sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Classicos do Cinema Politico Brasileiro


Após um pequeno recesso de férias, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) retoma sua programação com uma mostra reunindo uma série de títulos clássicos do cinema brasileiro.
Entre longas de diretores como Glauber Rocha, Arnaldo Jabor e Denoy de Oliveira, a mostra Clássicos do Cinema Político Brasileiro também inclui um programa de curtas que marcaram época, como Aruanda, de Linduarte Noronha, Arraial do Cabo, de Paulo César Saraceni, Bla Bla Bla..., de Andrea Tonacci, e Ilha das Flores, de Jorge Furtado.
A programação é uma das atividades paralelas do Fórum Social Mundial, que acontece a partir do dia 25 de janeiro na Usina do Gasômetro. A presente mostra tem o apoio do Ministério da Cultura, através do projeto Programadora Brasil, destinado a promover a difusão de filmes brasileiros.

PROGRAMAÇÃO

Conterrâneos Velhos de Guerra, de Vladimir Carvalho (Brasil, 1990, 168 minutos)
Documentário sobre os operários envolvidos na construção de Brasília, dirigido por um dos mais importantes diretores dedicados ao gênero no país, Vladimir Carvalho. Carvalho levou 20 anos para concluir seu filme, devido a problemas com a censura. Lançado durante os anos Collor, o filme teve circulação restrita na época, mas hoje já é visto como um clássico do gênero. Exibição em DVD.

Tudo Bem, de Arnaldo Jabor (Brasil, 1978, 110 minutos)
Família de classe média realiza reforma em seu apartamento. A convivência com os operários envolvidos na obra dá origem a conflitos de diferente natureza, em filme que serve como metáfora do Brasil durante os anos da ditadura militar. No elenco, Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Regina Casé, Zezé Motta, Stênio Garcia e Paulo César Pereio. Exibição em DVD.


O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha (Brasil, 1969, 99 minutos)
O matador de cangaceiros Antônio das Mortes, personagem do filme mais conhecido de Glauber Rocha, Deus e o Diabo na Terra do Sol, arrepende-se de seu passado de sangue a serviço dos poderosos e enfrenta um coronel (Joffre Soares) para libertar os habitantes de um lugarejo miserável no interior do Nordeste. Primeira produção a cores dirigida por Glauber, foi o filme que lhe assegurou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes.
Com Maurício do Valle, Othon Bastos, Joffre Soares, Hugo Carvana e Odete Lara. Exibição em DVD.

Coronel Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno (Brasil, 1977, 90 minutos)
Elogiada cinebiografia que recupera a história do empresário Delmiro Gouveia, que no início do século 20 enfrentou o poder dos coronéis e da indústria internacional. Perseguido por suas idéias avançadas, Gouveia seria assassinado em 1917, graças a um complô envolvendo políticos e empresários ingleses. Com Rubens de Falco, Isabel Ribeiro, José Dumont e Sura Berditchevski. Exibição em DVD.

O Baiano Fantasma, de Denoy de Oliveira (Brasil, 1984, 100 minutos)
O paraibano Lambusca chega a São Paulo à procura do conterrâneo Antenor e logo entra em contato com o submundo e as misérias da grande metrópole. Um dos mais elogiados e menos conhecidos filmes da história do cinema brasileiro. Prêmio de melhor filme, melhor diretor e melhor ator para José Dumont no Festival de Gramado. Exibição em DVD.

Jango, de Sílvio Tendler (Brasil, 1984, 115 minutos)
Clássico do documentário brasileiro que traça um perfil abrangente do presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964. Exibição em DVD.

Alma Corsária, de Carlos Reichenbach (Brasil, 1993, 111 minutos)
Através da amizade de dois poetas, o diretor Carlos Reichenbach faz um inventário de três décadas da história recente do Brasil. Um filme de resistência, realizado durante a maior crise do cinema brasileiro, após o período Collor. Exibição em DVD.

