A  Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) exibe a partir de  terça-feira, 17 de abril, a mostra Clássicos do Cinema Brasileiro, que  reúne sete títulos bastante raros, há muito tempo não apresentados nas salas de  cinema locais: Estranho Encontro, de Walter Hugo Khouri; Copacabana Me  Engana, de Antônio Carlos da Fontoura; Bonitinha, Mas  Ordinária, de J. P. de Carvalho; O Bravo Guerreiro, de Gustavo  Dahl; O Homem Nu, de Roberto Santos; Amei um Bicheiro, de  Jorge Ileli e Paulo Wanderley; e A Navalha na Carne, de Braz Chediak. As  exibições contam com o apoio da Programadora Brasil, projeto do  Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema brasileiro. Todas as cópias  são em DVD, editados a partir de matrizes restauradas pertencentes ao acervo da  Cinemateca Brasileira.
A  mostra Clássicos do Cinema Brasileiro permanece em cartaz até o dia 29 de  abril, alternando horários com outras programações.
No dia 21 de abril, a Sala P. F. Gastal abre espaço para uma pequena mostra de filmes programada pelo evento Hanamatsuri, que acontece na Usina do Gasômetro. E no domingo, dia 22, a banda Apanhador Só realiza o lançamento de seu novo clipe, seguido por um pocket show no palco da Sala P. F. Gastal.
No dia 21 de abril, a Sala P. F. Gastal abre espaço para uma pequena mostra de filmes programada pelo evento Hanamatsuri, que acontece na Usina do Gasômetro. E no domingo, dia 22, a banda Apanhador Só realiza o lançamento de seu novo clipe, seguido por um pocket show no palco da Sala P. F. Gastal.
          Apenas em sessões fechadas para alunos das escolas da rede municipal, às  9:30 e 14:30, segue a programação do 4º Festival Escolar de  Cinema, que se estenderá até 11 de maio.
PROGRAMAÇÃO
Estranho  Encontro, de Walter Hugo Khouri  (Brasil, 1958, 86 minutos) Ao dirigir-se para a casa de campo de sua noiva, um rapaz vê, na estrada, uma moça cambaleando. Leva-a consigo e a esconde. Ela fugia do companheiro que a maltratava. Os dois acabam por se apaixonar. Com a traição do caseiro, que informa a localização da moça ao ex-amante, este vem atrás dela disposto a tudo. Segundo filme da longa e peculiar carreira de Walter Hugo Khouri, que cria uma espécie de peça de câmera para cinco atores, ambientada em uma sombria mansão.
Marquinhos (Carlo  Mossy) tem 20 anos e vive em Copacabana com os pais de classe média e o irmão  mais velho (Cláudio Marzo). Ele não trabalha, não estuda. Assiste à TV, joga  futebol na praia de dia e sai à noite com a turma. Vive ao sabor do momento. Até  encontrar Irene (Odete Lara), uma mulher de 40 anos que vive do outro lado da  rua e com quem tem um caso que vai mudar sua vida. Com o título saído de uma  canção de Caetano Veloso, o diretor Antônio Carlos da Fontoura faz um psicodrama  da classe média carioca em meados da década de 1960, com personagens marcantes,  elenco de primeira, um excepcional trabalho de câmera e uma trilha sonora de  tons tropicalistas. Antológica atuação de Odete Lara.
Primeira das três  adaptações ao cinema da genial peça de Nelson Rodrigues, Bonitinha, Mas  Ordinária é a mais fiel ao texto original e a que mais se concentra nos  dilemas éticos do protagonista – um rapaz dividido entre a possibilidade de  enriquecimento fácil por meio de um casamento de conveniência e a fidelidade aos  seus sentimentos por uma mulher da mesma classe social. Dirigido por J. P. de  Carvalho, o filme preserva o fraseado inigualável de Rodrigues e abre espaço  para grandes interpretações de Jece Valadão, Odete Lara e  Fregolente.
Miguel Horta (Paulo César  Pereio), jovem deputado da oposição, decide mudar de partido para se infiltrar  no governo, pois julga que só pode fazer algo pela causa pública se estiver no  poder. Um dos mais importantes e menos conhecidos filmes políticos da segunda  fase do Cinema Novo, O Bravo Guerreiro pode ser visto como uma espécie de  negativo de Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha. Se a obra-prima de  Glauber Rocha era alegórica, barroca e explosiva, o longa-metragem de estreia de  Gustavo Dahl é realista, contido e cerebral. Mas os dois têm em comum não apenas  um protagonista perdido entre diferentes projetos políticos, como também a  capacidade de se manterem atuais e lúcidos até hoje, mesmo retratando as paixões  ideológicas do Brasil dos anos 1960.
