Iniciativa do Santander Cultural, Prefeitura de Porto Alegre e Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos do RS tem lançamento em 22 de setembro
Em seis edições, o Prêmio estimulou o surgimento de 158 propostas, sendo 19 delas premiadas
Cada projeto premiado recebe o valor de R$ 50 mil
Um dos mais longevos e importantes prêmios cinematográficos do país, o Concurso de Desenvolvimento de Projetos de Longa-metragem chega este ano à sua sétima edição. Conhecido como Prêmio Santander Cultural/Prefeitura de Porto Alegre/APTC - RS, o concurso é uma ação conjunta entre três instituições, o Santander Cultural, a Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos do RS – APTC-RS e a Prefeitura de Porto Alegre. Esta sua nova edição ganha lançamento oficial no próximo dia 22 de setembro, às 19h, no Museu Joaquim Felizardo (Rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa), em evento que deve contar com a presença maciça da classe cinematográfica local, como tradicionalmente acontece.
O Prêmio Santander Cultural/Prefeitura de Porto Alegre/APTC-RS é uma parceria exemplar que reúne os esforços da iniciativa privada, do poder público e de uma associação de classe para estimular a cinematografia local. A iniciativa, a partir de seu lançamento, em 2002, veio suprir uma lacuna importante no mercado audiovisual gaúcho ao garantir o investimento de recursos e capacitação numa etapa fundamental para o sucesso da realização de um filme, o desenvolvimento do projeto.
Desde a sexta edição, que marcou o início de uma parceria com a ESPM, o concurso tem dado ênfase especial à qualificação profissional, por meio de consultorias especializadas em gestão de projetos cinematográficos e produção de roteiro. A iniciativa visa capacitar e apoiar os participantes na condução do desenvolvimento dos projetos e das estratégias que garantem a inserção e a viabilização dos produtos no mercado. Nesta etapa, a assessoria da ESPM promove a realização de laboratórios de marketing, gestão e comunicação integrada com os projetos contemplados.
Os três projetos vencedores terão um prazo de dois anos para serem executados. O período contempla o acompanhamento do processo de desenvolvimento dos projetos com a participação nos laboratórios, previstos para o segundo semestre de 2012. Cada projeto receberá o valor de R$ 50.000,00 para a sua elaboração.
Para Bernardo de Souza, Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Prefeitura de Porto Alegre, “a parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre, o Santander Cultural e a APTC-RS, aprimorada com a adesão e a expertise da ESPM, se impôs nacionalmente como um modelo de gestão cultural a ser reproduzido em larga escala por sua relevância e protagonismo no estímulo à produção audiovisual gaúcha”. O coordenador geral do Santander Cultural, Carlos Trevi, explica que “a iniciativa está alinhada à política de incentivo à produção cultural local, que é uma das premissas de atuação do Santander na área da cultura”.
Em 2012, estreia nos cinemas o primeiro dos filmes a ter seu projeto apoiado pelo Prêmio Santander Cultural/Prefeitura de Porto Alegre/APTC – RS, o longa de animação As Aventuras do Avião Vermelho, de Frederico Pinto e José Maia.
A festa de premiação da nova edição do concurso está marcada para o dia 14 de dezembro, no Santander Cultural.
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Projetos Contemplados nas Edições Anteriores do Concurso
2002
O Homem que Roubou o Mundo, de Gustavo Spolidoro (TGD Filmes)
A vida de um bandido aos 12, 25 e 45 anos. Do menino atrapalhado que quer ser mau, mas não consegue, passando pelo jovem frio e violento, quase esquizofrênico, chegando ao adulto gordo, escrachado e sem medo do perigo. Uma vida marcada pelo amor de uma mãe que só é mãe porque o destino a obrigou. A solidão e a violência de um anti-herói do Terceiro Mundo.
Lugar Nenhum, de Tarcísio Lara Puiati (Tarcisio Lara Puiati)
Interior do Rio Grande do Sul, Brasil, 1945. Durante uma festa de casamento, Donato, um fotógrafo itinerante, recebe um pedido que o leva a atravessar o estado em busca da foto de uma criança. A velhice, a guerra, o amor e a saudade cruzam seu caminho numa aventura onde o destino final pode revelar um passado esquecido.