Programa de Curtas (115 minutos)

Um programa reunindo seis curtas-metragens que marcaram época, realizados entre 1960 e 1989. Exibição em DVD.
Aruanda, de Linduarte Noronha (Brasil, 1960, 22 minutos)
No sertão da Paraíba, os descendentes de um antigo quilombo formado em meados do século XIX vivem em condições precárias. Um dos precursores do Cinema Novo.

Arraial do Cabo, de Paulo César Saraceni e Mário Carneiro (1959, 17 minutos)
A vida e as condições de trabalho de um grupo de pescadores são alteradas pela chegada de uma fábrica no local. O fotógrafo Mário Carneiro inspirou-se nas gravuras de Oswaldo Goeldi para criar a bela fotografia em preto e branco do filme.

Bla Bla Bla…, de Andrea Tonacci (Brasil, 1968, 26 minutos)
Num momento de crise, um ditador (Paulo Gracindo), faz um longo pronunciamento na televisão.

Brasília, Contradições de uma Cidade Nova, de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1967, 23 minutos)
Filme-ensaio realizado em Brasília no sexto ano após a sua inauguração. O diretor Joaquim Pedro de Andrade tenta descobrir até que ponto uma cidade planejada, símbolo do progresso e dos anseios democráticos de um país emergente, é capaz de reproduzir as desigualdades sociais existentes em outras regiões do Brasil.
Couro de Gato, de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 1960, 15 minutos)
Na favela carioca, meninos caçam gatos para vender seu couro para fabricantes de tamborins. Um dos episódios do longa Cinco Vezes Favela, filme coletivo que lançou as bases do Cinema Novo.
Ilha das Flores, de Jorge Furtado (Brasil, 1989, 12 minutos)
A trajetória de um tomate serve de pretexto para o diretor Jorge Furtado criar um impactante ensaio sobre as contradições sociais do país. Premiado no Festival de Berlim, foi o filme que revelou para o mundo o talento de Furtado.

GRADE DE HORÁRIOS

26 de janeiro (terça-feira)
Sala reservada para evento fechado do Ministério da Cultura

27 de janeiro (quarta-feira)
15:00 – Jango
17:00 – O Baiano Fantasma
19:00 – Tudo Bem

28 de janeiro (quinta-feira)
15:00 – Coronel Delmiro Gouveia
17:00 – Programa de Curtas
19:00 – Sessão Especial Jornal Boca de Rua, seguida de debate

29 de janeiro (sexta-feira)
15:00 – Alma Corsária
17:00 – O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
19:00 – Exibição do média-metragem Diversa Cidade, de Renata Heinz, seguida de debate

30 de janeiro (sábado)
15:00 – O Baiano Fantasma
17:00 – Tudo Bem
19:00 – Coronel Delmiro Gouveia

31 de janeiro (domingo)
15:00 – Programa de Curtas
17:00 – Alma Corsária
19:00 – Conterrâneos Velhos de Guerra

3 de fevereiro (quarta-feira)
15:00 – Jango
17:00 – O Baiano Fantasma
19:00 – Tudo Bem

4 de fevereiro (quinta-feira)
15:00 – Coronel Delmiro Gouveia
17:00 – Programa de Curtas
19:00 – Jango

5 de fevereiro (sexta-feira)
15:00 – Alma Corsária
17:00 – O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
19:00 – Projeto Raros (Ser ou Não Ser, de Ernst Lubitsch)

6 de fevereiro (sábado)
15:00 – O Baiano Fantasma
17:00 – Programa de Curtas
19:00 – Coronel Delmiro Gouveia

7 de fevereiro (domingo)
15:00 – Programa de Curtas
17:00 – Tudo Bem
19:00 – Conterrâneos Velhos de Guerra