Um folclorista, depois de  uma farra com amigos, fica trancado nu do lado de fora de um apartamento, e tem  de enfrentar o falso moralismo da população carioca. Um dos filmes mais  engraçados e críticos dos anos 1960, O Homem Nu revela-se muito mais do  que uma comédia de costumes. Paulo José está excelente como o homem que cai na  farra da noite carioca e se envolve em inúmeras confusões por causa de um  pequeno incidente: um lençol que se prende na porta de um apartamento. Delicioso  de se ver, o filme ainda conta com a presença de Leila Diniz em um papel  pequeno, mas importante. 
Produzido pela Atlântida no  início dos anos 1950, o filme marca a estreia na direção de cinema do crítico  Jorge Ileli (1925-2003), que trabalha em parceria com o cineasta Paulo Wanderley  (1903-1973). Inspirados pelos grandes sucessos norte-americanos, Ileli e  Wanderley caminham no sentido contrário à tendência do estúdio naquela época, as  chanchadas. Além de apostarem em um novo gênero – o policial –, eles perseguem  uma excelência técnica, que seria notada nas avaliações dos críticos, sempre em  contraste com a precariedade das produções dominantes. O filme foi um sucesso de  público, de crítica e valeu à dupla de cineastas o prêmio de direção do 1º  Festival Cinematográfico do Distrito Federal de 1953.
A menos conhecida e talvez  a mais cinematográfica das grandes adaptações de peças de teatro para o cinema  no Brasil. Dirigida por Braz Chediak a partir do texto do dramaturgo Plínio  Marcos, o filme ainda hoje impressiona pela crueza das situações, pela ousadia  de um prólogo de quase 30 minutos sem diálogos e pelas excepcionais  interpretações de Glauce Rocha, Jece Valadão e Emiliano Queiroz. Mas, acima de  tudo, pela capacidade do diretor de transformar em grande cinema um duelo verbal  com apenas três atores, passado em tempo real, em um quartinho de  pensão.
O valor dos ingressos é: R$6,00 (inteira) e R$3,00 (meia-entrada).
O valor dos ingressos é: R$6,00 (inteira) e R$3,00 (meia-entrada).
GRADE DE HORÁRIOS
17 a 22 de abril de 2012
17 de abril  (terça-feira)
09:30 – 4º Festival Escolar de Cinema (sessão  fechada)
14:30 – 4º  Festival Escolar de Cinema (sessão fechada)
17:00 –  Copacabana Me Engana (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
19:00 –  Bonitinha, Mas Ordinária (Mostra Clássicos do Cinema  Brasileiro)
18 de abril  (quarta-feira)
09:30 – 4º Festival Escolar de Cinema (sessão  fechada)
14:30 – 4º  Festival Escolar de Cinema (sessão fechada)
17:00 – O  Bravo Guerreiro (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
19:00 – O  Homem Nu (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
19 de abril  (quinta-feira)
09:30 – 4º Festival Escolar de Cinema (sessão  fechada)
14:30 – 4º  Festival Escolar de Cinema (sessão fechada)
17:00 – Amei  um Bicheiro (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
19:00 – A  Navalha na Carne (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
20 de abril (sexta-feira)
09:30 – 4º Festival Escolar de Cinema (sessão  fechada)
14:30 – 4º  Festival Escolar de Cinema (sessão fechada)
17:00 –  Estranho Encontro (Mostra Clássicos do Cinema Brasileiro)
19:00 –  Lançamento do curta A Evolução 
21 de abril  (sábado)
15:00 – Mostra Hanamatsuri (MSF –  Unlimited)
16:00 –  Mostra Hanamatsuri (A Vida de Buda)
19:00 – Mostra Hanamatsuri  (Playing For Change: Peace Through Music)
22 de abril  (domingo)
19:00 –  Lançamento do clipe da banda Apanhador Só






Vários períodos do cinema brasileiro merecem ser revisto ou redescobertos para o publico atual. Uma boa maratona seria sem sombra de duvida o período do cinema novo, que deste período, se encontra um filme que eu gosto muito, que é Noite Vazia, de Walter Hugo Khouri
ResponderExcluirCaro Marcelo,
ResponderExcluirobrigado pela sugestão. Também gosto muito do "Noite Vazia". Quando a sala inaugurou, em 1999, inclusive exibimos uma cópia restaurada do filme, numa mostra de cinema e erotismo. Só chamo a sua atenção para o fato de que "Noite Vazia" não é um filme do Cinema Novo. O movimento, liderado pelo Glauber Rocha, se opunha justamente ao cinema do Khouri, que era considerado um cineasta burguês, só interessado em retratar a elite, enquanto os cinemanovistas queriam falar sobre as classes populares.
Um abraço,
Marcus Mello - Programador da Sala P. F. Gastal