quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SALA P.F. GASTAL APRESENTA MOSTRA ESCRITORES NO CINEMA

De William Faulkner a Harold Pinter, Antonin Artaud a Ray Bradbury, Jorge Luis Borges a Aldous Huxley: a aventura de grandes gênios da escrita na realização de roteiros é um dos capítulos mais ricos da relação de amores e tormentas entre o cinema e a literatura. Celebrando a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre, a Sala P.F. Gastal apresenta entre os dias 5 e 17 de novembro a mostra Escritores no Cinema, com uma seleção de quinze títulos que trazem roteiros assinados por nomes essenciais da literatura.

Entre os dias 5 e 10 de novembro, o elogiado musical brasileiro Filme Jardim Atlântico, dirigido por Jura Capela, com participações de Céu, Ava Rocha e Mariana de Moraes, segue em cartaz com uma sessão diária às 17h.

Escritores no Cinema


Entre obras-primas consagradas e pequenos segredos, a contribuição de escritores marcou profundamente o período clássico de Hollywood. Foram muitos os homens das letras – interessados em novas possibilidades de criação e também nos altos cachês pagos pelos grandes estúdios – que encontraram no cinema uma alternativa de trabalho. Um exemplo célebre é o de William Faulkner, cuja parceria com Howard Hawks rendeu alguns clássicos como Uma Aventura na Martinica (1944), adaptação do “pior romance de Ernest Hemingway”, na definição do próprio autor, tendo Humphrey Bogart e Lauren Bacall nos papéis principais. 

A invasão de grandes escritores em Hollywood teve seu ápice entre as décadas de 1930 e 1950. Aos poucos, o descompasso entre a liberdade criativa e as regras rígidas da indústria diminuiu a presença dos autores. Aldous Huxley, por exemplo, teve seu argumento para Alice no País das Maravilhas recusado por Walt Disney, com a justificativa de que aquilo era incompreensível. Antes da experiência negativa, entretanto, o autor de Admirável Mundo Novo deixou alguns roteiros emblemáticos como Jane Eyre (1943), adaptação do romance de Charlote Brontë dirigido por Robert Stevenson.

Ainda na Hollywood clássica, a mostra exibe filmes roteirizados por nomes modernistas como John Dos Passos (A Mulher Satânica, de Josef von Sternberg) e Tennessee Williams (De Repente, no Último Verão, de Joseph L, Mankiewicz) e mestres da escrita de gênero como Raymond Chandler (Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock) e Ray Bradbury (Moby Dick, de John Huston).  

Se a partir dos anos 1970, já num contexto moderno, o cinema norte-americano não manteve a mesma intensidade em suas parcerias com grandes escritores, ainda encontramos obras emblemáticas com assinaturas famosas. Entre vários trabalhos, Richard Matheson escreveu o roteiro de Encurralado (1971), primeiro longa-metragem de Steven Spielberg, enquanto Charles Bukowski estendeu suas obsessões literárias às telas com o roteiro de Barfly – Condenados pelo Vício (1987), produção da Zoetrope Studios dirigida por Barbet Schroeder.

A renovação do cinema britânico nos anos 1960 também contou com a colaboração de escritores importantes: Truman Capote roteirizou a adaptação de A Volta do Parafuso, de Henry James, ajudando a criar um marco do horror, Os Inocentes, dirigido Jack Clayton (1961). Figura central da literatura moderna francesa, Marguerite Duras reescreveu um roteiro nunca filmado de Jean Genet em Chamas de Verão (1966), dirigido por Tony Richardson, com Jeanne Moreau no papel principal. Já o dramaturgo Harold Pinter estabeleceu uma significativa parceria com Joseph Losey na fase inglesa do diretor norte-americano, exilado em função do Macartismo, deixando-nos obras-primas como O Criado (1963).

A mostra também exibe três momentos distintos da vanguarda francesa em que o cinema e a literatura estiveram próximos. Um dos pilares do cinema experimental dos anos 1920, A Concha e o Clérigo, dirigido por Germaine Dulac, tem roteiro assinado pelo escritor, poeta e dramaturgo Antonin Artaud. No pós-guerra, Robert Bresson surgia como o principal nome do cinema francês tendo Jean Cocteau como dialoguista de seu segundo longa-metragem, As Damas do Bois de Boulogne (1945). Quando a França já vivia a ebulição da Nouvelle Vague, no início dos anos 1960, Alain Resnais aproximou-se de Alain Robbe-Grillet e suas propostas inovadoras do Nouveau Roman para criar O Ano Passado em Marienbad (1961), um dos divisores de água do cinema moderno. 

Para completar a programação da mostra Escritores no Cinema, no dia 15 de novembro, sexta-feira, às 20h, acontece uma edição especial do Projeto Raros com a exibição do filme argentino Invasão (1969), de Hugo Santiago, com roteiro de Jorge Luis Borges a partir de história assinada por ele e Adolfo Bioy Casares.  

A mostra Escritores no Cinema será apresentada ao longo de duas semanas e tem o apoio da distribuidora MPLC e da locadora E O Vídeo Levou.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO
5 a 17 de novembro de 2013



A Concha e o Clérigo (La Coquille et Le Clergyman), de Germaine Dulac. França, 1927, 30 minutos.