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Raros exibidos em 2009

A NOITE DOS ARREPIOS - de Fred Dekker - 1986
Exibido em 04/12/2009

Quando lançado nos cinemas, em 1986, A Noite dos Arrepios (Night of the Creeps), de Fred Dekker, foi um fracasso de bilheteria, passando despercebido pela crítica e pelo grande público. Porém, com o passar dos anos esta descompromissada mistura de humor negro, horror e ficção científica se transformou num objeto de culto entre os fãs do gênero fantástico. O filme nunca foi lançado oficialmente nos cinemas ou locadoras do país, mas sua exibição na TV no final dos anos 1980 gerou uma legião de admiradores brasileiros, que sempre aguardavam ansiosos por alguma reprise nas “sessões da madrugada”.

Em tom de auto-paródia, A Noite dos Arrepios é uma sangrenta e divertida homenagem aos filmes B de horror, com direito a alienígenas, mortos-vivos e estranhas criaturas gosmentas. Na trama, os estudantes da Universidade Corman são infectados por parasitas espaciais que se alimentam do cérebro dos hospedeiros transformando-os em zumbis. Uma inusitada dupla de heróis, os nerds Chris Romero (Jason Lively) e JC Hooper (Steven Marshall), auxiliada pelo detetive linha dura Cameron (o impagável Tom Atkins), irão combater as criaturas e tentar evitar a disseminação dos mortos-vivos. Dekker brinca com os clichês do gênero em citações inspiradas que vão da ficção científica dos anos 50 (Plan 9 From Outer Space) aos filmes de George Romero e David Cronenberg.

Em 1987, Fred Dekker realizou Deu a Louca nos Monstros (The Monster Squad), uma espécie de Os Goonies com elementos fantásticos, que também foi elevado ao status de cult movie, mas após o retumbante fracasso de Robocop 3, seu filme seguinte, o nome de Dekker foi colocado no limbo da indústria de Hollywood, e desde então seus trabalhos se limitaram a esporádicas participações como roteirista de séries televisivas.

A Noite dos Arrepios (Night of the Creeps), de Fred Dekker. EUA, 1986, 85 minutos

SATANICO PANDEMONIUM - de Gilberto Martinez Solares - 1975
Exibido em 20/11/2009

Especialista em cinema de gênero, Gilberto Martínez Solares (1906-1997) foi um dos mais prolixos realizadores do cinema mexicano, com mais de 150 filmes em seu currículo. Em 60 anos dedicados à sétima arte, trafegou entre os mais variados gêneros, do western ao horror, passando pelo drama e pelos populares filmes do lutador El Santo.

Satanico Pandemonium faz parte do ciclo mexicano de um subgênero conhecido como nunexploitation. O enredo destas produções, passadas essencialmente em conventos, confrontava o sagrado e o profano, mesclando de forma sensacionalista temas como religião, sexo, violência e satanismo.

A trama de Satanico Pandemonium segue os conceitos cristalizados pelo gênero. Irmã Maria (a bela Cecilia Pezet) tem sua fé colocada à prova quando começa a ser assediada por um misterioso pastor chamado Luzbel (Enrique Rocha). As investidas do pastor despertam em Maria sentimentos paradoxais, que a fazem mergulhar num abismo de demência, horror e depravação.

Na época de seu lançamento o filme causou furor nos setores mais conservadores da sociedade mexicana, conhecida pelo seu arraigado catolicismo. Em homenagem ao filme, os diretores Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, fãs confessos da obra de Solares, batizaram a personagem de Salma Hayek em Um Drink no Inferno de Satanico Pandemonium.

Satanico Pandemonium, de Gilberto Martínez Solares. México, 1975, 87 minutos. Classificação indicativa: 18 anos.


O MONGE SINISTRO - de Harald Reinl - 1965
Exibido em 13/11/2009

O projeto Raros da Sala P. F. Gastal (Usina do Gasômetro – 3º andar) ganha edição especial nesta sexta-feira, 13 de novembro, às 19h, inserida na programação do Projeto Berlim – evento iniciado na última terça-feira, que celebra os 20 anos da queda do Muro de Berlim – com a exibição da produção alemã O Monge Sinistro, realizada por Harald Reinl em 1965.

