
Go, Go Second Time Virgin é um dos títulos mais representativos do cinema proposto por Kôji Wakamatsu, cineasta de carreira prolífica, conhecido por assinar produções do gênero pinku eiga ou pink films, filmes eróticos japoneses de baixo orçamento. O apuro estético e a utilização do sexo como subterfúgio para lançar uma crítica feroz à rígida sociedade do Japão são os elementos que diferenciam a obra de Wakamatsu dos demais filmes do gênero. A visão anárquica do diretor transforma seus filmes em experiências radicais e incômodas, nas quais tabus e perversões sexuais dialogam com a política e a poesia.
A trama de Go, Go Second Time Virgin tem início no terraço de um edifício onde uma garota é violentada por uma gangue. Sem intervir, um rapaz sorrateiramente observa a cena em silêncio. Na manhã seguinte ambos perambulam pelos telhados do prédio, conversam sobre o acontecido e divagam sobre a vida e a morte. Pouco a pouco, o desespero toma conta da situação, que se torna ainda mais caótica com o retorno da gangue ao local do crime.

Tendo dirigido mais de 100 filmes ao longo de sua carreira, aos 73 anos Kôji Wakamatsu continua produzindo ativamente. Em 2008 retornou ao Festival de Berlim com o drama United Red Army (Jitsuroku Rengô Sekigun: Asama Sansô e No Michi), de onde saiu com ótimas críticas e dois prêmios paralelos.
Go, Go Second Time Virgin será exibido numa cópia em DVD, com legendas em português. A entrada é franca.
Go Go Second Time Virgin (Yuke Yuke Nidome No Shojo). Direção de Kôji Wakamatsu. Com Michio Akiyama e Mimi Kozakura. Japão, 1969, 66 minutos. Preto e branco.
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