A Sessão Aurora
exibe neste sábado, 5 de julho, às 19h, Ato
Final (Deep End, 1970), um dos grandes filmes do cultuado cineasta polonês
Jerzy Skolimowski. Com entrada franca e exibição digital em alta
definição, a sessão será comentada pelos editores do
Zinematógrafo.
Realizado durante o exílio
do cineasta na Inglaterra, com canções de Cat Stevens e do grupo
Can, Ato Final faz um retrato brilhante do cotidiano londrino do início
dos anos 1970, a partir da história de um jovem de quinze anos de idade
(John Moulder-Brown) que consegue trabalho em um local de banhos públicos
e se apaixona por uma colega de trabalho, interpretada por Jane Asher. A
cada dia mais obcecado pela garota, o rapaz começa a persegui-la de forma
obstinada e paranóica, algo que levará o relacionamento dos dois a um destino
inesperado.
Jerzy Skolimowsky é o maior
talento da geração polonesa dos anos 1960, germinada na Escola de Lodz, que
revelou outros nomes fundamentais do cinema moderno como Andrzej Wajda, Roman
Polanski e Jerzy Kawalerowicz. Pintor, poeta, ator e lutador de boxe,
Skolimowski destacou-se pela inclinação surrealista e autobiográfica de seus
primeiros filmes, como Walkover (1965) e Barriera
(1966), após escrever os roteiros de obras essenciais do chamado Novo Cinema
Polonês, como Os Inocentes Charmosos (1960), de Wajda, e Faca na
Água (1962), de Polanski. Proibido de filmar no país após Mãos ao
Alto! (1967), que usava criticamente imagens de Stalin, o cineasta seguiu
para a Bélgica, onde realizou Le Départ (1967), com Jean-Pierre Léaud e
Catherine-Isabelle Duport, a dupla protagonista de Masculino-Feminino (1966), de
Jean-Luc Godard. Em 1970, já radicado na Inglaterra, realiza Ato Final,
considerado por muitos críticos como sua obra-prima. Segue realizando filmes
marcantes como o enigmático O Estranho Poder de Matar (1978), Classe
Operária (1982) e O Sucesso É a Melhor Vingança (1984), os dois
últimos retomando o olhar à situação política da Polônia. Seu último longa,
Matança Necessária (2010), com Vincent Gallo no papel principal, ganhou o
Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza daquele
ano.
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