Germaine Dulac esforçou-se para procurar na ação do roteiro de Antonin Artaud os pontos harmônicos, ligando-os entre si por ritmos estudados e compostos. Existem duas séries de ritmo. O ritmo da imagem e o ritmo das imagens, ou seja, um gesto deve ter um comprimento correspondente ao valor harmônico da expressão e depender do ritmo que precede ou prossegue: ritmo na imagem. Artaud detestou o resultado, mas o filme se tornou uma obra fundamental da vanguarda francesa dos anos 1920. Exibição em DVD


A Mulher Satânica (The Devil is a Woman), de Josef von Sternberg. Estados Unidos, 1935, 75 minutos.

Josef von Sternberg encerra a parceria com Marlene Dietrich neste filme. Antônio Galván (César Romero), jovem militar com posto de oficial, conhece uma mulher misteriosa e atraente, Concha Perez (Dietrich), e cai enfeitiçado em seus braços sedutores. John Dos Passos escreveu o enredo, baseado no romance de Pierre Louys. Anos depois, Luis Buñuel, adaptou o argumento para o filme Esse Obscuro Objeto do Desejo. Exibição em DVD.



Jane Eyre (Jane Eyre), de Robert Stevenson. Estados Unidos, 1943, 97 minutos.

Adaptação da grande história romântica de Charlotte Brontë, com roteiro de Aldous Huxley, estrelada por Joan Fontaine e Orson Welles. Depois de uma infância como órfã, Jane Eyre (Fontaine) consegue um emprego como preceptora da filha do perturbado Edward Rochester (Welles), um aristocrata inglês. Com o passar do tempo Jane e seu patrão se apaixonam e decidem se casar. Mas o casamento deles é abalado com a chegada de um visitante. Exibição em DVD.



Pacto Sinistro (Strangers on a Train), de Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1951, 101 minutos.

Raymond Chandler assina o roteiro desta que é considerada por muitos fãs de Hitchcock como sua obra-prima. Em sua rota para Washington, o famoso tenista Guy Haines (Farley Granger) conhece Bruno Anthony (Robert Walker), um esnobe com quem inicia uma conversa. O que começa como um simples encontro termina em uma série de confrontos, uma vez que Bruno tenta persuadir Guy a cometer uma “troca de assassinatos”. Exibição em blu-ray.


Uma Aventura na Martinica (To Have and Have Not), de Howard Hawks. Estados Unidos, 1944, 100 minutos.

Uma das lendárias parcerias entre William Faulkner e Howard Hawks, que aceitou o desafio proposto por Ernest Hemingway: “faça um grande filme baseado no meu pior livro”. Mar do Caribe, Martinica, 1940. Harry Morgan (Humphrey Bogart) é o capitão e dono de um pequeno barco. Membros da Resistência Francesa precisam do barco para resgatar discretamente um colaborador importante. Naquele mesmo dia, Marie Browning (Laren Bacall), uma batedora de carteiras, rouba o dinheiro de Johnson. Exibição em DVD.


As Damas do Bois de Boulogne (Les Dames du Bois de Boulogne), de Robert Bresson. França, 1945, 84 minutos.

Desejando vingar-se do abandono do amante Jean, Hélene (Maria Casarès), uma dama da alta sociedade, pede a uma dançarina de cabaret que o seduza. Só que a vingança acabará se transformando num escandaloso romance. Roteirizado pelo poeta Jean Cocteau e dirigido por Robert Bresson, As Damas do Bois de Boulogne é um filme de gestos, de olhares, em que a emoção aflora sob a pureza das imagens. Exibição em DVD.


Moby Dick (Moby Dick), de John Huston. Estados Unidos, 1956, 116 minutos.

Consumido por uma raiva completamente insana, Capitão Ahab tem apenas um objetivo na vida - vingar-se de Moby Dick, a grande baleia branca, que o feriu e desfigurou. O roteiro é assinado por Ray Bradbury. Exibição em DVD.



De Repente, no Último Verão (Suddenly, Last Summer), de Joseph L. Mankiewicz. Estados Unidos, 1959, 114 minutos.

John Cukrowicz (Montgomery Cliff), um neurocirurgião interessado em conseguir recursos para o hospital onde trabalha, conhece Violet Venable (Katherine Hepburn), uma rica senhora da aristocracia que deseja fazer uma lobotomia em Catherine Holly (Elizabeth Taylor), uma sobrinha supostamente acometida de crises de loucura. Escrito a quatro mãos, o roteiro deste clássico de Mankiewicz traz nomes como Tennessee Williams e Gore Vidal. Exibição em DVD.




Os Inocentes (The Innocents), de Jack Clayton. Estados Unidos/Inglaterra, 1961, 100 minutos.

Algo de estranho e sinistro estava acontecendo naquela casa, pensou Senhorita Giddens, contratada para cuidar de Flora e Miles, dois irmãos que ficaram órfãos em circunstâncias misteriosas. Uma das mais completas adaptações para o cinema da obra de Henry James, A Volta do Parafuso, estrelada por Deborah Kerr e roteirizada por Truman Capote. Exibição em DVD. 