O Amor de Joel por Jaqueline, de José Pedro Goulart (Zeppelin Filmes)
Joel é apaixonado por sua mulher Jaqueline, que cumpre pena numa penitenciária feminina. As visitas íntimas, a cada quinze dias, não são suficientes para que Jaqueline tenha certeza do amor de Joel. Na prisão, ela tem todo o tempo do mundo para pensar, fazer elucubrações e imaginar coisas terríveis. Por esse motivo, Jaqueline passa a exigir provas da dedicação do marido. Como ela nunca está satisfeita, Joel só tem uma saída e passa a mutilar-se por amor, entregando a Jaqueline pedaços de seu corpo. Uma forma de redenção, uma prova física de seu sentimento pela mulher.
2003
As Aventuras do Avião Vermelho, de Frederico Pinto e José Maia (Armazém de Imagens)
O filme conta a história de Fernandinho, um menino de 8 anos, que perdeu a mãe há pouco tempo, tornando-se um garoto solitário, sem amigos e com problemas de relacionamento com o pai e na escola. Sem saber como lidar com a situação, o pai tenta conquistá-lo com presentes. Nada funciona até que ele dá para o filho um livro de sua infância. Encantado com a história, Fernandinho decide que precisa de um avião para salvar o Capitão Tormenta – aviador personagem do livro, que está preso no Kamchatka. A bordo do Avião Vermelho e junto com seus brinquedos favoritos, Ursinho e Chocolate, que ganham a vida com sua imaginação, Fernandinho visita lugares inusitados, como a Lua e o fundo do mar, e percorre diferentes territórios – África, China, Índia, Rússia. Ao longo dessa jornada, Fernandinho descobre o prazer da leitura, a importância de ter amigos e o amor do pai. Baseado no clássico livro infantil do escritor gaúcho Érico Veríssimo.
Cem Dias de Lavoura, de Alex Sernambi (Nuclear Ltda.)
Erasmo mora em Lavras do Sul, no interior do Rio Grande do Sul. Namora Maria Rita e esperar se casar e constituir família. Trabalha como tropeiro, gosta da vida no campo, das festas de marcação de gado, de encontrar os amigos no bolicho, mas sabe que sua profissão está acabando. Um dia, ao voltar do campo, Erasmo fica sabendo que Maria Rita foi viver em outra cidade. Vai atrás dela e descobre que ela está grávida de outro. Desiludido, decide viver em Porto Alegre, onde acaba se envolvendo com uma quadrilha de roubo de carros. Uma comédia de erros clássica, que elege como pano de fundo a questão do êxodo rural no Rio Grande do Sul.
São Bernardo, de Muriel Paraboni (Solaris)
Bernardo talvez fosse só mais um entre tantos sujeitos comuns que habitam as grandes cidades se não fosse por uma curiosa peculiaridade: todos os dias ele precisa vestir uma extravagante roupa de cachorro São Bernardo para trabalhar. Através dessa metáfora, um homem que é um cachorro e um cachorro que é um homem, o roteiro revela este verdadeiro anti-herói do cotidiano, tecendo um quadro divertido mas também inquietante da realidade existencial do homem urbano no mundo contemporâneo.
2004
O Céu de Abril, de Fabiano de Souza (Clube Silêncio)
Flávio, um escritor nos seus 60 anos, desaparece deixando apenas um recado na secretária eletrônica de três pessoas ligadas a ele. Pablo, o filho, Ana, a ex-namorada, e Marco, o pupilo literário, partem numa viagem em busca do desaparecido. Os três personagens viajantes têm em comum a idade próxima aos 30 anos, a dificuldade em serem bem sucedidos e, mais do que isso, um passado: os três já se conheciam, haviam se amado e se odiado. Na busca pelos vestígios de Flávio, as pistas sempre levam os “amigos” a uma cidade onde o estado do Rio Grande do Sul acaba. Só que para ir de uma cidade a outra é necessário voltar à capital. Mistura de road-movie com filme urbano, O Céu de Abril busca flanar pelas fronteiras da juventude, da amizade e da sexualidade.
