Frequente colaborador da banda Rolling Stones (sendo o inspirador do hit Sympathy for the Devil), Kenneth Anger é o mais cultuado dos cineastas norte-americanos de vanguarda. Famoso pelas delirantes imagens de seus clássicos filmes experimentais (Scorpio Rising, Fireworks, Lucifer Rising), Anger influenciou diretores como Gus Van Sant, David Lynch e Rainer Werner Fassbinder e, segundo Martin Scorsese, este “artista de extraordinária imaginação” é um dos nomes “mais assombrosos e secretos do cinema americano”.
Em 30 de junho, um dia antes da abertura da exposição, às 19h, Anger participa de uma conversa aberta ao público na Casa M, ao lado da curadora Susanne Pfeffer.
No período de 12 a 24 de julho, ainda, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe uma programação especial paralela à exposição. Além de mostrar alguns dos filmes de Anger na tela grande, também serão programados diversos títulos que dialogam com sua obra.
Sinopses dos filmes de Kenneth Anger que integram a exposição
Fireworks (Estados Unidos, 1947, 20 minutos)
Fantasia onírica sobre o desejo masculino, inspirada nos conflitos entre marinheiros e mexicanos ocorridos em Los Angeles, em 1944. Anger tinha apenas 20 anos quando dirigiu o filme, inteiramente rodado na casa dos pais, com uma câmera 16mm, e é também seu ator principal. Fireworks ganhou a admiração de Tennessee Williams e de Jean Cocteau, que o selecionou para o Festival do Filme Maldito, em 1949, onde foi premiado.
Puce Moment (Estados Unidos, 1949, 6 minutos)
Neste curta de apenas 6 minutos, Anger usa como figurinos os vestidos herdados de sua avó, que trabalhara como costureira para as atrizes de Hollywood. As roupas foram a base para a criação dessa abstração colorida, que homenageia o cinema mudo.
Eaux D’Artifice (Estados Unidos, 1953, 13 minutos)
Filmado em locações na Itália, na época em que Anger realizou uma viagem pela Europa em companhia da cineasta experimental Marie Menken. A partir do elaborado complexo de fontes da Villa d’Este, construção do século XVI em Tivoli, o diretor faz um celebração musical do excesso barroco. Na trilha sonora, As Quatro Estações, de Vivaldi.
Inauguration of the Pleasure Dome (Estados Unidos, 1954-66, 38 minutos)
Uma constelação de deuses imaginados e coreografados por Anger, criada a partir de uma das legendárias festas a fantasia realizadas pelo decadente astro do cinema mudo Samson De Brier, em sua mansão em Hollywood. Entre as personalidades que participam do filme, estão a escritora Anaïs Nin, o cineasta Curtis Harrington e o próprio De Brier. Uma mistura delirante de imagens, reunindo desenhos de Aleister Crowley, e símbolos cabalísticos, ao som da Missa Eslavônica, do músico Leoš Janáček
Scorpio Rising (Estados Unidos, 1963, 29 minutos)
Depois de voltar da França, Anger começou a documentar a vida da comunidade masculina dos motociclistas do Hell’s Angels da área do Brooklyn. Uma reflexão sobre velocidade, morte, masculinidade, fascismo, religião, revelando as sombrias correntes presentes na cultura popular americana do pós-guerra.
Kustom Kar Kommandos (Estados Unidos, 1964-65, 3 minutos)
Um homem vestindo jeans apertados pole seu carro ao som de Dream Lover. Fragmento de um longa jamais realizado, centrado na cultura dos colecionadores de carros antigos do Sul da Califórnia.
Invocation of My Demon Brother (Estados Unidos, 1969, 12 minutos)
Curta experimental que combina cenas de Haight-Ashbury (centro difusor em São Francisco do movimento hippie e da contracultura na década de 1960), um ritual satânico protagonizado pelo próprio Anger, sequências de reportagens sobre o Vietnã, imagística homoerótica e cenas de apresentações da banda Rolling Stones. A trilha sonora foi composta em teclado eletrônico por Mick Jagger.
Lucifer Rising (Estados Unidos, 1970-1980, 29 minutos)
Uma das mais elaboradas produções de Anger começou a ser rodada por volta de 1966 e foi abandonada em 1967, com a denúncia de que as latas teriam sido furtadas pelo jovem Bobby BeauSoleil, contratado para atuar e compor a trilha musical. Anos mais tarde, as filmagens foram retomadas com a cantora inglesa Marianne Faithfull e o diretor escocês Donald Cammel no elenco. Participação especial do guitarrista Jimmy Page, do Led Zeppelin, numa cena em que ele admira um retrato do ocultista Aleister Crowley. Filmado em grande parte no Egito, o filme ficou pronto em 1972, mas só conseguiu distribuição em 1980.
inacreditável que essa pessoa venha a porto alegre. os parabéns dos mais sinceros a quem fez isso acontecer. sinceramente, inacreditável o diretor de scorpio rising abrindo exposição, em pessoa, na minha cidade. muito feliz.
ResponderExcluiradmirei a iniciativa da secretaria de cultura. parabéns!!! mais uma vez se mostra que existem cabeças de vanguarda aí no sul.
ResponderExcluirGENIAL e IMPERDÍVEL!
ResponderExcluirquais são os dias e horários de exibição dos filmes na P.F. Gastal?
ResponderExcluirA exposição ocorre, de terça a domingo, no mezanino (segundo andar) da Usina do Gasômetro! Não há um horário específico para a exibição dos filmes, já que ocorrem quase todos simultaneamente!
ResponderExcluirestá escrito logo acima: "No período de 12 a 24 de julho, ainda, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe uma programação especial paralela à exposição. Além de mostrar alguns dos filmes de Anger na tela grande, também serão programados diversos títulos que dialogam com sua obra."
ResponderExcluirqueria saber desses horários da P.F.