O Ano Passado em Marienbad (L'année Dernière à Marienbad), de Alain Resnais. França, 1961, 94 minutos.

Num hotel de luxo, um homem (Giorgio Albertazzi) tenta convencer uma mulher casada (Delphine Seyrig) a fugir com ele. Mas ela não consegue lembrar do caso que os dois supostamente tiveram no ano anterior em Marienbad. Parceira emblemática entre Alain Resnais e um dos inventores do Nouveau Roman, Alain Robbe-Grillet. Exibição em DVD.



O Criado (The Servant), de Joseph Losey. Inglaterra, 1963, 112 minutos.

Jovem rico acaba de comprar residência no centro de Londres e contrata um criado para lhe auxiliar. A relação dos dois é um pouco complicada e, aos poucos, a insubordinação vai tomando proporções catastróficas. Baseado em romance de Robin Maugham, o roteiro foi escrito por Harold Pinter. Exibição em DVD.





Chamas de Verão (Mademoiselle), de Tony Richardson. Inglaterra/França. 1966, 100 minutos.

Jean Genet escreveu o roteiro nos anos 1950 para Anouk Aimée, mas a obra nunca havia sido filmada, até que Marguerite Duras deu um novo tratamento ao texto. Jeanne Moreau é uma respeitada professora em um vilarejo onde reside um viril italiano por quem ela nutre um forte desejo. Sexualmente reprimida, ela encontra prazer em vê-lo realizar atos heróicos em acidentes provocados por ela mesma e também passa a maltratar o filho dele. Exibição em DVD.






Encurralado (Duel), de Steven Spielberg. Estados Unidos, 1971. 90 minutos.

David Mann está dirigindo seu carro pelas rodovias da Califórnia quando começa a ser importunado por um gigantesco caminhão, que parece querer brincar com ele perigosamente na estrada. O que de início parece ser apenas um motorista engraçadinho, acaba por fazer David lutar por sua vida para escapar de um lunático ao volante. O longa-metragem de estreia de Steven Spielberg tem roteiro de Richard Matheson. Exibição em DVD.



Barfly – Condenados pelo Vício (Barfly), de Barbet Schroeder. Estados Unidos, 1987, 100 minutos. – Charles Bukowski

O cineasta Barbet Schroeder encomendou um roteiro a Charles Bukowski, que entregou a história de Henry Chinaski, um escritor alcoólatra que inicia um romance cheio de contradições com Wanda Wilcox, outra frequentadora assídua dos bares de Los Angeles. Exibição em DVD.



GRADE DE HORÁRIOS DA PRIMEIRA SEMANA
4 a 10 de novembro de 2013


4 de novembro (segunda-feira)
19:30 – Lançamento do documentário Nervo Óptico – Procura-se um Novo Olho, de Karine Emerich e Hopi Chapman

5 de novembro (terça-feira)
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Pacto Sinistro, de Alfred Hitchcock

6 de novembro (quarta-feira)
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Encurralado, de Steven Spielberg

7 de novembro (quinta-feira)
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Programação Interna

8 de novembro (sexta-feira)
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – A Concha e o Clérigo, de Germaine Dulac
20:00 – Sessão de 1 ano do Cinedrome

9 de novembro (sábado)
15:00 – Sessão História no Cinema (Crônica de uma Fuga, de Adrián Caetano)
19:00 – Lançamento do curta-metragem Linda, uma História Horrível, de Bruno Gularte Barreto

10 de novembro (domingo)
15:00 – O Ano Passado em Marienbad, de Alain Resnais
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Moby Dick, de John Huston


Apoio

terça-feira, 29 de outubro de 2013

LANÇAMENTO WEBSÉRIE URBANAUTAS DIA 31 DE OUTUBRO

  
urbanautas.net
@rte urbana. Fluxo líquido elétrico eletrônico. Luz, cor e
sombra espelhados na face da cidade. Fascinidade. Faz-se na ação.
Arte urbana. Urb@nautas.

Websérie em quinze episódios – cinco semanas apresentando os perfis de três artistas contemporâneos no seu trabalho, sob os ares da mesma cidade: Edu Tattoo, tatuador; Fernanda Chemale, fotógrafa; LfTrampo, grafiteiro. A cidade? Porto Alegre. O ano? 2013. Nosso agora nas telas do mundo, através das conexões internéticas em alta definição.
 
edu tatoo


Como funciona?
Você acessa o site http://urbanautas.net desde já, e pode assistir ao episódio-piloto com os artistas que serão apresentados nesta primeira temporada da websérie, em cinco episódios por artista. A duração do piloto, três minutos e cinquenta segundos, está na medida estimada para os demais episódios.