A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra (Snif Snif Filmes)
Projeto que fecha a trilogia de longas em animação baseada em personagens de cartunistas brasileiros, realizado por Otto Guerra. Depois de explorar o universo de Adão Iturrusgarai em Rocky & Hudson (1994) e Angeli em Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll (2006), Guerra desbrava agora o universo muito particular de Laerte e sua série Os Piratas do Tietê.
O Jovem Josme nos Tempos do Iê-iê-iê, de Guto Bozzetti (Galactica Filmes)
Projeto de animação que conta a história de Josme, um rapaz do interior que sonha em tornar-se uma grande estrela musical, o novo rei do iê-iê-iê. Por ser tão sincero, autoconfiante e pouco crítico, ele acaba por envolver-se em uma aventura bem ao gosto dos anos 60, com elementos fantásticos e clima de espionagem. Josme vai conviver com os artistas da Jovem Guarda, movimento que deu personalidade ao rock nacional e influenciou as novas gerações, embalado em canções desafinadas, figurinos coloridos e cenários psicodélicos.
2005
Rita, de Rodrigo John (Rodrigo John)
Um período difícil na vida de Rita de Cássia, uma imaginativa menina de seis anos de idade. Ela vive aparentemente feliz com os pais e o irmão, até o dia em que descobrem a mãe enforcada no banheiro. O pai, deprimido pela perda da esposa e perseguido pela culpa, sofre um colapso nervoso e acaba sendo internado. Rita e seu irmão passam a viver com as tias, vistas pela menina como bruxas diabólicas, responsáveis por todas as tragédias que estão lhe acontecendo. Através da fantasia, a menina irá elaborar um plano de fuga, aprendendo no trajeto a lidar de outra forma com a realidade e, quem sabe, superar seus traumas. Quarto projeto de animação contemplado pelo concurso, misturando a técnica do stop motion com ação ao vivo.
Deixe as Luzes Acesas, de Rafael Figueiredo (Casanova Filmes)
Porto Alegre, 1988. Luciano tem dezesseis anos, mora num bairro de classe média alta e, como a maioria dos garotos de sua idade, atravessa um momento de reconhecimento. Passa as tardes na casa do amigo André e começa a sentir atração por sua colega Júlia. Já seu pai, Vicente, um homem com mais de 40 anos, vê aos poucos suas perspectivas sumirem. Sem emprego, passa por uma crise sem volta, sem condições de pagar as contas da casa. Enquanto Luciano vive sua paixão por Júlia e o conflito de sua iniciação sexual, testemunha sua rotina familiar se transformar. Diante das novas mudanças e impossibilidades, Luciano irá revelar seu entendimento sobre o amor, o pai e a família. No descompasso da vida, o garoto se recompõe e se redesenha, tentando encontrar um caminho para sua identidade.
Sonata, de Rogério Brasil Ferrari (Walper Ruas Produções)
Júlio é um músico romântico e solitário que vive em Porto Alegre nos dias de hoje. Seu cotidiano cinzento é marcado pelas lições de piano que ministra a seus alunos, pelas festas em que toca como contratado de um conjunto musical e por suas visões de um ideal feminino, objeto de desejo inalcançável e sem rosto. Certo dia, Júlio encontra em um brique uma antiga revista de 1969, onde se depara com um anúncio buscando um professor de piano para dar aulas a uma moça de família. Curioso, decide procurar a tal casa, que termina por se revelar um portal para o passado, uma outra dimensão, lugar em que irá encontrar o grande amor de sua vida, Adriana. Adaptação de um conto do escritor Érico Veríssimo.
