segunda-feira, 6 de julho de 2015

Artemovendo




Nos dias 8 e 9 de julho, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro recebe, sempre a partir das 19h30, quatro projeções single-channel dentro do evento Artemovendo, promovido pelo Goethe-Institut, com uma seleção de obras de videoarte contemporânea com ênfase nas produções alemães, brasileiras e suíças: “Videonale Bonn” apresenta o festival de videoarte mais importante da Alemanha; "Videoart at Midnight Edition” mostra retrato significativo da videoarte em formato cinematográfico; além disto será apresentada a coleção de videoarte mundialmente reconhecida de Julia Stoschek em Düsseldorf e por último um programa com curadoria da artista Katya Gardea Browne, que dá uma visão da diversificada cena de videoarte no México.  A entrada é gratuita.




PROGRAMAÇÃO 08/07 – 19h30 às 22h30

Artemovendo - Projeções - Programa 1 – 08/07 – 19h30

Seleção do festival de Videoarte Videonale, Bonn

Marianna Milhorat “une terre familière” (2013)
Erkka Nissinen “polis x” (2012)
Shelly Nadashi “a hidden quiet pocket” (2014)

A Videonale - Festival de Videoarte Contemporânea foi fundada em Bonn em 1984 e é a plataforma internacional para a videoarte e asexpressões artísticas audiovisuais da Alemanha. Na 15a. edição da VIDEONALE (27/2 – 19/4/2015), o Festival de Arte Contemporânea celebra seu 30. aniversário. Além de apresentar artistas de renome internacional, como Dara Birnbaum, Keren Cytter, Gary Hill, Christian Jankowski, Marcel Odenbach e Bill Viola, a Videonale dá enfoque especial à promoção de jovens artistas. Alojada inicialmente em sua casa de origem, na Bonner Kunstverein (Associação dos Amigos das Artes de Bonn), a Videonale tem utilizado os esplêndidos aposentos do Bonn Kunstmuseum (Museu de Arte de Bonn) desde 2005, onde apresenta uma exposição de obras selecionadas ao longo de 7 semanas a cada doisanos. A exposição é acompanhada de um extenso programa de atividades do Festival que inclui palestras, debates, performances, concertos, projeções, oficinas e, desde 2013, a VIDEONALE.PARCOURS – um projeto de exposições realizado em cooperação com academias artísticas nacionais.
Além das atividades do Festival, a Videonale também organiza programas regulares de palestras, oficinas, bem como uma série de projeções anual dentro do âmbito da VIDEONALE, com retrospectivas sobre importantes artistas de vídeo e cinema.


VIDEONALE.15 on Tour – The Call of the Wild (15a. VIDEONALE em Turnê - Chamado Selvagem)

Curadoria de Tasja Langenbach e Jennifer Gassmann

Na VIDEONALE.15, foram apresentados mais de 1.200 trabalhos de 76 países para concorrer à seleção sobre o tema CHAMADO SELVAGEM. Dentre os trabalhos apresentados, 38 deles, originários de 19 países, foram selecionados pelo júri e exibidos na 15a. exposição da VIDEONALE no Museu de Arte de Bonn.

Sob o título CHAMADO SELVAGEM, a 15a. VIDEONALE questiona até que ponto o tema do “Selvagem”, como empregado nas artes e nahistória da cultura há séculos, pode, hoje em dia, ser de utilidade no debate sobre acontecimentos sociais, políticos e artísticos da atualidade. Que associações o “Selvagem” ou a “Selvageria” suscitam em nós? Como reagimos quando somos confrontados com o “Selvagem”, no sentido do estranho, do desconhecido, e o que tais reações revelam acerca de nossos opostos, e também acerca de nós mesmos e de nosso ambiente? Por que esse Outro nos fascina tanto quanto nos perturba?


Artemovendo - Projeções: Programa 2

Seleção da edição de Video at Midnight (Vídeo à Meia-Noite), Berlim


Da mostra Video at Midnight Edition, serão exibidos filmes de autoria de Marcel Odenbach, Mathilde ter Heijne, Shingo Yoshida, Antje Majewski e Marc Aschenbrenner.


Marcel Odenbach
Im Schiffbruch nicht schwimmen können (Não conseguir nadar no naufrágio)

2011, 8:15 min, vídeo HD, a cores e sonoro
 Três homens de várias idades provenientes da África Subsaariana, assim chamados de imigrantes, visitam o Museu do Louvre em Paris e estudam uma pintura: Le Radeau de la Méduse (A Balsa da Medusa), obra de Théodore Géricault (1819). A pintura não é apenas, juntamente com a Mona Lisa, a mais famosa do Louvre; ela também resume toda a calamidade do colonialismo francês. O fracasso dos europeus frente a si próprios. Sob a bandeira da grande nação e as ideias da revolução - liberdade e fraternidade, as pessoas se transformam em canibais.