O Monge Sinistro é um dos mais perfeitos exemplares do gênero “Krimi”, popular série de filmes de suspense produzidos na Alemanha durante a década de 60, geralmente inspirados nos romances do escritor Edgar Wallace. Embora fossem filmados em Berlim, no auge da Guerra Fria (com a cidade ainda dividida pelo muro), as tramas dos “krimis” se passam em Londres.

O Monge Sinistro narra a história de um assassino que se fantasia de monge e sai chicoteando as pessoas até a morte pelas ruas sombrias da capital inglesa. A fim de evitar novas mortes, a Scotland Yard mobiliza seus agentes na caça do sádico serial killer.

No elenco do filme, Karin Dor (a “Bond girl” de Com 007 Só Se Vive Duas Vezes e estrela de Hitchcock em Topázio), Harald Leipinitz, Siegfried Lowitz e Edie Arent (de Alphaville).

O Monge Sinistro será exibido numa cópia em DVD, com legendas em espanhol. A sessão será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.
A entrada é franca.

O Monge Sinistro (Der Unheimliche Mönch/The Sinister Monk), de Harald Reinl. Alemanha, 1965. Com Karin Dor, Harald Leipinitz, Siegfried Lowitz e Edie Arent. Duração: 87 minutos. Preto e branco.


GO, GO, SECOND TIME VIRGIN - de Kôji Wakamatsu - 1969
Exibido em 30/10/2009

Go, Go Second Time Virgin é um dos títulos mais representativos do cinema proposto por Kôji Wakamatsu, cineasta de carreira prolífica, conhecido por assinar produções do gênero pinku eiga ou pink films, filmes eróticos japoneses de baixo orçamento. O apuro estético e a utilização do sexo como subterfúgio para lançar uma crítica feroz à rígida sociedade do Japão são os elementos que diferenciam a obra de Wakamatsu dos demais filmes do gênero. A visão anárquica do diretor transforma seus filmes em experiências radicais e incômodas, nas quais tabus e perversões sexuais dialogam com a política e a poesia.

A trama de Go, Go Second Time Virgin tem início no terraço de um edifício onde uma garota é violentada por uma gangue. Sem intervir, um rapaz sorrateiramente observa a cena em silêncio. Na manhã seguinte ambos perambulam pelos telhados do prédio, conversam sobre o acontecido e divagam sobre a vida e a morte. Pouco a pouco, o desespero toma conta da situação, que se torna ainda mais caótica com o retorno da gangue ao local do crime.

Em 1965, outro filme de Wakamatsu, Segredos por Trás da Parede (Kabe No Naka No Himegoto), foi selecionado para o Festival de Berlim, gerando desconforto entre o governo e muitos cineastas japoneses, que numa atitude conservadora se posicionaram contra o fato de um pinku eiga, uma produção erótica, representar o Japão num festival internacional tão prestigiado quanto Berlim. Em uma entrevista recente, Wakamatsu declarou: “No começo, o erotismo era uma decisão estratégica que me permitia fazer os filmes que queria. Mas logo compreendi que podia usá-lo como uma ferramenta importante para desenvolver meu ponto de vista, e o que tinha sido somente uma obrigação, tornou-se útil para mim”.

Tendo dirigido mais de 100 filmes ao longo de sua carreira, aos 73 anos Kôji Wakamatsu continua produzindo ativamente. Em 2008 retornou ao Festival de Berlim com o drama United Red Army (Jitsuroku Rengô Sekigun: Asama Sansô e No Michi), de onde saiu com ótimas críticas e dois prêmios paralelos.
Go Go Second Time Virgin (Yuke Yuke Nidome No Shojo). Direção de Kôji Wakamatsu. Com Michio Akiyama e Mimi Kozakura. Japão, 1969, 66 minutos. Preto e branco.


