Um dos grandes operários do cinema mexicano, Carlos Henrique Taboada (1929-1997) dirigiu 19 filmes e roteirizou mais de 70, investindo nos mais diversos gêneros, do western ao drama, mas foi no horror e na fantasia que ele encontrou a sua voz. Suas investidas no horror gótico renderam seus trabalhos mais representativos, obras como Hasta El Viento Tiene Miedo (1968), El Libro de Piedra (1969) e Más Negro que La Noche (1975) tornaram-se filmes de culto, influenciando diretores como Guilhermo Del Toro, que costuma citar a grande importância de Taboada na concepção de seu imaginário fantástico.
Produzido em 1984, Veneno para as Fadas (penúltimo trabalho de Taboada para o cinema) nos impõe uma tétrica imersão no universo infantil. A solitária Verônica (Ana Patrícia Rojo) faz amizade com uma nova colega de classe, Flávia (Elsa Maria Gutiérrez). Entre as duas surge uma estranha relação de poder e submissão, onde Verônica convence a nova amiga de que ela não é uma criança comum, mas sim uma poderosa bruxa. A farsa proposta por Verônica vai tomando rumos trágicos, afetando drasticamente a vida das duas crianças. Uma cruel visão da infância, em que o choque entre fantasia e realidade toma rumos inesperados.
É notável a influência de Veneno Para as Fadas na concepção de O Labirinto do Fauno de Del Toro, uma das mais instigantes obras contemporâneas sobre o poder da imaginação infantil.
VENENO PARA AS FADAS, de Carlos Henrique Taboada (Veneno Para Las Hadas /1984/ 90 min.), com Ana Patrícia Rojo e Elsa Maria Gutiérrez.
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