2006
Histórias de Fronteira, de Juan Zapata (Estação Elétrica)
Uma fascinante viagem nas vidas de 11 personagens comuns e reais, onde os limites existentes entre o sonho e a realidade parecem estar separados por apenas alguns passos. Um road-movie emocional. Uma lição de vida, de esperança, que transita pelas fronteiras físicas e emocionais humanas, de um país imenso e de um continente inteiro. Primeiro projeto de documentário contemplado pelo concurso. Atualmente em fase de captação de imagens, o filme acompanha diferentes pessoas que vivem constantemente a experiência de transitar entre dois países.
Mãos de Cavalo, de Diego de Godoy (M. Schmiedt Produções)
Hermano, 30 anos, é um cirurgião plástico de sucesso, que vive num bairro elegante, tem uma bela família, mas é infeliz. Para romper com este cotidiano, planeja uma excursão às montanhas, em uma região inexplorada da Bolívia. A viagem se transforma rapidamente numa penosa jornada rumo ao seu passado, quando ele era um adolescente conhecido como “Mãos de Cavalo”. O roteiro conta a história do difícil encontro entre estes dois Hermanos: o cirurgião bem-sucedido de 30 anos com o adolescente introspectivo de 15. Para o primeiro, é um conflito com as dores do passado. Para o segundo, um momento decisivo, daqueles que marcam toda uma vida e são capazes de moldar destinos. Um filme sobre o futuro de um jovem e o passado de um homem, e sobre as tramas delicadas e poderosas que ligam estes dois tempos. Adaptação do romance homônimo de Daniel Galera.
Temporal, de Zaraca (Zeppelin Filmes)
Depois de um acidente que poderia ter sido fatal, a cronologia na vida de Vitor é perdida e ele passa a viver eventos no passado e no futuro. Será que é possível reordenar sua mente e voltar a ter o controle sobre seus atos? Vitor percebe que há uma chance de restabelecer a ordem dos fatos, mas isto requer um grande sacrifício de sua parte.
2009
Depois de Ser Cinza, de Eduardo Wannmacher (Mendina de Morais Santos Produções Ltda.)
Após sofrer um trauma, a artista plástica Isabel se encontra sozinha na Croácia. Em Porto Alegre, a estudante Suzy vive uma juventude turbulenta, repleta de altos e baixos, em busca do seu caminho. Já a psicóloga Manuela enfrenta problemas com a mãe e o namorado, quando um novo paciente muda sua trajetória. Três mulheres com histórias de vida distintas, mas que têm em comum o envolvimento com um mesmo homem, o misterioso Raul.
Alice, de Frederico Pinto
Alice é uma mulher de 35 anos que não consegue estabelecer relações afetivas duradouras. Alice é fotógrafa da editoria “Cidade” de um jornal diário que está em crise e vive em hotéis. Ela sofre de insônia e sempre muda de hotel para tentar dormir. Num dos hotéis, conhece Daniel, um professor universitário, com quem tem um rápido envolvimento. Ao fugir da relação, sua insônia piora. Entre trocas de hotel, noites sem dormir e um novo projeto, Alice terá que reencontrar o seu equilíbrio.
Charles Anjo 45 – O Filme, de Claudinho Pereira (Letícia de Cássia Costa de Oliveira ME)
A vida repleta de aventuras do gaúcho Avelino Bioen Capitani, imortalizado nos versos da canção Charles Anjo 45, de Jorge Ben Jor. Um dos líderes da resistência ao golpe militar de 1964, Avelino foi perseguido, preso e barbaramente torturado, transformando-se numa figura lendária, elevada à condição de mito com o sucesso popular da música de Ben Jor.
Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira (Okna Produções Ltda.)
Em uma pequena comunidade, próxima à fronteira do Brasil com o Uruguai, uma relação entre pai e filha se transforma. Ele é Ruben, um homem de 40 anos que ficou cego ainda jovem. Ela é Nalu, uma adolescente de 16 anos que está se tornando mulher. Eles precisarão aprender a se tratar como pai e filha depois da morte de Olga, mãe de Ruben - forte e super protetora, os criou quase como irmãos. O afeto que surge entre ambos entra em conflito quando Catarina, uma atraente uruguaia, ganha espaço na vida de Ruben e Nalu.
pessoal, o regulamento está disponível online em algum lugar???
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