GLEN OU GLENDA - de Ed Wood - 1953
Exibido em 16/10/2009

O cultuado “filme gay” de Ed Wood, considerado o pior cineasta de todos os tempos. O próprio Wood interpreta o personagem principal, o indeciso Glen, que não tem coragem de contar à noiva que gosta de se vestir de mulher. Ainda no elenco, Bela Lugosi, o eterno Drácula de Tod Browning. Um filme precursor, realizado na conservadora América dos anos 50, que apesar das suas fragilidades conquista novos fãs a cada exibição.

Glen ou Glenda (Glen or Glenda), de Ed Wood (EUA, 1953, 68 minutos)


NÃO SE TORTURA UM PATINHO - de Lucio Fulci - 1972
Exibido em 9/10/2009

Lançado em 1972, o clássico do cinema de horror italiano, o cultuado Don´t Torture a Duckling, ou Non si Sevizia un Paperino (Não se Tortura um Patinho), de Lucio Fulci ficou célebre por seu título, certamente um dos mais bizarros da história do cinema. No Brasil, teve distribuição restrita, como O Segredo do Bosque dos Sonhos.
A trama de Don´t Torture a Duckling se passa em um vilarejo siciliano que fica à beira da histeria quando um maníaco inicia uma série de cruéis assassinatos envolvendo um grupo de crianças. Instaura-se um estado de paranóia generalizada, onde todos são suspeitos. Andrea (Tomas Milian), um jornalista obstinado, tenta desvendar a identidade do assassino, enquanto a bela Patrizia (Barbara Bouchet) luta para inocentar-se das suspeitas que recaem sobre ela, e Maciara (Florinda Bolkan), a bruxa da cidade, sofre as consequencias por suas atividades, consideradas demoníacas pela população. Enquanto isso, o medo gera uma nova onda de violência, atingindo vidas inocentes.
Em seu lançamento, Don´t Torture a Duckling causou polêmica pela sua mistura explosiva de sexo, violência e religiosidade. A partir deste filme o mítico e versátil diretor italiano Lucio Fulci (1927-1996) exacerbou o seu gosto pelo mórbido e pelo grotesco, que nos anos seguintes o definiria como um dos mestres do cinema fantástico italiano. O subtexto crítico à Igreja Católica não passou em branco pelas autoridades religiosas, rendendo a Fulci a excomunhão, e o nome do filme foi colocado em uma espécie de lista negra da Igreja, que impôs cortes e prejudicou a sua distribuição nos cinemas europeus. A atriz brasileira Florinda Bolkan (que hoje renega a sua participação em vários filmes de horror italianos) rouba a cena no papel da bruxa Maciara, protagonizando uma das cenas mais violentas e impactantes do filme. Ao lado de Florinda, brilham a diva do cinema grego Irene Papas e a linda Barbara Bouchet.

Dont Torture a Duckling (Non si Sevizia un Paperino). Direção de Lucio Fulci (Itália, 1972, 102 minutos). Com Florinda Bolkan, Tomas Milian, Barbara Bouchet e Irene Papas.


ASSALTO AO TREM BLINDADO - de Enzo Castellari - 1978
Exibido em 04/09/2009
O filme de Castellari, após alguns anos de ostracismo, voltou a receber atenção ao ser refilmado por Quentin Tarantino como Bastardos Inglórios, atual sucesso de bilheteria nos cinemas americanos (com estreia prevista no Brasil para o final de setembro).
Enzo G. Castellari (1942) é um diretor que tem uma longa carreira dedicada ao cinema de gênero, assinando produções de baixo orçamento que, apesar da escassez de recursos, conquistaram a admiração de parte da crítica, como o drama de guerra Esquadrão das Águias (1969) e o western Keoma (1976).