Na noite de 31 de outubro, noite das bruxas, serão lançados os três primeiros episódios, um de cada artista. A estreia “presencial” será na Sala P.F.Gastal, em sessão especial aberta ao público, com projeção na tela grande da sala de cinema. Em seguida a essa exibição, os episódios serão publicados no site, cada qual na página do respectivo artista. Nas quatro semanas seguintes, a cada semana Fernanda, Trampo e Edu terão um episódio seu publicado, num total de três episódios inéditos semanais da série.
Ou seja, adaptamos o conceito de temporada da série televisiva tradicional mixando-o à dinâmica interativa da web, com episódios curtos e intervalos menores de publicação dos inéditos, para na seqüência mantermos a temporada completa disponível no site Urb@nautas aos navegadores de todo o planeta, criando também a expectativa por uma segunda temporada. O lançamento será no original, com áudio em português, sendo feita a legendagem quando todos os episódios estiverem publicados. Todos os episódios são de acesso gratuito, restrito ao site. O piloto está disponível também no Vimeo. Assistir Episódio-Piloto no Vimeo.

Lançamento:
LfTrampo
Nosso objetivo é buscar interfaces planetárias, sempre a partir do nosso lugar no mundo. Por isso a importância do lançamento da websérie no seu próprio território. Tivemos já uma concorrida avant-premiére privada para a equipe e convidados, com a projeção do episódio-piloto – logo em seguida publicado no site http://urbanautas.net. E agora fazemos ao público portoalegrense e aos visitantes da cidade esta apresentação dos três episódios da primeira semana de Urb@nautas. Numa projeção aberta, na Sala P.F.Gastal da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, cidade onde trabalham os três artistas retratados, bem como o diretor da série, R. Brasil Ferrari, o músico Marcelo Fornasier, autor da trilha musical, e a produtora Vera Munhoz.
  
Urb@nautas é uma realização da EnygmaFilmes, com financiamento Pró-Cultura RS, através de edital do F.A.C. – Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac/RS), e é importante mencionar que sem esse recurso seria inviável realizar o projeto. A inclusão cultural possibilitada pelo F.A.C. é fator relevante e significativo no estado, projetando horizontes transnacionais aos gaúchos.
fernanda chemale
Trechos do projeto:
“Trabalhar na criação de mecanismos libertários de interlocução na web é tarefa à qual os artistas e realizadores do audiovisual não podem e não devem se furtar. Estabelecer o diálogo entre segmentos diferenciados das artes visuais urbanas, presentes no dia-a-dia da cidade e seus habitantes, e repensar o próprio audiovisual a partir dessas formas de expressão; projetar no tempo o espaço traçado na superfície das coisas e das pessoas, descobrindo as raízes subcutâneas das tintas e das luzes que emergem dos poros e dos pixels. Dessa forma acreditamos colaborar para fortalecer a dimensão do trabalho desses artistas e das formas de expressão que representam junto ao público, seja fiel ou noviço, abrindo espaço para novas iniciativas a partir dos exemplos apresentados nos perfis e amplificando mercados para as artes nas suas diferentes formas de expressão.
Pois o que vamos mostrar na websérie urb@nautas é o perfil de uma geração que resiste e projeta seu trabalho na pele da cidade, no reflexo que emana das ruas colorindo de nuances o cinza do cotidiano. A partir de preceitos clássicos do documentário, aliados a dinâmicas nascidas da interatividade digital, cada perfil se transmuta em interferência indireta no processo do artista, cinema feito liquidificador dos traços, cores, luzes e sombras, sejam sobre a pele, o cimento, tela ou papel; mistura urbana projetada em harmonias transversais.
O fato de não ter suporte físico para distribuição reduz o impacto ambiental, pois todo o circuito entre o produtor cultural e o consumidor acontece no espaço virtual, sem gerar lixo de mídia em meios físicos nem de embalagens, envios, etc. O emprego de ferramentas de captação de imagem e som de pequeno porte e alta definição permite realizar as filmagens com equipe reduzida, economizando recursos naturais e diminuindo o impacto no meio-ambiente, além de evitarmos o consumo de energia exorbitante dessas mega-produções de inspiração hollywoodense. No aspecto ético-estético, o minimalismo proporciona a integração entre a câmera e seu objeto, neste caso os artistas e seu trabalho em tatuagem, fotografia e graffiti.
Cabe ressaltar que a exibição gratuita da série através da internet promove a democratização do acesso, a inclusão e o desenvolvimento da cultura digital, oferecendo atrativos para públicos jovens e adultos, tanto do centro quanto da periferia.”
R. Brasil Ferrari

A ESTREIA
Local: Sala P.F.Gastal (Usina do Gasômetro)
Data: 31 de outubro (noite das bruxas)
Hora: 8 da noite (20:00 horas)
Sessão gratuita, aberta ao público,
com distribuição de senhas a partir das 20:00hs e projeção às 20:30hs.

Venha degustar miniwraps da Cayenne Sabores
com cabernet Salton e assitir à sessão com a gente.
Na madrugada de todos os santos e bruxas, de 31 de outubro
para primeiro de novembro, em hora incerta e
não sabida, os três episódios serão publicados na web,
 Vultos digitais da epiderme urbana.
Navegantes das cores.
Urbanautas.
enygmafilmes@terra.com.br
51-3225.5460 / 51-9117.8857

urbanautas.net

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FILME JARDIM ATLÂNTICO ESTREIA NA SALA P.F. GASTAL

Entre os dias 29 de outubro e 10 de novembro, a Sala P.F. Gastal promove a estreia do musical Filme Jardim Atlântico, dirigido por Jura Capela, uma das obras brasileiras mais elogiadas dos últimos tempos.