Mathilde ter Heijne
Lament, Song for Transitions (Lamento, Canto das Transições)

2014, 6:37 min, vídeo HD, a cores e sonoro
O lamento é uma tradição bastante antiga que integra canto e pranto. Em todo o mundo, as mulheres costumavam cantar – e ainda cantam – esses lamentos melancólicos em momentos de transição na vida, como funerais e casamentos, quando da partida de alguém amado para lutarna guerra, ou simplesmente em solidariedade aos duros golpes da vida. O ritual de lamentação é usado para expressar dor e tristeza, curar feridas e traumas, e estabelecer uma ponte entre o passado e o presente, a fim de forjar continuidade no futuro.

 Lamento, Canto das Transições, foi feito após um workshop organizado pela artista durante sua estada em Suomenlinna, Helsinki, na Finlândia, em 2010, ocasião em que o entoador de lamentos Pirkko Fihlman foi convidado para ensinar as já quase esquecidas antigas técnicas de cantos de lamentação da área de Carélia na Finlândia.


Shingo YOSHIDA
Error (Erro)

2013, 11:00 min, vídeo HD, a cores e sonoro

 Em seu filme ’Erro’, Shingo Yoshida foca em uma pequena avaria em um poste de luz na praça Alexanderplatz - a oscilação sincopada da luz parece quase que ser algo encenado; é essa disfunção, nos momentos em que a luz apaga, que acentua a presença da mesma. Paradoxalmente, a luz só se evidencia no momento em que desaparece, de súbito.

Yoshida relaciona esse incidente curioso, que ocorre noite após noite precisamente fora do seu estúdio, com uma reflexão pessoal e silenciosa sobre a presença alienada de si mesmo em meio ao ambiente urbano, onde uma surpreendente rede de funcionalidade busca nos orientar para que não tenhamos de ficar tateando no escuro.


Antje Majewski

Nest (Ninho)

2012, 13:29 min , vídeo HD, a cores e sonoro



Mediante “Ninho”, a pintora, artista de vídeo e fotógrafa Antje Majewski (1968) criou um vídeo maravilhoso que reflete um complexo conjunto de abordagens em pintura, representações daquilo que é visível, práticas mágicas, rituais e animismo.

Vemos a artista sair de seu estúdio no bairro de Berlin-Wedding com uma luminária nas mãos, que ela montou e que é acionada por cabos elétricos coloridos, para tirar da escuridão objetos, estruturas e cenas cuidadosamente selecionadas. Ela parece estar seguindo um caminho predeterminado, caminho este que ela continua a seguir até o ponto em que pinta seu rosto e suas mãos, como em um ato ritualístico, antes de deitar, por fim, no terreno de chão batido, um ninho contendo bolas de prata.



Marc Aschenbrenner
6 Ameisen/ 6 Ants (6 Formigas)

2012, 15 min , vídeo HD, a cores e sonoro
Sobre planetas abandonados e postos perdidos, sobre órbitas em redor do nada: uma enorme cabeça verde e homens de neve, pessoas que transportam algo como uma mochila com rodas e que são conduzidas, figuras douradas, suadas, recobertas de algas, criaturas ao estilo de lesmas e insetos, criaturas do universo de Marc Aschenbrenner (nascido em Linz, na Áustria, em 1971), feridas e tolhidas em sua expressão, se movimentam em um âmbito não registrado na história. Elas são solitárias. Elas sentem, mas seus sentimentos não podem muitas vezes ser reconhecidos. Cada momento representa uma condição.

Presenciamos o encontro, no estúdio do artista, de seis das figuras criadas por Marc Aschenbrenner, que se confrontam umas com as outras em sua solidão e que refletem objetos e imagens de representações passadas.



Sobre a Videoart at Midnight (Videoarte à Meia-Noite)

Videoart at Midnight é  um projeto de autoria de von Olaf Stüber e Ivo Wessel.


Uma vez por mês, sempre à meia-noite de uma sexta-feira, os organizadores convidam artistas a mostrarem seus trabalhos na grande tela do legendário cinema Babylon no bairro de Berlin-Mitte. Cada uma dessas noites é dedicada ao trabalho de um artista. E, via de regra, os artistas se fazem presentes. Trata-se da sua noite. São eles que determinam o programa. Muitas vezes, há uma estreia; outras vezes, também há atuações ao vivo acompanhando o programa, como performances, concertos ou bate-papos com artistas. Desde seu surgimento até hoje, o projeto Videoarte à Meia-Noite se tornou um evento cult na cena artística de Berlim. É um projeto sem fins lucrativos, com entrada gratuita, onde todos são bem-vindos.