Na França, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de soldados norte-americanos condenados à morte pelos mais variados tipos de crimes consegue se libertar, e resolve fugir para a Suíça, neutra. A caminho de lá eles são confundidos com uma unidade secreta aliada, e se engajam em uma missão suicida atrás das linhas alemãs, envolvendo roubo e sabotagem de um trem.

Assalto ao Trem Blindado (Quel Maledetto Treno Blindato), de Enzo G. Castellari. Itália, 1978. Com Bo Svenson, Peter Hooten, Fred Williamson, Ian Bannen e Michael Constantin. Colorido. Duração: 99 minutos.

FASTER, PUSSYCAT! KILL! KILL! - de Russ Meyer - 1965
Exibido em 19/06/2009

Filme mais popular de Meyer, o papa do gênero sexplotation, Faster, Pussycat! Kill! Kill! descreve as aventuras de três sedutoras e furiosas gogo girls que andam pelo deserto americano com seus carros velozes, causando a discórdia por onde passam. Um sucesso de bilheteria nos drive ins americanos nos anos 60, o filme é idolatrado por diretores como John Waters (“É o melhor filme já feito”, disse Waters) e Quentin Tarantino, que o homenageou em Death Proof (ainda inédito no Brasil) e pretende refilmá-lo, segundo informações do IMDB.
A sessão de Faster, Pussycat! Kill! Kill! no Raros está incluída na mostra Microfonia, que aconteceu na Sala P. F. Gastal.
Faster, Pussycat! Kill! Kill!, de Russ Meyer (EUA, 1965, 83 minutos, legendas em português)



O MONSTRO DE DUAS CABEÇAS - de Lee Frost - 1972
Exibido em 08/05/2009

Um dos subprodutos do movimento Blaxploitation, O Monstro de Duas Cabeças conta a bizarra história de um velho milionário e racista (vivido por Ray Milland) que, devido a uma grave doença, tem sua cabeça transplantada para o corpo de um negro (Rosey Grier, primo da estrela negra Pam Grier, de Jackie Brown). O detalhe é que o negro está vivo e ambas as cabeças precisam conviver com o mesmo corpo. A partir daí, o que se vê na tela é um desfile de situações absurdas, que entrou para a história do cinema como um dos mais divertidos libelos contra o racismo.

O protagonista Ray Milland (1905-1986) foi um ator bastante requisitado em Hollywood nas décadas de 40 e 50 (ganhou o Oscar, a Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro por sua atuação em Farrapo Humano, de Billy Wilder). A partir dos anos 60, Milland começou a fazer participações freqüentes em seriados de TV e produções do cinema B, como o cartaz do Raros desta sexta-feira.
O Monstro de Duas Cabeças será exibido numa cópia em DVD, com diálogos e legendas em inglês. A sessão será comentada pelo jornalista Zeca Azevedo, especialista em cinema Blaxploitation. A entrada é franca.
O Monstro de Duas Cabeças (The Thing with Two Heads). Estados Unidos, 1972. Direção de Lee Frost. Com Ray Milland, Rosey Grier e Don Marshall. Colorido. Duração: 93 minutos.