Filme Jardim Atlântico narra a liberdade e o aprisionamento gerado pelo amor. A obra é um musical em homenagem ao Brasil, a pátria amada, o jardim do Oceano Atlântico. A relação transformadora pela qual passa o protagonista (Pierre), sempre correlacionada à exuberância brasileira, é o fio condutor para falar de sentimentos amorosos utilizando a música como forma de narrativa. A exibição será em blu-ray, no projetor de alta definição do espaço, o que assegura a qualidade da projeção.

Segundo o crítico Ruy Gardnier, há muitos filmes em Filme Jardim Atlântico: “musical, drama de relacionamento, surrealismo submarino, documentário de carnaval, celebração da pátria (...) estamos dentro de uma montanha-russa sensorial, no mesmo patamar de lirismo delirante, excessivo e caleidoscópico de um Holy Motors (de Leos Carax) ou dos últimos filmes de David Lynch, mas com singularidade suficiente para a imaginação seguir caminhos próprios”.  

A trilha sonora original é assinada por Pupillo e conta com interpretações de Céu, Catatau, Ryan, Mariana de Moraes, Ava Rocha e Emiliano Sette, Junio Barreto, Tomas Improta e Luisa Maita. No elenco, estão os atores Sylvia Prado, Mariano Mattos Martins e Fransérgio Araújo

As filmagens foram realizadas no arquipélago de Fernando de Noronha (novembro de 2008 e julho de 2009), durante o Carnaval de Olinda e de Recife (fevereiro de 2009), nas dependências do Palácio Quitandinha na cidade imperial de Petrópolis/RJ, (agosto de 2009), no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e na praia do Grumari/RJ (julho de 2010).

Em julho de 2009, a equipe do filme realizou o feito inédito no cinema nacional e na história do mergulho brasileiro ao filmar a 60 metros de profundidade no mar de Fernando de Noronha, registrando imagens na Corveta 17, naufragada em 1984. Por conta do grau de dificuldade do mergulho, poucos são os que se aventuram na submersão, sendo possível observar roupas dos tripulantes, talheres e vestígios detalhados de outros utensílios da Corveta 17.

O filme foi viabilizado com incentivo do Funcultura (fases de Finalização e Distribuição) e patrocínio da empresa Neoenergia. Foi selecionado para a 36ª  Mostra Internacional de Cinema, em outubro, em São Paulo, e para a IV Semana dos Realizadores, no Rio de Janeiro em Novembro/2012.

Jura Capela
Diretor, roteirista e produtor do Filme Jardim Atlântico

Nasceu em Recife, 1976.  É cineasta, videoartista e fotógrafo. Integrou vários grupos artísticos em Pernambuco tais como Canal 03 (1996) e o coletivo Telephone Colorido com o qual co-dirigiu o curta-metragem Resgate Cultural – O Filme (2001), premiado em diversos festivais nacionais de cinema. Também neste contexto realizou as exposições Estéreo / Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ – Recife, 2000), e Quebrem um Ovo no Seu Pau / 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife, 2003). Participou no 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife, 2012) com instalação sobre o estado das artes de Recife desde 1930.

Em sua filmografia soma a direção do curta Copo de Leite (35mm, cor, 2004), co-direção da média-metragem Shenberguianas (35mm, cor, 2005), e a direção do longa-metragem Paranã-Puca – Onde o Mar se Arrebenta, (digital, cor, 2010) - troféu Redentor Novos Rumos de melhor filme no Festival do Rio, 2010. Colaborou na direção de fotografia de muitos cineastas da sua geração. Idealizou e produziu o festival de cinema Sapo Cururu, que contou com oito edições desde 2005 em Olinda e Recife.


FILME JARDIM ATLÂNTICO

Direção: Jura Capela
Brasil, 2012, 83 min
Exibição em blu-ray
Distribuição: Jura Filmes 
Roteiro: Jura Capela 
Produção Executiva: Elaine Soares de Azevedo, William Cubits, Leonardo Pirovano. 
Produção: Elaine Soares de Azevedo, William Cubits, Leonardo Pirovano, Mario Henrique Duques 
Música Original: Pupillo
Direção de Fotografia: Pablo Baião 
Arte: Karen Araújo, Ananias de Caldas, Elaine Soares de Azevedo 
Montagem: Rodrigo Lima 
Som direto: Evandro Lima 
Edição de Som: Pablo Lopes 
Mixagem: CTAV e Fábrica Estúdios 
Elenco: Sylvia Prado, Fransérgio Araújo, Mariano Mattos Martins

link para o trailer: 

link para os videoclipes do filme: 

"Eu Tenho Fé", releitura de Pitty para letra de Rogerman

"Desmantelo", música original de Lirinha e Pupillo para Filme Jardim Atlântico 


GRADE DE HORÁRIOS
29 de outubro a 03 de novembro


29 de outubro (terça-feira)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Lançamento do curta-metragem meio, de Pedro Henrique Risse e Clarissa Beckert

30 de outubro (quarta-feira)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Coquetel de lançamento do filme Dyonélio, de Jaime Lerner
20:00 – Exibição de Dyonélio

31 de outubro (quinta-feira)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
20:00 - Lançamento da webserie Urbanauta, de Rogério Ferrari

01 de novembro (sexta-feira)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Filme Jardim Atlântico

02 de novembro (sábado)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Filme Jardim Atlântico

03 de novembro (domingo)
15:00 – Filme Jardim Atlântico
17:00 – Filme Jardim Atlântico
19:00 – Sessão CEN + Bienal (Nascente, de Helvécio Marins Jr. e Thames Film, de William Raban)

A Grade de Horários, a partir de 04/11 está na postagem Mostra Escritores no Cinema.

