17
jogadores do La Plata Rugby Club já tinham desaparecido nas mãos de agentes do
seu governo. Com depoimentos e imagens inéditas, Atletas x Ditadura - A Geração
Perdida mostra também a
história de Adriana Acosta, uma jovem revelação do hóquei sobre a grama que
desapareceu três dias antes do início da Copa do Mundo de 1978, uma competição
que foi claramente usada como arma de manipulação popular pela ditadura. Nesse
período, o tenista Daniel Schapira, que chegou a estar entre os 10 melhores do
país, foi morto da Escola de Mecânica da Armada (ESMA), a poucas quadras do estádio
Monumental de Nuñez, onde a Argentina conquistou seu primeiro título mundial. O
documentário mostra, ainda, detalhes da passagem do corredor Miguel Sánchez
pelo Brasil. O atleta foi sequestrado em casa dias depois de voltar da Corrida
de São Silvestre, em São Paulo. E pode ter sido o primeiro esportista vítima da
Operação Condor. São quatro histórias cruéis e envolventes que ajudam a contar
uma parte esquecida de um dos períodos mais sombrios da América do Sul. Sessão
comentada pelo diretor e jornalista Marco Antonio Villalobos e pelo historiador
Ramiro José dos Reis.
Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski
(Brasil, 2009, minutos, 93 minutos)
Documentário que foca a vida de Henning Albert
Boilesen, ex-presidente da Ultragaz, assassinado pela guerrilha em São Paulo,
no dia 15 de abril de 1971. Boilesen, um dinamarquês naturalizado brasileiro,
estava intimamente ligado à Operação Bandeirante (Oban), grupo paramilitar
criado pelo II Exército para combater os guerrilheiros
que lutavam contra a ditadura militar brasileira.
Mundial 78 – Verdad o Mentira, de Christian Remoli
(Argentina, 2007, 95 minutos)
Um documentário revelador da verdadeira trama do
projeto mais ambicioso da ditadura argentina, a Copa do Mundo da Argentina de
78. Sessão comentada pelo advogado e jornalista Ibsen Pinheiro e pelo
jornalista Cláudio Dienstmann. Exibição em espanhol sem legendas.
Programa Memória do Movimento Estudantil
Programa que reúne os médias metragens Ou Ficar a Pátria Livre ou
Morrer Pelo Brasil e O Afeto que se Encerra em Nosso Peito Juvenil, ambos
dirigidos por Silvio Tendler, que resgatam a memória do movimento estudantil,
passando por diversos fatos marcantes da história brasileira, através de
depoimentos de militantes e dirigentes de entidades representativas da classe,
como Vladimir Palmeira, Rui César, Franklin Martins, e imagens de arquivo.
Os dois documentários contam
esses 70 anos de história a partir de dois pontos de vista. O primeiro deles, Memória do Movimento Estudantil –
Ou Ficar a Pátria Livre ou Morrer pelo Brasil, é focado na história
política e faz um percurso cronológico sobre o período.
Vale a Pena Sonhar, de Stela Grisotti e
Rudi Böhm (Brasil, 2003, 75 minutos)
Retrata os sonhos e utopias de uma geração de
homens e mulheres que dedicaram suas vidas à luta pela justiça, liberdade e
democracia, tendo como fio condutor a história de Apolônio de Carvalho. Sua
luta, sem fronteiras, junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola, na
Resistência Francesa contra o nazismo e no combate à ditadura militar no Brasil
nos anos 60, assim como fatos da vida cotidiana e familiar do militante de
esquerda que assina a ficha número um de filiação do PT.
História de uma Vida Hermana, de Marco Antonio
Villalobos, Milton Cougo e Universindo Rodriguez Diaz (Brasil/Uruguai, 2012, 23
minutos)
Ações arriscadas. Perigo. Os crimes enfrentados
quando o Condor dominava os céus do Cone Sul da América. A solidariedade
vencendo o medo. Duas mil pessoas que encontraram em Porto Alegre o endereço da
esperança. A história de uma vida hermana não nos deixa esquecer a lição sobre
a importância do reconhecimento. Em cada frase, em cada lembrança, em cada pensamento
transborda a gratidão de irmãos uruguaios salvos pelo Movimento de Justiça e
Direitos Humanos. São vidas hermanas que como todos os que prezam o sagrado
direito à liberdade se juntam para homenagear e dizer em coro: Muchas Gracias,
Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre. Sessão comentada pelo
diretor e jornalista Marco Antonio Villalobos, pelo psiquiatra José Outeiral e
pelo repórter cinematográfico Milton Cougo.
GRADE DE HORÁRIOS
30 de abril (terça-feira)
14:30 – 5º Festival Escolar de Cinema (sessão
fechada)
19:00 – Pré-estreia do documentário Dossiê Jango, de Paulo Henrique
Fontenelle, seguida de debate com a participação de Christopher Goulart (neto
do Jango) e Jair Krische
1º de maio (quarta-feira)
15:00 – Cidadão Boilesen
17:00 – Os Anos JK – Uma Trajetória Política
19:00 – Os Anos JK – Uma Trajetória Política
(exibição seguida de debate com os historiadores Francisco Cougo e Solon Viola)
2 de maio (quinta-feira)
14:30 – 5º Festival Escolar de Cinema (sessão
fechada)
17:00 – Marighella – Retrato Falado do
Guerrilheiro
19:00 – Utopia e Barbárie (exibição seguida de
debate com o diretor Sílvio Tendler e Jair Krische)
3 de maio (sexta-feira)
14:30 – 5º Festival Escolar de Cinema (sessão
fechada)
17:00 – Jango
19:00 – Jango (exibição seguida de debate com os
jornalistas Juremir Machado da Silva e Carlos Alberto Kolecza)
4 de maio (sábado)
15:00 – Atletas e Ditadura – A Geração Perdida
(exibição seguida de debate com o diretor Marco Antonio Villalobos e o
historiador Ramiro José dos Reis)
17:00 – Cidadão Boilesen
19:00 – Mundial 78 – Verdad o Mentira (exibição
seguida de debate com o advogado e jornalista Ibsen Pinheiro e o jornalista
Cláudio Dienstmann
5 de maio (domingo)
15:00 – Programa Memória do Movimento Estudantil
17:00 – Vale a Pena Sonhar
19:00 – História de uma Vida Hermana (exibição
seguida de debate com o diretor Marco Antonio Villalobos, o psiquiatra José
Outeiral e o repórter cinematográfico Milton Cougo)
Nunca é demais nos lembrar desse período difícil que foi em nosso país.
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