 A partir de 2012, a publicação intitulada Videoart at Midnight Edition passou a integrar o projeto. Contando com uma criteriosa seleção de poucos trabalhos artísticos por ano, essa Edição, publicada com número restrito de exemplares, possibilita que se colecione oferece a possibilidade de se colecionar um repertório contemporâneo da videoarte atual - uma antologia de um meio de expressão artística que cada vez mais ganha significado no contexto da arte de nossos dias.

 A publicação Videoart at Midnight Edition, como as mostras de cinema, dá uma visão da produção de vídeos artísticos na cena internacional atual (de Berlim). Nela estão representados artistas de renome, bem como novas e promissoras descobertas artísticas. A publicação engloba trabalhos mais antigos, que nunca antes haviam sido disponibilizados no mercado de arte, bem como outros trabalhos, criados especialmente para tal ocasião.

Cada um dos referidos trabalhos artísticos é exclusivo, tendo sido criado e/ou selecionado especialmente para a Videoart at Midnight Edition. Cada trabalho foi produzido com uma tiragem de 40 cópias (+ 10 exemplares destinados aos artistas).

PROGRAMAÇÃO 09/07 – 19h30 às 22h30

Artemovendo - Projeções: Programa 3

Seleção da Coleção de Julia Stoschek

Helen Marten "Evian Disease" ou A Doença Evian (2012)

Ed Atkins "Even Pricks" ou Até Mesmo Estúpidos" (2013)


JULIA STOSCHEK COLLECTION é uma coleção internacional privada de arte contemporânea que vem crescendo regularmente desde 2002, por meio de atividades contínuas e estruturadas a ela relacionadas. Ao lado de escultura e fotografia, a coleção se concentra em mídias audiovisuais, que incluem vídeos, filmes e instalações multicanais. No momento, a coleção reúne mais de 600 peças de autoria de artistas preponderantemente da Europa e dos EU. A COLEÇÃO JULIA STOSCHEK foca, assim, em uma linha histórica que vai desde os primórdios da videoarte, no fim dos anos 60, até a data de hoje, em um esforço para se entender o desenvolvimento do vídeo como meio de expressão e para se refletir sobre questões sociais e culturais da atualidade mediante a própria coleção. A aquisição de trabalhos de autoria de Marina Abramović & Ulay, Vito Acconci, Chris Burden e Bruce Nauman, que empregavam o meio vídeo para documentar suas representações de Body Art, constitui um ponto de partida para tal, dentre muitos outros. A ênfase em arte contemporânea, evidente no enfoque dado ao efêmero como assinatura do presente na imagem animada, significa que a Coleção sempre aborda posições artísticas atuais. A digitalização é expressa como um dos mais importantes acréscimos socioculturais nos dias de hoje pelas obras, por exemplo, de uma geração de artistas mais jovens, como Ed Atkins, Trisha Baga e Helen Marten. Eles fazem uso do potencial estético proporcionado por tecnologias computadorizadas de alta definição nas suas criações artísticas e, desse modo, geram um idioma visual inteiramente novo. As várias posições artísticas individuais já sinalizadas na Coleção ganham acompanhamento durante alguns anos, e a série de trabalhos é completada, a fim de se criar relações significativas no âmbito da coleção. Isso vincula, entre outros aspectos, contínua interação com os artistas e suporte para exposições e publicações, sem mencionar a produção de novas obras. Como resultado, parte integrante da COLEÇÃO JULIA STOSCHEK são grupos extensivos de trabalhos e peças fundamentais de autoria de grandes artistas nacionais e internacionais – como Francis Alÿs, Trisha Donnelly, Elizabeth Price, Sturtevant e Clemens von Wedemeyer.


Artemovendo - Projeções: Programa 4

Trabalhos em vídeo de artistas mexicanos, com curadoria de Katya Gardea Browne.

"Ajonjolí y otros moles" (Gergelim e outros molhos)

Chance, observação e poética do pessoal

“Quais as ferramentas que “a grande ilusão” nos oferece para transformarmos nossa realidade limitada em algo mais intenso? Quais dispositivos podem ser considerados paralelamente a despertadores psíquicos de alarme? Vídeos motivados e alimentados (feeds) por um feliz acidente (serendipity) podem ser um detonador.” Jens Kull

Cada um desses artistas mexicanos joga com tempo, memória, solidão e ironia. Se há algum modo de pensar acerca de narrativas contemporâneas, estes artistas abrangem desde a conexão de diferentes métodos de representação visual e mídia; a liberdade divertida que sua visão variada oferece, cria uma imagem de pintura e movimento de pensamento não linear e linear, motivada pela urgência em documentar sua experiência pessoal.

Trabalhos de Bruno Bresani, Eder Castillo, Paola Esquivel, Katya Gardea Browne, Dalia Huerta Cano, Jens Kull, Juan Pablo Macias, Alejandro Moncada, Grace Quintanilla e Gabriel Santamaria. 

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