SALA P. F. GASTAL APRESENTA LONGA-METRAGEM SOBRE DYONÉLIO MACHADO

O universo do escritor e político Dyonélio Machado (1895-1985) será apresentado pela primeira vez em Porto Alegre no próximo dia 30 de outubro, às 20h, na Sala P.F. Gastal. O longa-metragem inédito do diretor Jaime Lerner, Dyonélio, esclarece a trajetória de um dos expoentes da literatura, psicanálise e do Partido Comunista Brasileiro (PCB) no Rio Grande do Sul. A produção da Manga Rosa Filmes em parceria com a Visom Digital foi um dos filmes exibidos na Mostra de Longas Gaúchos do Festival de Cinema de Gramado.

No dia 30 de outubro, um coquetel será oferecido a partir das 19h. O filme Dyonélio será exibido a partir das 20h e a sessão é gratuita e aberta ao público – os interessados deverão retirar senhas que serão distribuídas uma hora antes da sessão. 

O FILME

Em uma produção que se apropria das linguagens ficção e não-ficção - tratando dois romances do escritor com viés documental e a vida do autor como ficção-, Jaime Lerner se propõe a explorar possíveis contradições acerca da emblemática figura de Dyonélio Machado. A narrativa pretende esclarecer a vida do escritor, psiquiatra, político e jornalista a partir do questionamento: quem foi Dyonélio? Fora um autor premiado e aclamado pela crítica em seu romance de estréia Os Ratos (1935), ou um escritor maldito que por mais de 20 anos não encontrara editor para seus textos? Seria Dyonélio um republicano chegado aos patrões do RS, ou fora um comunista perseguido, preso e cassado por suas idéias políticas? 

A obra Os Ratos, de Dyonélio Machado, se consolidou como uma das mais influentes da segunda geração do Modernismo no Brasil, e o autor conquistou o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. O segundo romance do autor, “O Louco do Cati”, no entanto, o jogou no ostracismo editorial. Enquanto médico, Dyonélio foi um dos precursores da psicanálise no Rio Grande do Sul. Presente nos principais periódicos gaúchos, Dyonélio foi um dos fundadores da Associação Rio Grandense de Imprensa. Militante, perseguido e preso político, Dyonélio se elegeu deputado estadual pelo PCB em 1947.

Mais do que um resgate histórico, a releitura acerca da vida e obra de Dyonélio Machado proposta por Jaime Lerner pretende aproximar o legado e os traços de humanidade deste personagem emblemático às novas gerações. O projeto Dyonélio teve incentivo do Fumproarte, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

SERVIÇO:
Lançamento de Dyonélio na Sala P. F. Gastal
30 de outubro 
Coquetel - 19h
Exibição do filme - a partir das 20h
Produtora
Manga Rosa Filmes
(51) 3279-1771 – (51) 3279.1772

ASSESSORIA DE IMPRENSA:
Adriano Cescani e Robledo Milani
Phosphoros Novas Ideias
Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil
(51) 3012.6810 – (51) 8184.1561
phosphoros@phosphoros.com.br – www.phosphoros.com.br

DOCUMENTÁRIO MEIO É LANÇADO NA SALA P. F. GASTAL

A Verte Filmes lança na Sala P. F. Gastal, terça-feira, 29 de outubro, às 20h, o documentário meio com direção de Pedro Henrique Risse e Clarissa Beckert, realizado através de editais do Fundo de Apoio à Cultura - FAC 2012 da Secretaria da Cultura do Estado. O curta meio apresenta, em narrativas e estéticas distintas, particularidades identitárias presentes no cotidiano dos descendentes de alemães na região do Vale do Rio dos Sinos. O ponto de partida para o documentário foram as pesquisas realizadas por Clarissa durante sua graduação em Ciências Sociais, que abordaram a relação entre imaginário e identidade cultural através de histórias de vida.

meio reflete sobre a dimensão imaginária e processual da identidade cultural: na comunidade de Vila Rica, originalmente Vila Rickert, área rural do município de Presidente Lucena, vive Lina, uma senhora de 83 anos que só fala o dialeto alemão Hunsrückisch e praticamente não entende português, portanto, não tem uma língua em comum com seus netos. Em uma escola próxima, crianças estudam alemão, imaginam sobre o país de origem de seus antepassados e se perguntam sobre o que isto tem a ver com suas vidas.

