sexta-feira, 8 de julho de 2011

SALA P. F. GASTAL EXIBE FILMES QUE DIALOGAM COM A OBRA DE KENNETH ANGER

O Selvagem (The Wild One)
Um ícone do cinema do século XX, o norte-americano Kenneth Anger veio a Porto Alegre especialmente para a abertura de uma exposição sobre sua obra, inaugurada no dia 1º de julho último, no mezanino da Usina do Gasômetro. Uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura, com o apoio cultural do Hotel Embaixador, a exposição Kenneth Anger tem curadoria da alemã Susanne Pfeffer, do KW Instituto de Arte Contemporânea de Berlim e do MoMA PS1 NY, e chega à capital gaúcha depois de passar por Nova York, em 2009, onde obteve grande sucesso de crítica e público. Trata-se de uma instalação, realizada a partir dos principais filmes de Anger, que são projetados simultaneamente em diversas telas distribuídas em duas salas revestidas de vinil vermelho e prata, respectivamente. A exposição estende-se até o dia 31 de julho e pode ser visitada entre 9h e 21h.
No período de 12 a 24 de julho, ainda, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro exibe uma programação especial paralela à exposição. Além de mostrar alguns dos filmes de Anger na tela grande, também serão programados diversos títulos que dialogam com sua obra, como Veludo Azul, de David Lynch, e Uma Canção de Amor, de Jean Genet.
Frequente colaborador da banda Rolling Stones (sendo o inspirador do hit Sympathy for the Devil), Kenneth Anger é o mais cultuado dos cineastas norte-americanos de vanguarda. Famoso pelas delirantes imagens de seus clássicos filmes experimentais (Scorpio Rising, Fireworks, Lucifer Rising), Anger influenciou diretores como Gus Van Sant, David Lynch e Rainer Werner Fassbinder e, segundo Martin Scorsese, este “artista de extraordinária imaginação” é um dos nomes “mais assombrosos e secretos do cinema americano”.

PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA

Fireworks, de Kenneth Anger (Estados Unidos, 1947, 20 minutos)

Fantasia onírica sobre o desejo masculino, inspirada nos conflitos entre marinheiros e mexicanos ocorridos em Los Angeles, em 1944. Anger tinha apenas 20 anos quando dirigiu o filme, inteiramente rodado na casa dos pais, com uma câmera 16mm, e é também seu ator principal. Fireworks ganhou a admiração de Tennessee Williams e de Jean Cocteau, que o selecionou para o Festival do Filme Maldito, em 1949, onde foi premiado. Exibição em DVD.

Scorpio Rising, de Kenneth Anger (Estados Unidos, 1963, 29 minutos)

Depois de voltar da França, Anger começou a documentar a vida da comunidade masculina dos motociclistas  do Hell’s Angels da área de Brooklyn. Uma reflexão sobre velocidade, morte, masculinidade, fascismo, religião, revelando as sombrias correntes presentes na cultura popular americana do pós-guerra. Exibição em DVD.

Lucifer Rising, de Kenneth Anger (Estados Unidos, 1970-1980, 29 minutos)

Uma das mais elaboradas produções de Anger começou a ser rodada por volta de 1966 e foi abandonada em 1967, com a denúncia de que as latas teriam sido furtadas pelo jovem Bobby Beausoleil, contratado para atuar e compor a trilha musical. Anos mais tarde, as filmagens foram retomadas com a cantora inglesa Marianne Faithfull e o diretor escocês Donald Cammel no elenco. Participação especial do guitarrista Jimmy Page, do Led Zeppelin, numa cena em que ele admira um retrato do ocultista Aleister Crowley. Filmado em grande parte no Egito, o filme ficou pronto em 1972, mas só conseguiu distribuição em 1980. Exibição em DVD.

Uma Canção de Amor (Um Chant d’amour), de Jean Genet. França, 1950,

Numa prisão, o amor entre dois homens dá origem a um poema erótico dirigido por Jean Genet, neste filme-irmão de Fireworks, a obra de estreia de Anger. Exibição em DVD.

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard), de Billy Wilder. EUA, 1950, 110 minutos.

Um roteirista ambicioso e desconhecido (William Holden) envolve-se com a decadente estrela do cinema mudo Norma Desmond (Gloria Swanson), nesta obra-prima que dialoga com o célebre Hollywood Babylon, livro de Anger com relatos de escândalos envolvendo celebridades da meca do cinema. Exibição em DVD.

Ruby, a Amante Diabólica (Ruby), de Curtis Harrington (EUA, 1977, 85 minutos)

Parceiro de Anger, o diretor Curtis Harrington dirigiu este cultuado filme de terror sobre satanismo, um dos temas preferidos de ambos os diretores. Exibição em DVD.

Veludo Azul (Blue Velvet), de David Lynch. EUA, 1986, 121 minutos.

Numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, rapaz descobre o lado obscuro da existência, numa das obras-primas de Lynch, diretor claramente influenciado pela obra de Anger. Exibição em DVD.

Coração Selvagem (Wild at Heart), de David Lynch. EUA, 1990, 128 minutos.

A louca paixão de Sailor (Nicolas Cage) por Lula (Laura Dern), no filme que deu a David Lynch a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Exibição em DVD.

One Plus One, de Jean-Luc Godard. Inglaterra, 1968, 100 minutos.

Godard filma os Rolling Stones, parceiros de Anger, inspirador da música Sympathy for the Devil. Exibição em DVD.

O Selvagem, de Laszlo Benedek (The Wild One). EUA, 1953, 79 minutos.

O ator Marlon Brando interpreta Johnny, o líder de uma gangue de motociclistas que invade uma pequena e tranquila cidade da Califórnia, neste filme que remete ao clássico Scorpio Rising, de Anger, com seus motoqueiros de jaquetas de couro. Exibição em DVD.



GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 12 a 17 de julho de 2011

Terça-feira (12 de julho)
15:00 – O Selvagem
17:00 – Scorpio Rising + Lucifer Rising
19:00 – Veludo Azul

Quarta-feira (13 de julho)
15:00 – One Plus One
17:00 – Fireworks + Uma Canção de Amor
19:00 – Coração Selvagem

 Quinta-feira (14 de julho)
15:00 – Crepúsculo dos Deuses
17:00 – Ruby, a Amante Diabólica
19:00 – One Plus One

Sexta-feira (15 de julho)
15:00 – Fireworks + Uma Canção de Amor
17:00 – O Selvagem
19:00 – One Plus One

Sábado (16 de julho)

15:00 – Crepúsculo dos Deuses
17:00 – Ruby, a Amante Diabólica
19:00 – Scorpio Rising + Lucifer Rising

Domingo (17 de julho)
15:00 – O Selvagem
17:00 – Fireworks + Uma Canção de Amor
19:00 – Ruby, a Amante Diabólica

2 comentários :

  1. Tendo visto os curtas espostos lá no segundo piso, compreendo agora aonde David Lynch procurou tanta inspiração

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  2. Só lamento não ter comparecido na noite que ele apareceu por ai,

    OOOOO FRIO MISERAVEL

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