BLACULA - de William Crain - 1972
Exibido em 17/04/2009

Blacula, de William Crain, é uma produção de 1972 sobre vampiro negro que aterroriza as ruas de Los Angeles. Blacula integra a programação do projeto Black, inaugurado pela Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura na última terça-feira, que está apresentando diversos filmes que ilustram a contribuição da cultura negra para o cinema.
A trama do filme de William Crain adapta para o contexto americano do início da década de 70 algumas das principais situações do clássico romance Drácula, de Bram Stoker. Em 1780, ao visitar o Conde Drácula na Transilvânia, príncipe africano é atacado pelo vampiro e seu corpo permanece trancafiado em um caixão nos porões do castelo. Duzentos anos depois, após a venda do espólio de Drácula, o caixão vai parar em um depósito em Los Angeles. Logo os habitantes da cidade passam a sofrer os ataques de um vampiro negro. Na época de seu lançamento, o sucesso de Blacula foi tão grande que o filme logo ganharia uma continuação, Scream, Blacula, Scream, de 1973, com Pam Grier no elenco. Hoje, as duas produções, embora não consigam mais provocar sustos nos espectadores, adquiriram o status de filmes de culto.
Blacula será exibido numa cópia em DVD, com diálogos em inglês e legendas em espanhol. A sessão será comentada pelo jornalista Zeca Azevedo, especialista em cultura black. A entrada é franca.
Blacula, de William Crain (EUA, 1972, 92 minutos).
Com William Marshall, Denise Nicholas e Vonetta McGee.Colorido.

CÉLINE E JULIE VÃO DE BARCO - de Jacques Rivette - 1974
Exibido em 03/04/2009
Uma das obra-primas de Jacques Rivette, Céline et Julie Vão de Barco conta as aventuras fantásticas que nascem de amizade acidental entre umabibliotecária e uma excêntrica ilusionista. Embriagadas pelos jogos quecriam juntas, ambas vão entrar numa realidade paralela e tentarsolucionar um crime acontecido vários anos antes numa mansãomisteriosa.Embora desconhecido do público brasileiro - como de resto boa parte daobra de Rivette - o filme é considerado um dos mais importantes dadécada de 70, tanto pela sua narrativa inovadora (o crítico americanoDavid Thompson o chamou de "a experiência narrativa mais radical desdeCidadão Kane"), como pela abordagem feminista bem-humorada(característica que certamente atraiu Pedro Almodóvar, que tem o filmena sua lista de preferidos, e Susan Seidelman, que o usou como base doseu Procura-se Susan Desesperadamente, em 1985). Céline et Julie Vão deBarco, que costura referências literárias fantásticas tão dísparesquanto Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll, e The OtherHouse, de Henry James, acaba se revelando no final um grande elogio aoato de se contar - e ver - uma história.
Céline e Julie Vão de Barco (Céline et Julie Vont en Bateau, França, 1974, 192 minutos) - Exibição em DVD, original em francês, com legendas em inglês.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Aguarde a programação 2010 da Sala

Dia 26 de Janeiro a Sala retorna com uma programação especial dedicada ao Fórum Social Mundial.

Vencedores do Prêmio Santander Cultura/PMPA/APTC-RS

No último dia 15 de dezembro a atriz Larissa Maciel revelou os quatro projetos premiados, dentre os 24 inscritos no Concurso de Desenvolvimento de Projetos de Longa-metragem, como é chamado.
Camila Gonzatto E Frederico Pinto Ltda com o projeto Alice (direção Camila Gonzatto), Mendina De Morais Santos Produções Ltda com o projeto Depois De Ser Cinza (direção Eduardo Wannmacher), Okna Produções Culturais Ltda com o projeto Mulher Do Pai (direção Cristiane Oliveira) e Letícia De Cássia Costa De Oliveira - Me com o projeto Charles Anjo 45 – O Filme (direção Claudinho Pereira), ganharam R$ 50 mil cada. Os jurados da sexta edição, Éverson José Faganello, cineasta, produtor e roteirista; André Saddy, produtor, gerente de marketing e projetos do Canal Brasil; Clélia Bessa, produtora de cinema e televisão; Marta Machado, produtora e presidente da Associação Brasileira de Animação e José Eduardo Belmonte, cineasta e roteirista, analisaram os projetos durante 45 dias.

O grupo reuniu-se no Santander Cultural, em 15/12, para eleger os premiados desta edição, que ganhou nova roupagem em 2009. A iniciativa, que supre uma lacuna importante no mercado audiovisual gaúcho, garante o investimento de recursos e a capacitação na etapa do desenvolvimento de projetos de longa-metragem.