O discurso do filme se constrói a partir de uma narrativa em contraponto que valoriza suas lacunas e representa o hiato entre as duas gerações de descendentes da imigração alemã do Vale do Rio dos Sinos. O que é ser brasileiro? O que é ser um alemão brasileiro? O que é ser um alemão? O filme aborda a questão da identidade como um sentimento que transita entre a memória e o imaginário, e o idioma como forma de articulação e expressão dessa identidade.
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Diretores

Clarissa Beckert tem 26 anos (1987), nascida em Colônia (Köln), Alemanha. É filha de mãe brasileira e de pai alemão. Sua família materna é da região de Sapiranga, no Rio Grande do Sul, de descendência alemã, e o dialeto alemão Hunsruckisch era ainda falado por sua mãe e avós. Clarissa nasceu e cresceu na Alemanha e se mudou para o Brasil com 19 anos. Assim, reflexões sobre pertencimento e identidade cultural marcam a sua trajetória. Residiu em Porto Alegre durante 5 anos, formando-se em Ciências Sociais pela PUC/RS em 2012. Atualmente cursa o Mestrado em Antropologia Cultural e Social na Universidade Livre de Berlim (Freie Universität Berlin). Com os curtas documentários "meio" e "Land schaffen" faz sua estreia como diretora.

Pedro Henrique Risse tem 28 anos (1985), nascido no Rio de Janeiro, reside em Porto Alegre há 17 anos. Formado em Cinema na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) em 2010, é um dos sócios da produtora de cinema e televisão VERTE Filmes, juntamente com Gabriel Faccini e Tiago Rezende, criada em 2010. Com os curtas documentários "meio" e "Land schaffen", dirigiu ao todo seis curtas. Também atua como fotógrafo, montador, roteirista e artista visual.
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Ficha técnica

Pesquisa, Direção, Produção, Montagem: Clarissa Beckert e Pedro Henrique Risse
Fotografia: Pedro Henrique Risse.
Diretor Assistente e Som Direto: André Garcia
Edição de Som e Mixagem: Marcos Lopes da Silva e Tiago Bello
Colorista: Ligia Tiemi
Assessoria de Imprensa: Adriana Martorano Comunicação
Companhia Produtora: 
Verte Filmes
Atendimento à imprensa
Adriana Martorano Comunicação
adrianamartorano@adrianamartorano.com.br | 00 55 51 9213 6558 |
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Serviço

Exibição de documentários sobre a imigração alemã no sul do Brasil 
meio (Brasil, 2013, digital, cor, 20 min)
Dia 29 de outubro, terça-feira, às 20h
Sala PF Gastal
Entrada Franca - Classificação Indicativa: Livre
Sinopse: No interior do sul brasileiro, Lina não consegue falar com seus netos, pois seu único idioma é um dialeto alemão. Em uma escola próxima, crianças aprendem alemão, imaginam sobre o lugar de origem de seus antepassados e se perguntam o que isso tem a ver com eles.
Contemplado pelo Edital FAC 02/2012 da Secretaria da Cultura do Estado do RS

terça-feira, 22 de outubro de 2013

OBRA-PRIMA DE FASSBINDER NA SESSÃO AURORA


A Sessão Aurora apresenta neste sábado, dia 26 de outubro, às 17h, na Sala P.F. Gastal, o filme Precauções Diante de uma Prostituta Santa (1971), de Rainer Werner Fassbinder. A sessão marca o lançamento do quinto número do fanzine Zinematógrafo. A entrada é franca.

Lançado em 1971, Precauções Diante de uma Prostituta Sagrada é o décimo-primeiro longa-metragem que Fassbinder exibia desde sua estreia, em 1969, com O Amor é mais Frio que a Morte. Interpretada por nomes de peso como Lou Castel, Eddie Constantine, Hanna Schygulla, Margarethe von Trotta, Ulli Lommel e o próprio diretor, a obra traz um olhar tão visceral quanto lírico às convulsões de um set de filmagem. Não há diretor, não há dinheiro, sobram as intrigas entre operários do cinema e artistas ególatras. São muitos os filmes que retratam o cinema em crise, mas aqui, distante da metafísica de um Oito e Meio ou das soluções agridoces de um A Noite Americana, a crise que Fassbinder explora é a dos nervos e vem da pele, dos corpos, numa aproximação intensa entre violência, beleza e erotismo.
Apoiado por canções de Ray Charles, Elvis Presley e Leonard Cohen, Fassbinder aproveita sua trama metalinguística para colocar em cena um domínio absoluto de diversas variantes da linguagem cinematográfica: dos longos planos-sequência à montagem precisa, da mise en scène maneirista aos tempos estilhaçados, poucos filmes encarnam com tanto gosto o cinema moderno, seja pelas escolhas estéticas ou pelo olhar em relação ao próprio fazer artístico.

Precauções Diante de uma Prostituta Santa (Warnung vor einer heiligen Nutte)
Dirigido por Rainer Werner Fassbinder
(Alemanha/1971, 103 minutos)
Com: Lou Castel, Eddie Constantine, Rainer Werner Fassbinder, Hanna Schygulla, Margarethe von Trotta e Ulli Lommel.
Exibição em DVD com legendas em português

domingo, 20 de outubro de 2013

CINEMA-ENSAIO DE JULIO BRESSANE NA SALA P.F. GASTAL

Entre os dias 22 e 27 de outubro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) exibe Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros, dois filmes-ensaio de Júlio Bressane que foram apresentados em importantes festivais europeus no último ano e permaneciam inéditos em Porto Alegre. 

