Dentro da
programação da 8ª edição do Festival de Inverno da Secretaria da Cultura de
Porto Alegre, a Sala P.
F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove
entre os dias 23 e 28 de julho uma mostra em homenagem ao ator gaúcho Walmor
Chagas, morto em janeiro deste ano.
A abertura da Mostra Walmor Chagas, no dia 23 de julho, às 19h, terá uma sessão
de autógrafos do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado,
de Djalma Limongi Batista (lançado pela Imprensa Oficial de São Paulo),
seguida pela exibição do documentário biográfico Autovideografia, que Limongi Batista dedicou a Walmor. Cineasta
amazonense radicado em São Paulo, Djalma Limongi Batista também dirigiu o ator
em um de seus maiores sucessos no cinema, o longa Asa Branca, um Sonho Brasileiro, lançado em 1981, também presente
na mostra. O cineasta virá especialmente a Porto Alegre para participar desta
homenagem a Walmor Chagas. Seu documentário Autovideografia, que realizou a pedido de Walmor, inclui inúmeras
sequências em Porto Alegre e também no Festival de Gramado, e conta com a
participação de personalidades como Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo Hecker
Filho e Eva Sopher.
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Ator que fez história no teatro, no cinema e
na televisão brasileira, Walmor Chagas saiu de cena em 18 de janeiro deste ano,
poucos meses após a estreia de Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti, sua penúltima
atuação nas telas (Walmor ainda tem inédito o longa A Coleção Invisível, de
Bernard Attal, em competição na próxima edição do Festival de Gramado).
Nascido em 28 de agosto de 1930, em Porto
Alegre, Walmor deu seus primeiros passos na carreira artística no grupo de
teatro do Colégio Júlio de Castilhos. Aos 18 anos, já integrava o elenco de
Antígona, montagem do Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul, cuja estreia
aconteceu em agosto de 1948, no Theatro São Pedro. Decidido a dedicar-se
inteiramente à atuação, transferiu-se para São Paulo em 1953, onde em pouco
tempo seria contratado pelo célebre TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, a
principal companhia teatral da época.
Nos anos seguintes, torna-se um dos atores
mais solicitados do país, realizando trabalhos memoráveis tanto no teatro
quanto no cinema e na televisão. Ao logo de toda a sua trajetória artística, no
entanto, Walmor nunca perdeu o contato com sua terra natal, sempre retornando à
capital gaúcha para rever familiares e amigos e para apresentar seus
espetáculos de teatro.
Na ocasião em que se completam seis meses da
morte de Walmor Chagas, a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da
Secretaria da Cultura de Porto Alegre homenageia este grande ator porto
alegrense, dentro das atividades do Festival de Inverno de 2013. A programação,
além da exibição dos principais filmes de Walmor, como os clássicos São Paulo
S.A., de Luiz Sérgio Person, e Xica da Silva, de Cacá Diegues, inclui ainda o
lançamento do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado, de
Djalma Limongi Batista, que também dirigiu o ator em outro de seus grandes
filmes, Asa Branca, um Sonho Brasileiro.
Um momento de celebração ao talento de um
artista único, que permanecerá vivo para sempre nas imagens inesquecíveis dos
filmes nos quais atuou.
Marcus Mello
Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia
da Secretaria da Cultura de Porto Alegre
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FILMES
SÃO PAULO S. A., de Luiz Sérgio
Person (Brasil, 1965, 107 minutos).Carlos (Walmor Chagas) é um jovem da classe
média paulistana que ingressa numa grande empresa no final dos anos 1950,
momento da euforia desenvolvimentista provocada pela instalação de indústrias
automobilísticas estrangeiras no Brasil. Apesar do êxito profissional, uma
profunda crise se abate sobre Carlos e o fará repensar os rumos de sua
vida.
XICA DA SILVA, de Carlos Diegues
(Brasil, 1976, 107 minutos).Na segunda metade do século XVIII, a escrava negra
Xica da Silva (Zezé Motta) torna-se o centro das atenções no Distrito
Diamantino, onde estão as minas mais ricas do país. João Fernandes (Walmor
Chagas), representante da Coroa Portuguesa, apaixona-se por Xica e a transforma
na Rainha do Diamante, satisfazendo todos os seus desejos extravagantes.
Alertado pelos inimigos do casal, o rei de Portugal manda um emissário a fim de
impedir que cresça o poder de Xica na Colônia.