Produzido em parceria com o Canal Brasil, Rua Aperana 52 é uma paisagem musical fílmica sobre a esquina de uma rua no Rio de Janeiro que utiliza fotografias dos pais do cineasta (tiradas entre 1909 e 1955) e os seus próprios filmes (realizados entre 1957 e 2005), cobrindo um tempo de ficção de quase um século. Apesar da familiaridade com o material, Bressane defende a ideia de que sua obra pouco tem a ver com o autobiográfico, mas com construção de uma nova paisagem a partir de iconografias e iconologias já existentes, num jogo de xadrez de ficções que se intercalam a partir de fragmentos visuais e sonoros. A estréia mundial do filme ocorreu no prestigiado Festival de Roterdã, em 2012.

O Batuque dos Astros tem produção de Zelito Viana e se desenvolve a partir de um passeio livre pela herança poética de Fernando Pessoa, com um registro documental da Lisboa contemporânea buscando possibilidades cinematográficas da obra do escritor português. A primeira exibição do filme aconteceu no Festival Internacional de Cinema de Roma, em 2012, na mostra CinemaXXI, programa dedicado às novas tendências do cinema mundial sem distinção de gênero e duração, com apresentação de obras que expressam a redefinição contínua do cinema dentro do continente visual contemporâneo.

Segundo o crítico mexicano Maximiliano Cruz, um dos curadores do festival FICUNAM, onde a obra foi exibida neste ano, ao lado de filmes de Apichatpong Weerasethakul, Abbas Kiarostami e Lav Diaz, “Bressane hasteia com O Batuque dos Astros aquela alegação com a qual Jonas Mekas definiu para sempre o ofício: faço filmes, logo existo. A obra exibe uma taxidermia documental eminentemente autorreferencial, inclinando-se a partir de estruturas impressionistas de narração – incluindo a música retalhada como batuta dramática – e de uma concepção assíncrona do som como bastão atmosférico”. Após a sessão de O Batuque nos Astros no domingo, dia 27, às 17h, haverá um debate com os pesquisadores em cinema-ensaio Gabriela Almeida e Jamer Mello.  

Um dos principais nomes do cinema de invenção brasileiro, Júlio Bressane mantém uma filmografia repleta de experiências radicais de linguagem desde a década de 1960, quando foi alçado ao patamar de ícone do Cinema Marginal. Realizados no formato digital, Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros foram criados num intervalo de tempo entre duas produções de orçamento maior, A Erva do Rato (2008) e Educação Sentimental (2013), período no qual Bressane encontrou dificuldades para aprovar projetos em editais voltados à produção cinematográfica, chamando atenção para a discussão cada vez mais atual sobre novos modos de sobrevivência da produção independente brasileira.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO
22 a 27 de outubro de 2013

Rua Aperana 52 (Brasil, 2012, 80 minutos)
Uma paisagem musical de longa duração. Montagem de fotos feitas entre 1909 e 1955. E de filmes realizados entre 1957 e 2005, 14 filmes. Aderência ao solo, topologia de um pequeno rincão do Rio de Janeiro. Uma rua de nome evocador, Aperana (caminho falso, caminho provisório, em língua Tupi) revela em tempos heterogêneos um fundo de memória hereditária em montagem inédita. Exibição digital em alta definição.


O Batuque dos Astros (Brasil, 2012, 74 minutos)
Tudo começou em uma viagem a Lisboa, a cidade onde Fernando Pessoa, um dos grandes poetas da língua portuguesa, nasceu e viveu por quase toda sua vida. O Batuque dos Astros é um tributo a Pessoa e uma tentativa de descobrir, e talvez revelar, sua visão-sugestão de cinema; como essa estranha semente é transplantada por meio de um vigoroso e alusivo processo de edição. Exibição em DVD.

GRADE DE HORÁRIOS
22 a 27 de outubro de 2013

22 de outubro (terça-feira)
15:00 – O Batuque dos Astros
17:00 – Rua Aperana 52
19:00 – O Batuque dos Astros

23 de outubro (quarta-feira)
15:00 – Rua Aperana 52
17:00 – O Batuque dos Astros
19:00 – Rua Aperana 52

24 de outubro (quinta-feira)
15:00 – O Batuque dos Astros
17:00 – Rua Aperana 52
19:00 – O Batuque dos Astros

25 de outubro (sexta-feira)
15:00 – Rua Aperana 52
17:00 – O Batuque dos Astros
19:00 – Rua Aperana 52

26 de outubro (sábado)
15:00 – O Batuque dos Astros
17:00 – Sessão Aurora - Precauções Diante de uma Prostituta Santa, de R.W. Fassbinder
19:00 – Rua Aperana 52

27 de outubro (domingo)
15:00 – Rua Aperana 52
17:00 – O Batuque dos Astros - Sessão comentada por Gabriela Almeida e Jamer Mello
19:00 – Sessão CEN + Bienal (Autumn Scenes + Brasília + Ocidente + Man.Road.River)