ASA BRANCA, um Sonho Brasileiro, de Djalma
Limongi Batista (Brasil, 1981, 114 minutos). O jogador de futebol Asa Branca
(Celulari) mora com a família no interior de São Paulo até que seu
talento desperta o interesse de um grande clube da capital. O jovem precisa
adaptar-se à vida na metrópole, enquanto luta pelo sonho de jogar no Maracanã e
ser convocado para uma Copa do Mundo. Pela interpretação do empresário Isaías,
Walmor Chagas ganhou o Candango de melhor ator coadjuvante no Festival de
Brasília, em 1981.
LUZ DEL FUEGO, de David Neves
(Brasil, 1982, 102 minutos). A bordo de sua luxuosa lancha, passeando pela Baía
da Guanabara, o velho senador João Gaspar (Walmor Chagas) conta à sua
enfermeira o período de sua vida, entre os anos 1950 e 1960, em que se envolveu
com a dançarina Luz del Fuego (Lucélia Santos). O filme rendeu a Walmor o
Kikito de melhor ator no Festival de Gramado de 1982.
BEIJO 2348/72, de Walter Rogério
(Brasil, 1990, 100 minutos). A vida de um operário (Chiquinho Brandão) vira de
cabeça para baixo quando ele é flagrado beijando uma colega (Maitê Proença)
durante o expediente de trabalho. Ele é despedido por justa causa e enfrenta as
agruras do processo trabalhista que move contra a antiga empresa.
AUTOVIDEOGRAFIA, de Djalma Limongi
Batista (Brasil, 2003, 60 minutos). Do alto da serra da Mantiqueira, onde se
refugia, o ator Walmor Chagas nos conduz a lugares de sua infância e da
juventude em Porto Alegre, através de conversações com o seu cão. Comenta fatos
políticos, vive o cotidiano das celebridades nos festivais de cinema, relembra
a ida para São Paulo, sua carreira e seus amores.
VALSA PARA BRUNO STEIN, de Paulo Nascimento
(Brasil, 2007, 95 minutos). Bruno Stein (Walmor Chagas) veio da Alemanha
durante a Segunda Guerra Mundial. Instalou-se no Brasil ao lado da família numa
casa da região Sul, onde trabalhava numa olaria. Dentro da residência, os
parentes vivem conflitos isolados: a nora Valéria (Ingra Liberato) se sente
sozinha, pois o marido sempre está viajando; a neta Verônica quer sair do
isolamento da região e o próprio Bruno vê seu casamento com Olga naufragar.
Inspirado no romance homônimo de Charles Kiefer.
CARA OU COROA, de Ugo Giorgetti (Brasil, 2012,
90 minutos)
São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios de uma nova peça. Nas folgas do trabalho, ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva. Exibição em 35mm.
São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios de uma nova peça. Nas folgas do trabalho, ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva. Exibição em 35mm.
MAPA MUNDI, de Pedro Zimmermann (Brasil, 2008, 15 minutos). Reunidos junto a um fogo de chão, dois homens (Walmor Chagas e André di Mauro) conversam sobre a vida. Um deles conta ao outro suas andanças em direção à capital e descreve os misteriosos eventos que o trouxeram de volta ao interior. Enquanto a noite avança, fica evidente que o destino dos dois homens encontra-se ligado para sempre. Filmado em São José do Ausentes, na região da serra gaúcha.
GRADE DE HORÁRIOS
23 DE JULHO (TERÇA-FEIRA)
19:00 – Coquetel de abertura da mostra, com
sessão de autógrafos do livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem
Indignado e exibição do documentário Autovideografia, ambos de Djalma Limongi
Batista
24 DE JULHO (QUARTA-FEIRA)
15:00 – São Paulo S. A.
17:00 – Asa Branca, um Sonho Brasileiro
25 DE JULHO (QUINTA-FEIRA)
15:00 – Beijo 2348/72
17:00 – Mapa Mundi + Valsa para Bruno Stein
19:00 – Cara ou Coroa
26 DE JULHO (SEXTA-FEIRA)
15:00 – Xica da Silva
17:00 – Cara ou Coroa
19:00 – Luz del Fuego
27 DE JULHO (SÁBADO)
15:00 – Autovideografia
17:00 – São Paulo S.A.
19:00 – Xica da Silva
28 DE JULHO (DOMINGO)
15:00 – Beijo 2348/72
17:00 – Mapa Mundi + Valsa para Bruno Stein
19:00 – Asa Branca, um Sonho Brasileiro
MOSTRA WALMOR CHAGAS
Coquetel de abertura
Dia 23 de julho, às 19h
Sessão de autógrafos do
livro
Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem
Indignado
de Djalma Limongi Batista,
seguido de exibição do documentário
Autovideografia, também de Limongi
A mostra segue até 28
de julho, em 3 sessões diárias
To dentro com certeza
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